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Energia a Mais

A Hiperactividade vista à lupa

Energia a Mais

A Hiperactividade vista à lupa

31.Mai.11

Nova atracção

 

 

cá em casa!

 

é felpudo, em belo tom castanho, pintalgado de nuances alaranjadas - lindo!!!

 

os miúdos já o «adoptaram» claro....acham-no fofinho e já saltaram em cima dele, arrastaram-no por toda a casa, enrolaram-se com ele e o Quico até o queria levar para a escola para mostrar aos colegas {#emotions_dlg.lol}

 

tenho cá para mim que o «pobre» não vai durar muito...

 

alguém quer adivinhar qual a nossa nova atracção?

 

 

30.Mai.11

pérolas

 

 

de fim de semana

 

em dia de calor intenso mas super instável, com as trovoadas e chuvas repentinas por pano de fundo, o nosso sábado foi preenchido por actividades in e out door, tanto como participantes como espectadores!

 

Uma corrida de biclas a sério animou a nossa tarde, sendo que mesmo estando em casa, podiamos apreciar os ciclistas e todo e espectáculo de sirenes da polícia, motos, carros de alta cilindrada e muito entusiasmo à mistura. Os miúdos deliravam cada vez que o rali de bicicletas passava na nossa rua (e foram muitas pois a prova em círculos demorou toda a tarde) e faziam questão de o demonstrarem ruidosamente. Intercalaram isso com várias batalhas de bayblades, montes de combates ninja, despejo de caixas de brinquedos e de metade de um armário da roupa para procurarem um dos trajes de vampiro que guardaram do carnaval {#emotions_dlg.sarcastic}

 

Ainda os levei a um parque em frente de casa, mais tarde, pois vê-los com tanta energia numa fase em que eu já me sentia a «apagar» convenceu-me de que seria bem melhor irem dar uns chutos numa bola, do que virarem essa energia para mim....

 

Já o Domingo foi um autêntico campo de batalha. Com poucas horas de descanso, até porque a noite não correu muito bem, lá comecei na azáfama do dia, prevendo alguma agitação e mais tempo incerto...o que realmente veio a acontecer. Foi um daqueles dias em que mal acabo de pôr em ordem uma divisão da casa, logo tenho outra de pernas para o ar...passo o tempo a gritar com eles (coisa que nunca resulta em nada de positivo) e eles a gritarem com toda a gente. Quando quero que comam, eles querem brincar, quando quero que brinquem eles acham que devem trocar de roupa, ou então iniciam uma qualquer guerra a dois que passa a três sem que haja vencedor declarado.

O Rafa tambem estava num dia «de nada-me-apetece-e-não-sei-o que-quero-mas-quero-alguma-coisa» o que acaba por se tornar tão, mas tão desgastante para os outros que todas as tentativas para o animar, acabam em discussão.

Durante a tarde houve mais uma manifestação popular de rua - uma corrida de rolamentos os tais carrinhos feitos à mão e com técnicas que por vezes nos fazem rir de tão «avançadas». Até poderia ter sido um bom pretexto para uma actividade diferente mas o Rafa boicotou as nossas esperanças mostrando sempre um profundo desagrado por estar na rua....junto de outras pessoas (aliás anda novamente numa fase em que basta estarem três pessoas num local que para ele já lhe parece uma multidão e recusa-se a participar seja no que fôr...) 

Portanto lá nos resignamos e fomos para casa, continuando no tal aborrecimento ao qual entretanto o Quico se juntou com uma das suas birras fenomenais e que ultimamente nos pôem os cabelos em pé!

 

E porque existem sempre dois lados para a mesma ocasião, registo agora as «pérolas» saídas da cabecinha e bocas dos meus enérgicos rapazolas

 

 

Rafa - a torcer pelo barcelona «força, barça, força...»

Quico - a torcer pela...trovoada «força, trovoada, trovoada...»

 

Os dois queriam brincar aos vampiros mas o Rafa vestiu a capa preta primeiro e o Quico não gostou...zangaram-se e entretanto o Rafa, sempre muito mais infantil do que o esperado para a idade grita «também queres ser sempre o primeiro Quico, eu vesti primeiro a capa, não quero saber...» e o Quico «mas essa capa não é de bempiro mano, é de mucêgo» e o Rafa «é, é mesmo, de morcego, bhaa nem sabes nada...» o Quico «mas é de mucêgo, os bempiros têm medalhas, essa capa não tem, andaaaa....» e o Rafa «olha, olha...nem sabes, os morcegos são os vampiros bebés, só depois é que crescem e são vampiros e pra já nem existem, é uma lenda, as lendas não existem de verdade, mas as pessoas pensam que sim mas não têm a certeza, por isso é que são lendas...» e o Quico «tá bem, já não quero ser bempiro mano, quero ser pirata, os piratas têm uma pala no olho...»

 

O Quico preparando-se para se deitar «mamã eu sou novo pois sou? mas a minha pilinha já é velhota, tá engelhadinha..

 

O Rafa já em fase de não aguento mais «mãe, tou aborrecido de estar chateado»

 

 

 

 

26.Mai.11

o fim da inocência

 

 

ouvimos a muita gente dizer que uma criança é sempre inocente...

 

eu questiono «sempre?»...será mesmo assim? e o que é a inocência de uma criança?

 

Depois de ouvir na comunicação social, mais um caso chocante de violência entre miúdos (e alguns não tão miúdos assim...) demorei-me mais uma vez a pensar neste assunto.

 

Julgo ser uma pessoa sensata, mãe de duas crianças ainda pequenas, com as habituais dúvidas sobre a sua educação e sobre a responsabilidade de se ser Pai/Mãe nos dias de hoje. Leio, tento estar informada, sou atenta aos meus e ao que os rodeia. Vivo uma situação algo «diferente» de outros pais, pois ter um filho de 10 anos com PHDA obrigou-me a mudar muitos (pré) conceitos, alterar métodos educacionais e a não ter medo de «arriscar» diferentes estratégias.

Mas mais importante ainda, sinto que tenho, sempre tive, um olhar bastante crítico sobre tudo, sobre a sociedade, sobre os temas que me afectam ou que afectam quem me está próximo.

 

E por isso, idigno-me quando ouço certas coisas...como isto, numa padaria na hora do café «então, que queres? agora é assim, os putos não respeitam ninguém...não vale a pena, não se faz nada deles, olha coitados é dos pais...» a sério...coitados dos pais? não fazemos nada deles?

Ou seja na perspectiva desta senhora, o futuro está traçado e nada podemos fazer para o alterar...

 

Acho muito estranho tudo isto. Pais que não se importam (segundo notícias que vieram a lume, a mãe da moça agredida terá ignorado várias tentativas de contacto da escola), técnicos que se demitem da responsabilidade, sociedade que prefere ignorar...

 

E questiono - como é possível chegarmos a este ponto?

E quem são estas crianças? como se tornam vítimas? e agressoras? porque eu não aceito que digam que não se pode fazer nada por eles!!

 

Repensar as estratégias de actuação é pois urgente. Uma criança não é vítima por acaso, tal como outra não se torna agressora, só porque sim!

 

e como mãe coloco-me nos dois lados deste «fio»...mãe de uma criança que sofre abusos, ou de uma que os pratica....até que ponto seremos nós pais os responsáveis? e que responsabilidade podemos/devemos imputar à criança?

 

Confesso que ainda ando com isto às voltas na cabeça!

 

quando perde uma criança a sua inocência?

 

 

25.Mai.11

sinceridade

 

 

do Quico

 

«adoro-te mamã! adoro o papá mais um bocadinho...mas também gosto de ti!» {#emotions_dlg.sarcastic}

 

 

do Rafa

 

 

 

«não posso ir à escola mamã, doi-me muito a barriga...»

 

muito?? e então logo hoje que o avô ia fazer o feijão preto que tu gostas tanto....

 

«hummm, muito não, doi-me um bocado...»

 

mesmo assim vais ter de ficar a dieta...

 

«pronto não doi...mas não quero ir à escola....» {#emotions_dlg.clown}

 

 

 

 

24.Mai.11

a parte pior....

 

é superar o primeiro impacto da saída do Pai...

 

o regresso à rotina ajuda a normalidade mas demora o seu tempo. Ontem o Pai já foi embora, uma curta passagem de 24H não chega para matar as saudades e acaba por ser difícil de digerir.

 

O mais problemático é o Rafa que sofre imenso sempre que o pai vai embora. Tal como em mais pequenino, o Rafa continua a não lidar bem com a separação e pergunta uma centena de vezes «porque é que o pai tem de ir?»

 

ai que fico de {#emotions_dlg.unheart} quando o vejo chorar assim....

 

O Quico é que mais uma vez me surpreendeu! quando deu conta do mano a chorar (estva eu na casa de banho) resolveu fazer umas graçolas para o animar! gostei de ver o mais pequenino a tentar ajudar o mais velho!

 

tivemos mesmo de rir com a sua imitação de «rebolation» {#emotions_dlg.lol} e com uma espécie de dança do ventre!

 

 

Para esta semana ainda temos:

 

  • saídas (duas) com a escola do Quico - a um teatro de marionetas e uma ida à fábrica do arroz
  • uma aula dada pelo Rafa e pelo colega D. - vão falar de ciências (com direito a experiência e tudo)  e corpo humano...tão a ver de quem foi a ideia?

 

 

 

23.Mai.11

segurar as pontas

 

dos dois endiabrados pestinhas cá de casa hoje não vai ser fácil....

 

 

e porquê?

 

porque o papá veio assim sem se contar com ele...e em chegando o pai não há nada nem ninguém que os segure!

 

e por esta hora andará o Pai de pontas soltas a ver se os apanha {#emotions_dlg.lol} sim porque mal viram o Pai desataram a correr para que não os levasse à escola...

 

 

 

só espero que quando eu chegar não estejam todos «amarrados»

 

 

 

 

20.Mai.11

feita ao «bife»

 

 

com os meus dois rapazes!

 

O Rafa, 

 

 

 

 

é um atêntico come-tudo-o-que-lhe-aparece-à-frente! A sua perdição são no entanto as comidas do avô, mais ao estilo da cozinha mediterrânea, com batata, tomate, azeite e massas, peixes aromáticos no forno, arroz de pato, bacalhau com alheiras e broa e outras tantas iguarias saídas de receitas ou da cabeça inventiva do meu pai. Como se isso não bastasse adora feijão, lasanha e caldeirada de sardinha {#emotions_dlg.lol} e o belo do presunto, salpicão e chouriço (quando há o tradicional caldo verde é vê-lo à cata da rodela como se de um tesouro se tratasse). Também não se faz rogado quando o prato é leitão à bairrada. No entanto se lhe apresentar um belo arroz de legumes também o devora, assim como o salmão, atum ou a truta e o robalo. Come sempre maçã no fim da refeição e gosta de banana, adora melancia e come manga e laranja. 

Também com a comida o Rafa é de exageros e impulsividade. Por norma come muito mais ao fim do dia, quando deixa de ter o efeito da medicação para a hiperactividade. As mãos são as ajudantes preferidas, o uso do talher continua a ser um trabalho que lhe dificulta a rapidez com que quer engolir a refeição!

Se não controla a velocidade, muito menos controla a quantidade de comida que inger. O Rafa pode comer mesmo muito....

 

Ora isto traz-me muitas preocupações, claro. Desde logo porque tive durante muitos anos da minha vida uma batalha renhida com a comida (falei aqui da minha anorexia e da luta que tive de travar durante mais de 10 anos). Continuo a ter uma relação de amor-ódio com aquilo que consigo comer....ou que vejo os outros comerem...e sim, não nego que não gosto de ver o Rafa comer tanto em certas alturas. Além da minha maneira de olhar para essa questão e do lado mais «pessoal», como mãe preocupa-me que fique com excesso de peso, até porque toma outra medicação que tem como efeito secundário o aumento do apetite....

Tento por isso que coma de forma equilibrada, tendo especial cautela nas quantidades, porque quanto à variedade, só lhe faz bem gostar de todo o tipo de sabores! Estou sempre a pedir ao meu pai (que cá em casa me faz quase diariamente o almoço) que tenha cuidado com o sal, que utilize principalmente ervas aromáticas e que prefira usar o forno, grelhas ou woks. Também usamos apenas um pouco de azeite na confecção, cortamos em grande parte das gorduras e usamos as variantes magras e menos salgadas em fiambres (perú ou frango), carnes (brancas) e laticínios. Por aqui não existe o hábito de haver bebidas como sumos, refrigerantes ou afins, raramente se comem bolos comprados em pastelarias e as bolachas são criteriosamente selecionadas, sendo a tradicional bolacha maria a mais apreciada {#emotions_dlg.blink}

Mas o que se nota mesmo é a sua satisfação ao comer! Ultimamente até uso a sua «perdição» por comida como arma estratégica, do genero «deixo-te comer uma segunda porção, se usares o talher!». E quando ele faz reparos do tipo «como é que é possível haver comida tãoooooo boa?!»

 

Ora, se com o mais velho tenho de o mandar parar e cortar na comida....com o mais novo é mesmo ao contrário!

 

o Quico

 

 

 

é o vulgarmente chamado «pisco»! está-sempre-cheio-e-já-não-quer-mais....Acho que se não insistisse, acabaria por passar sem qualquer refeição. Conta-se pelos dedos as vezes que come sem ser empurrado. Como faz quase diariamente o almoço na cantina da pré, acaba por comer mais sopinha, prato que as auxiliares ainda conseguem forçar. Depois só mesmo umas garfadas e pouco mais. Aos lanches deixou de querer o pão. Bebe leite apenas em casa, iogurtes só duas marcas e raramente come fruta.

A sua única perdição é o chocolate, pelo que muitas vezes recorro ao famoso «deixo comer uma barrinha se comeres tudo o que tens no prato». Mesmo quando parece gostar muito de determinada comida, enche-se depressa e por isso, com ele tenho de estar sempre na lenga-lenga do «agora vamos comer mais três! vá, conta tu....»

Outra coisa extremamente irritante na alimentação do Quico é a forma como come. Sempre saltitante, acaba por se esquecer e desistir rapidamente de acabar a refeição. Enquanto o mano embora em movimento, come à velocidade da luz, o Quico, em movimento, mal «depenica»  a comida! A mastigar, enquanto que ao Rafa tenho de o lembrar que deve mastigar e respirar entre garfadas, ao Quico tenho de o incentivar a parar de mastigar e simplesmente engolir a comida....

 

Numa coisa ambos se comportam de igual modo: nenhum aprecia carne vermelha! por isso ao «bife» só mesmo eu! mas no sentido figurado!

 

 

bom apetite para este fim de semana!

 

 

 

 

19.Mai.11

Doença bipolar e PHDA

 

A doença bipolar da infância é uma questão bastante preocupante e para a qual tenho sido alertada pelo neuropediatra que acompanha o Rafa. Muitas vezes o meu filho apresenta características que podem ser compatíveis com esta manifestação, sendo que já em 2008 o médico lhe prescreveu um estabilizador do humor precisamente para combater esses sintomas e que realmente actua de forma visível, quer no controlo da instabilidade, quer a nível do sono. O Rafa sem este medicamento, dorme apenas umas 4 horas por noite, manifestamente pouco para a sua idade e saúde.

Na ultima consulta deram-me alguns textos sobre o tema e alguns sites onde consultei opiniões de especialistas em saúde mental infantil

Aqui deixo a partilha

 

Paula Cristina Correia 
Serviço de Psiquiatria da Infância e Adolescência, Centro Hospitalar Cova da Beira 
paula.correia@chcbeira.min-saude.pt  

«A doença bipolar na criança é mais difícil de diagnosticar e de tratar que no adulto, sendo um problema de saúde pública devido à severidade e cronicidade da doença. A dificuldade do diagnóstico prende-se com a diferente expressão da doença nas fases de desenvolvimento precoces, comparadas com o adulto associado a frequente comorbilidade (Pavuluri et al., 2005). A apresentação dominante da doença bipolar na criança é atípica, sendo predominante a irritabilidade severa, frequente o curso crónico e a apresentação mista de sintomas de depressão e mania.  

É importante avaliar a comorbilidade nas crianças com doença bipolar, a comorbilidade pode implicar desde uma dificuldade diagnóstica até uma estratégia terapêutica diferente com necessidade de um tratamento combinado. 

Como sequelas da comorbilidade temos ainda uma maior persistência da doença, um pior prognóstico, maior resistência ao tratamento com maiores custos da doença. 

É o diagnóstico diferencial versus comorbilidade com a Perturbação de Hiperactividade e Défice de Atenção (PHDA) que se revela mais complicado, uma vez que a doença bipolar e a PHDA têm aspectos comuns como o défice de atenção, a impulsividade, a hiperactividade motora e a pressão para falar (Wozniak J, et al, 1995). 

No sentido de clarificar esta questão, Faraone et al (1997) estudaram 140 crianças com PHDA. Após estratificarem a amostra de crianças com PHDA, em crianças com e sem doença bipolar, verificaram que havia um risco aumentado de PHDA nos familiares, em ambos os subgrupos. Mas apenas nas crianças com as duas patologias (PHDA e doença bipolar) o risco de doença bipolar nos parentes de primeiro grau era cinco vezes superior. Este autor sugere que a perturbação de hiperactividade com défice de atenção comórbida com a doença bipolar é familiarmente distinto de outras formas de PHDA e pode ter relação com a doença bipolar prépubere (Faraone et al (1997), Wozniak J, 1995). 

Ainda está por esclarecer se a doença bipolar de instalação precoce ou prépubere é um subtipo distinto da doença bipolar de instalação após a puberdade ou apenas uma manifestação mais precoce da mesma doença (Weller EB, 2004). Como a doença bipolar de instalação precoce apresenta aspectos clínicos e risco familiar diferentes, alguns autores pensam tratar-se de um subtipo de doença bipolar. 

Geller, ao estudar crianças bipolares comparando-as com crianças hiperactivas, realça que certos sintomas característicos da mania como a elação, ideias de grandeza, diminuição do sono e desinibição sexual foram quase só observados nas crianças bipolares. Os sintomas encontrados, tanto nas crianças bipolares como nas crianças com PHDA, foram a irritabilidade, a logorreia, a distractilidade e o aumento de energia (Charfi, Cohen, 2005). 

Hunt comparou 3 grupos de crianças, com doença bipolar, dos 7 aos 17 anos de idade. Um grupo manifestava irritabilidade sem elação, outro grupo apresentava predominantemente elação e o terceiro grupo era caracterizado por apresentar ambas (elação e irritabilidade). Verificou que o grupo caracterizado por irritabilidade sem elação era constituído por indivíduos mais jovens que os outros dois grupos, não havendo outras diferenças entre os subgrupos, nomeadamente a nível de severidade da doença, comorbilidade, duração da doença e história familiar da mania (Hunt e tal, 2009). Como o subgrupo que apresentava predominantemente irritabilidade tinha características semelhantes e história familiar de doença bipolar, tal como os subgrupos com elação, continuamos a considerar a irritabilidade episódica no diagnóstico da doença bipolar pediátrica. 

Para tentar perceber melhor o peso da irritabilidade e hiperactividade na doença bipolar na infância vamos usar a divisão desta patologia em fenótipo restrito e lato. O fenótipo restrito corresponde a crianças que preenchem, na totalidade, os critérios de diagnóstico do DSM-IV para hipomania ou mania, incluindo os critérios de duração e a presença de sintomas nucleares de humor elevado e grandiosidade. Ao fenótipo lato corresponde a doença crónica não episódica, que não inclui os sintomas nucleares, mas sim irritabilidade severa, labilidade emocional, hiperactividade, impulsividade, défice de atenção e explosões coléricas com agressividade dirigida aos pais, pares e professores (“affective storms”). Este é um fenótipo central na controvérsia, uma vez que são necessários mais estudos para se determinar se se trata verdadeiramente de uma perturbação bipolar de aparecimento na infância ou de sintomas prodrómicos de perturbação bipolar, de outra doença psiquiátrica que cursa com instabilidade e alteração de humor (Pavuluri et al., 2005). 

A controvérsia sobre a relação entre a doença bipolar e a PHDA continua. A doença bipolar de instalação precoce tem uma percentagem elevada de comorbilidade, sendo assim necessários estudos longitudinais para avaliar a continuidade dos sintomas bipolares da infância à idade adulta e determinar o peso da comorbilidade nesta patologia (Diler, 2009).»

 

De referir que muitas vezes existem diagnósticos errados e que levam a uma terapêutica desadequada. Aconselho todos os pais a ficarem atentos e não esquecerem que cada caso é único mas que poucas crianças efectivamente hiperactivas, apresentam apenas PHDA.

O Rafa por exemplo apresenta um conjunto de patologias associadas, tal como outras crianças que conheço. 

 

 

 

 

18.Mai.11

lembram-se....???

 

 

daquele vizinho que sempre nos aparece nos momentos menos oportunos? ou seja, quase sempre quando me faço acompanhar pelos meus pestinhas?

 

pois tivemos mais um encontro de 3º grau...

 

 

entro eu no átrio do prédio, arrastando literalmente o Quico que me tinha feito uma birra monumental para que lhe comprasse mais um dos quinhentos e cinquenta mil figuras Gormiti (arre que aquilo de virem empacotados não tem piada nenhuma {#emotions_dlg.annoyed}) e tentando evitar que o Rafa, tomado pela energia de final de dia, transformasse o que resta da mochila escolar, numa massa disforme, quando dou de caras com o dito, aguardando pelo elevador...ainda tento uma saída airosa, sobrepondo a minha voz aos gritos dos miúdos «esperem que a mãe tem de ver a caixa do correio» mas a coisa não correu bem porque o Quico desatou aos chutos à porta do elevador e eu acabei por ter de ficar para o fazer parar...

 

Assim que a porta abre, o Rafa precipita-se para dentro, o que leva ao reparo do vizinho «então, que educação é essa? tem lá calma...» e eu, assim entre o tom rigoroso e diplomático «então Rafa, o senhor estava primeiro, esperamos pelo outro elevador, está bem?» e o Rafa, já sem me escutar e a tirar os livros que me queria mostrar «olha mãe, olha, os livros que trouxe da biblioteca da escola, olha, são dois...» e no meio da confusão toca o telemóvel e o Rafa grita logo «deve ser o papá, vê se é o papá, mãe, eu quero falar com ele...quando é que ele vem?» e o Quico a aproveitar a barafunda impede com o dedo no botão que a porta do elevador feche enquanto grita «quero outro gormiti mamã, não quero saber, tens de comprar outro...». Eu acho que entrei no elevador sem me aperceber porque dei comigo lá enfiada, esmagada contra o raio do homem cada vez mais carrancudo, segurando numa mão uma saca do pingo doce e na outra o telemóvel que continuava a ter sinal...ora como só tenho duas, não consegui encontrar outra maneira de segurar na mão do Quico que de dedo espetado escarafunchava o nariz e de lá tirava o habitual «macaco» que queria aplicar no espelho do elevador....fogo, se há dias em que se comportam como selvagens, este foi um deles {#emotions_dlg.mad}

 

mas não pensem que baixei a cabeça. Virei-me para o Rafa, antes do elevador parar no piso do homem e em tom firme disse-lhe «mostra os livros em casa, agora seguras a mochila porque está aberta e podem cair» e ao Quico disse «vamos ter de ir limpar este espelho, deixo-te seres tu a pôr o líquido limpa vidros» e rematei quando o homem já estava para sair «depois vamos ligar ao papá porque ele gosta de saber do vosso dia» ao que os dois muito aprumadinhos responderam em coro «está bem mamã!» 

 

 

{#emotions_dlg.lol}

 

eu sei, sou totalmente maléfica! que querem? se não fossemos nós o prédio pareceria um museu

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

16.Mai.11

(quase) registo

 

 

 eu avisei que a falta de jeito para estas coisas nota-se muito em certas alturas....

 

 

 

 

 

 

pode ser uma curta metragem, no entanto garanto-vos que o Quico nos deu uma longa «seca» até se decidir a fazer parte do grupo dos pintados...aqui fica um dos momentos em que o avô o conforta enquanto ele observa os miúdos já trajados a rigor, parecendo muito envergonhado...na verdade apenas se mostrou envergonhado inicialmente, depois mostrou-se arreliado por o quererem «borratar» de castanho.... «pukê eu não queria ser pintado mamã? era muito feio....»

 

A música era a dos fabulosos Pimba e Timon, do maravilhoso Rei Leão - «Hakuna Matata» versão portuguesa e posso garantir que todos sabiam acompanhar!

 

...e as fotos ficam para qualquer dia (glup!) embora já tenha pedido algumas tiradas por outros pais e pelas educadoras do grupo! entre todas a ver se consigo pelo menos uma em que o artista não esteja desfocado {#emotions_dlg.sarcastic}

 

(já mencionei que sou mesmo boa not a fazer reportagens fotográficas???)

 

 

 

 

 

 

 

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