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Energia a Mais

A Hiperactividade vista à lupa

Energia a Mais

A Hiperactividade vista à lupa

30.Set.11

(des) mérito deste ministério

 

 

Já deixei de me «admirar» com as notícias de cortes, reduções, impostos a mais e ordenados a menos...Nada do que se passa neste país de esquizofrénica desgovernação me surpreende...afinal, o ser humano adapta-se às condições mais inóspitas e consegue sobreviver nas mais duras condições, por isso os portugueses - dando mostras de serem seres humanos perfeitamente integrados - lá levam a sua vidinha como se nada se possa fazer para fintar este «fado». No entanto eu, se calhar num estádio de desenvolvimento menos humanoide - ainda consigo ter uns laivos de indignação....

 

Posso até nem chegar a muita gente, não conseguir passar a minha indignação das portas para fora - mas tento! Pelo menos faço abanar alguns alicerces e quanto mais não seja, questiono sempre! e quando me dizem «é o sistema minha senhora...» então é a minha deixa para uma série de argumentos que acabam por fazer valer alguns direitos....sim porque o sistema tem rosto e tem nome!

 

Bom, isto para dizer que não me surpreendeu mais esta «facada» do ministério da educação ao retirar os € 500,00 dos prémios de mérito para os melhores estudantes do secundário. Na verdade ficaria surpreendida sim, se o ministério viesse trazer alguma novidade relacionada com a definição de uma política de futuro, mostrando que tem um plano para a educação do país. Mas fiquei indignada! Porquê? Ora porque entendia este valor atribuído como o reconhecimento na prática, do trabalho e do esforço (até familiar) de quem trabalhou para ser o melhor! E agora já sei que vão dizer  «mas então não é suposto os estudantes fazerem isso mesmo? trabalharem para terem bons resultados? têm de ser premiados por isso?» bem, para mim, o prémio funciona como incentivo para que alguns se esforcem ao maximo, numa altura em que convenhamos (até por motivos financeiros) o que apetece é desistir - e se a escolaridade é obrigatoria, então ao menos que se recompense quem obrigatoriamente tem de de gastar por ano muito mais dos que os € 500,00 para os filhos frequentarem a escola!

 

Sou muito crítica quanto ao sistema de educação, principalmente porque é baseado na penalização e não no reforço positivo. Os miúdos são penalizados quando falham, os professores são penalizados quando falham...enquanto que quem obtem bons resultados é ignorado! desde quando isso é incentivar a excelência? Até concordo que o dinheiro fosse entregue apenas para ser utilizado pelo estudante vencedor na sua educação - poderia ser para obter mais formação numa área à sua escolha (comprar por exemplo um curso de formação) ou para usar na continuidade dos seus estudos, caso seguisse para o ensino superior...agora, mandar entregar o dinheiro para apoio de projetos solidários???? mas quem fiscaliza essa entrega? e quem são os apoiados? famílias carenciadas que não mandam os filhos à escola mas compram telemoveis topo de gama? bhaaaa....

 

Não posso deixar de rerir que o Estado tem condições para financiar essas famílias carenciadas, sem recorrer a estes artifícios malabaristas de retirar a quem deu (ou disse que ia dar) para entregar a outros...

 

Hoje vou ter uma reunião na escola do meu filho e garanto-vos que vou querer saber muita coisa, nomedamente que apoios vou ter este ano no caso em relação à PHDA e às sua necessidades especiais. Vou questionar a escola mas vou sobretudo questionar o sistema - sim, porque ele vai lá estar, sentado na primeira fila e não o vou deixar escapar.... depois conto tudo!

 

29.Set.11

de coração

 

 

ou por causa dele, muitas vezes tomamos certas atitudes que nos acompanham para sempre

 

No post anterior falou-se de família. Do peso que tem na construção dos nossos sentimentos e das decisões que tomamos (ou não) em função dela. Falou-se da necessidade de ultrapassar preconceitos, flexibilizar comportamentos, adaptar estilos.

Na minha família, como em qualquer outra, temos laços - uns mais fortes, outros nem tanto.... Desses laços falo neste post

 

A decisão de formar família estava tomada e o nascimento do nosso primeiro filho veio reforçar os nossos laços. Para a familia mais próxima seria um momento vivido também com entusiasmo pois este foi o primeiro neto dos meus pais, primeiro neto rapaz do lado paterno (havia uma neta) e como conviviamos regularmente sempre existiu um envolvimento de todos.

Para nós, pais de primeira viagem, recorrer aos mais experientes parecia-nos perfeitamente normal, dado que nos livros e revistas tudo é demasiado perfeito e cheio de regras fixas. Claro que desde muito cedo, percebemos que os comportamentos do nosso primeiro filho esbarravam na lógica e desafiavam o conhecimento dos mais experientes...

Quase tudo no Rafa era diferente, o seu desenvolvimento precoce obrigava-nos a desfazermo-nos aos poucos da ideia de um bébé «típico» e de nada pareciam valer os conselhos dos outros. Lembro-me que os sentimentos dominantes nessa altura, entre nós, pais, eram os de insegurança e frustração! Sentiamo-nos inseguros em relação a qualquer passo que davamos e frustrados por não entender-mos porque não resultava...

Os conselhos dos outros passaram a ser encarados como «controladores» do nosso fracasso - frases como «deviam fazer assim...»; «ele nao pode fazer o que quer...»; «não o deixem fazer isso...» quando falamos de um bébé de meses pareciam-nos descabidas mas por outro lado, não conseguiamos ter melhores resultados!

 

Durante algum tempo ainda frequentamos as casas dos nossos pais mas aos poucos acabamos por nos afastar pois sempre que iamos com o Rafa, ele berrava o tempo todo, parecia estar sempre com as roupas em desalinho, recusava comer nas horas em que os outros o faziam, queria andar sempre em movimento mesmo quando ainda só tinha 5/6 meses...Tinhamos tanta dificuldade em chegar a horas para um almoço de domingo por exemplo que ficavamos envergonhados por todos terem de esperar por nós, constrangidos por sermos os primeiros a sair...

 

Se com os meus pais, fomos tendo um relacionamento diferente foi sobretudo pela intuição da minha mãe que desde logo me avisou sobre o que ela achava não ser «normal» num bébé daquela idade, alertando-me para que procurasse falar com médicos ou especialistas em desenvolvimento infantil - em vez de nos recriminar o tempo todo, ela entendeu que algo era «diferente» no Rafa, embora não soubesse o quê...Alias ela esteve sempre na frente - foi ela que me aconselhou a ligar para a APCH em 2004, alertada por uma entrevista que viu com Linda Serrão...antes mesmo de eu ouvir falar em hiperatividade!

Mas com o lado paterno, as coisas nunca foram bem entendidas - para eles, nós não tinhamos «mão» no miúdo, nunca conseguiram descolar da imagem de indisciplinado, birrento e mimado - continua a ser uma das frases do costume «isso é mas é mimo» (como se o mimo fosse doença...)

 

Nos anos que se seguiram, num esforço para percebermos o que se passava, fomos tendo um percurso intenso. Andamos com o Rafa no Instituto de genética, andamos dois anos em consultas de psicologia infantil na ANEIS (para crianças sobredotadas), andamos em neuropsicologia e por fim fomos encaminhados para neuropediatria - tivemos vários diagnósticos, desde paralisia cerebral, autismo, sobredotação e finalmente um diagnóstico de PHDA com transtorno de oposiçao/desafio e caraterísticas de asperger.

O que sabemos é que ao longo desse período os laços familiares se foram alterando. Com os meus pais por perto, apoiando as nossas tentativas os laços foram-se reforçando - com o lado paterno ignorando o nosso esforço e mantendo atitudes «mais fechadas» em relação aos diagnósticos que iamos tendo, os laços foram-se rompendo. De um lado, tinhamos uma casa onde sabiamos poder deixar o Rafa, para por exemplo, tentarmos descansar um pouco (isto numa altura em que o dormir era um tormento e eu andava praticamente sonambula durante o dia - do outro, passamos de pelo menos um almoço semanal para visitas rápidas cada vez mais distantes, até encontros ocasionais em alturas de festas tradicionais (evitavamos encontros familiares demorados porque sempre nos traziam mais conflitos)

 

Depois de um diagnóstico correto e do início da medicação, a nossa vida foi estabilizando, como casal, fomos aprendendo a conviver e a saber lidar com as diferenças do Rafa, mudamos de zona de residência porque percebemos que teriamos de estar mais perto de quem nos poderia ajudar. Com a minha mudança de atitude muito se alterou. Essa reforma interior foi o ponto decisivo - levou a que todos os que me rodeavam também alterassem a forma de ver as coisas. Como passei a encarar as situações de outro modo, mudei a forma como me relacionava com os outros. Deixei por exemplo de ter a necessidade de «pedir desculpa» pelos comportamentos do Rafa, pelo facto de ter alterado hábitos e regras «normais» mesmo em relação à família! Deixei de me sentir insegura na forma como me organizava e definia as estratégias a usar com o meu filho. 

 

Vivo agora muito perto dos meus pais (eles vieram viver para a minha zona após saberem da minha vontade de regressar ao trabalho) e conto com eles para tudo. Sei que o fazem de coração aberto e sem ressentimentos e só por isso aceito de coração todo o seu empenho! Adoro-os e sei que fazem da nossa vida, a vida deles também, respeitando sempre o nosso caminho mas mostrando que estão lá!

Com o lado paterno vêmo-nos esporádicamente, mantemos um cordial relacionamento - nunca iria impedir que fizessem parte da vida destes netos mas nunca iria impor esse relacionamento. Sempre que nos visitam (quanto a nós irmos a casa deles é mesmo muito raro) os miúdos mostram uma alteração e uma agitação que eu sei terem a ver com o facto de detestarem intromissões na rotina - tudo o que é novidade (e isso vale para as visitas) é motivo de alteração.

 

No passado domingo a minha sogra e o companheiro vieram trazer alguns produtos da sua quinta e como sempre os miúdos «passaram-se». Começaram por saltar, cantar e trepar por eles acima. Ignoraram os diversos pedidos de «falem mais baixo», quiseram arrastá-los para um jogo de bola (dois minutos depois de terem chegado). O Rafa passava o tempo a interromper a conversa de circunstância querendo sair de casa ou perguntando coisas que nada tinham que ver com o momento (coisa que acontece sempre que está nervoso), recusou-se a beijar os avós, circulava pela casa sem saber onde parar...O Quico quer toda a atenção para ele - passou o tempo a chamar nomes feios, deu pontapés, bateu com o pau da vassoura nas costas do companheiro da minha sogra (que conhecem como avô paterno). Logo, a visita terminou abrutamente, sem grande manifestação de pesar da minha parte, pois sei que apesar de tudo, os meus miúdos apenas reagem assim pelo desconforto que sentem quando estão na presença de pessoas com quem não convivem muito. 

 

Se tenho pena de não conseguir manter uma maior harmonia familiar com o lado paterno? Alguma...mas reconheço que não sou a única a ter de construir essa harmonia. Sei perfeitamente que as atitudes do outro lado (o estarem sempre a chamar a atenção dos miúdos pelo barulho, o apontarem todos as «asneiras», o fazerem comparações com os outros primos) não são as mais corretas...mas não sou eu que as posso mudar pois não?

 

 

27.Set.11

no seio da família

 

já se sabe que existem conflitos em todas as famílias...

 

seria estranho não existirem dado que uma família é constituída por membros com diferentes personalidades, marcada por contextos externos, influenciada por diferentes situações. No entanto o que faz funcionar uma família é sem dúvida a coesão - pode haver diversas opiniões, até modos de vida díspares mas cada família tem uma espécie de código de conduta que a mantem coesa. Esse código permite que se resolvam entre a família os diversos confiltos que surgem no dia a dia - quando esse código se rompe e deixa de haver coesão entre os seus membros, a família desmorona-se...

 

Existem muitos motivos para que neste blog se fale de família. Já mencionei que a estrutura de apoio familiar é muito importante para a estabilidade de qualquer criança e ainda mais importante no caso de crianças com disturbios comportamentais. Sem apoio da familia a criança sente-se muito mais perdida, muito mais desajustada. As próprias regras que pretendemos passar a estas crianças, não fazem muito sentido se não forem implementadas em casa, por toda a família. 

Claro que existem famílias hoje, bem diferentes das de antes. Muitas «famílias» são monoparentais e não existem até relações com outros membros, fora desse núcleo reduzido. Infelizmente...

Também já por aqui se falou do facto destas crianças terem um efeito provocador e desafiante para as famílias - umas aceitam esse desafio e mostram-se unidas na procura de estratégias conjuntas; outras (um número bem grande, na realidade) entram em rota de colisão e simplesmente desistem, acabando por se afastarem, rompendo laços e desmembrando a família - um numero alarmante de divórcios ocorre entre casais com filhos portadores de PHDA (mais 60% do que em outros casais)

Além da família mais próxima (pais e irmãos) estas crianças interferem na vida de outros membros como avós, tios e primos. Desde as situações mais vulgares do dia a dia, até situações pontuais como celebrações familiares (casamentos, festas de família) ou festas tradicionais (natal, páscoa), ter na família crianças portadoras de PHDA pode transformar as relações em momentos de alta tensão e sentimentos contraditórios.

 

Falo por experiência (minha e de casos que acompanho)...

Ninguém pode obrigar os outros a «aceitarem». Isso só pode vir de dentro - quando um ou mais membros da família não entende o porquê de certas atitudes e comportamentos, quer da criança, quer dos que a aceitam como ela é, não se resolve nada em mostrar rancor. Os que não entendem nunca entenderão, a situação só irá piorar e a convivência vai-se deteriorando. Uma coisa que sempre devemos impor a nós proprios (que temos um desgaste acrescido com a educação destas crianças) é saber escolher as batalhas - e fazer uma cruzada contra os familiares que estão em desacordo ou mostram não (querer) entender, é aumentar o desgaste não acrescentando nada de válido e positivo!

 

Por isso, aos membros da família que adotam uma postura, por vezes até ostensivamente contrária ao rumo que pretendemos dar à educação da nossa criança, temos um destes caminhos a apontar - ou aceitam não interferir seja qual for a situação, continuando no entanto a contactar com alguma regularidade (acredito que os que o façam com frequência não consigam ficar sem interferir) ou aceitamos nós que o esforço de estar juntos não compensa e mais vale cada qual seguir o seu lado...E, sinceramente, nem é uma questão de conversar, dar mais informação, mostrar «provas» médicas....Quem não quer entender não entende e pronto! Iremos andar sempre a explicar, quase a pedir desculpas pelo facto da criança ter um problema como PHDA que se denota em comportamentos considerados de má educação, pedindo desculpas por não conseguir-mos controlar a sua impulsividade e irrequietude?! 

 

Enfim...cabe a cada um decidir sobre a melhor maneira de orientar o seu relacionamento familiar - mas que não é fácil, isso garanto! e feita esta introdução, está aberto o caminho para opiniões sobre o que vou contar no próximo post, da visita dos meus sogros que acabou (mais uma vez) em confusão e embaraço...

 

Mas agora e já que o post fala do que de mais importante existe - a família - aqui vai o destaque merecido à nossa, iniciada faz hoje, dia 27 de setembro, uns belos 13 aninhos!!!! com altos e baixos é verdade, muitas vezes contornando obstáculos, mantendo no entanto o código intacto

 

 

 

tal como o nó que nos une!

 

 


26.Set.11

ai os recados....

 

 

que os miúdos trouxeram da escola na semana que passou, deixam-me os nervites em pé

 

O Rafa esquece-se de entrar quando a campainha toca para anunciar o fim do intervalo...parece que anda muito ocupado a explorar a escola nova e não «ouve» o toque que avisa para o início de uma nova disciplina...assim, já trouxe recado no livrinho de que na próxima vez que se atrase a entrar leva uma falta - se bem que não me parece que ele tenha entendido isso como grave {#emotions_dlg.confused}

 

Entretanto também se esqueceu num dos dias, de ir almoçar - disse que achava que estava num intervalo entre aulas e quando deu pelo engano estava na hora de entrar...portanto não foi à cantina e resolveu tirar uns «m&m» da máquina do bar....coisa que ele nunca come e que nem sequer gosta....obviamente não alimenta e não é opção para «lanche» ai!!!

 

Do Quico os recados são muito semelhantes aos do ano anterior - brincadeira favorita «andar à luta» coisa que claro, não agrada nem às auxiliares, nem à educadora, nem aos objetos da luta - os amiguinhos!!! Este ano já ficou de castigo duas vezes, o que para início de ano, está a entrar numa média bem elevada...além disso está a fazer demasiadas birras em casa que nos obrigam a andar sempre em pé de guerra - castigos, palmadas e gritaria têm sido o prato forte todos os dias.

 

O fds passou de modo tão rápido que quase nem davamos por ele - um curto passeio pelo parque da cidade, por culpa do Rafa que embora tenha querido ir, mal lá chegou, mudou de ideias e nos fez regressar a todo o vapor a casa...e uma visita «relâmpago» dos avós paternos que sairam de nossa casa praticamente expulsos pela intempestiva reação dos miúdos! coisa que dará outro post e que aqui terá destaque....

 

25.Set.11

PARABÉNS

 

 

Ao papá! Embora bem longe de nós (está novamente a caminho da alemanha...) ele está no nosso coração e não queremos deixar passar este dia sem o referir aqui no blog! Aguardamos em pulgas a tua chegada para te dar todos os mimos que mereces e fazer-te apagar as velinhas - 38 - a que tens direito!

 

 

e como sabemos que gostas deste personagem pedimos ao Garfield que te trouxesse um bolinho para partilhar por cá....

 

 

22.Set.11

SIM, JÁ TEMOS!!!

 

 

Os Pais de crianças com PHDA já podem contar com um espaço de apoio no Norte do País

 

O NÚCLEO DA ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DA CRIANÇA HIPERATIVA

 

 

APDCH - Associação Portuguesa da Criança Hiperactiva

 

 

ESTÁ AGORA EM SÃO JOÃO DA MADEIRA

 

E neste espaço podem-se partilhar experiências, afetos e conhecimentos. Podem-se tirar dúvidas, esclarecer pontos de vista, pedir ajuda para trâmites mais burocráticos.

A partir de Outubro de modo bem mais fácil e muito mais próximo, sempre que necessite de qualquer tipo de ajuda, existe um ponto de encontro.

 

Quer seja para acompanhar a vida familiar, quer seja para ter uma via aberta com a escola, ou para combater os preconceitos da sociedade, pode solicitar facilmente e sem encargos, um apoio especializado. 

 

Em breve divulgarei os contactos mais diretos, bem como a data oficial da inauguração deste espaço da qual sou a responsável mas que conta com todos os interessados para crescer e ser uma referência válida.

 

Agradeço a todos os que contribuiram para este «nascimento», às Doutoras Patrícia e Vanessa da CMSJM, à própria Câmara Municipal de São João da Madeira que nos cedeu o local e aos pais de crianças com PHDA que incentivaram e motivaram todo o projeto! Um beijo a Linda Serrão, presidente da APCH, cujo empenho será será sempre bem vindo!

 

...isto sim, são novidades!!!

 

19.Set.11

Cheira a Outono

 

 

e o Rafa anda imprevisível como o vento....

 

ora sopra de nortada e tal como esse, gela-nos até aos ossos com as suas frias respostas e cortantes «tiradas»

 

ora sopra do deserto e com a sua aridez quente e seca, deixa-nos sem respirar «abafados» com os argumentos que nos apresenta....

 

este fds andamos ao sabor de ventania e por vezes tivemos fortes «rajadas» que abalam os nossos alicerces - aí descobrimos que continuamos frágeis e incapazes de controlar os momentos de turbulencia.

 

Resta esperar que a semana traga uma brisa mais suave, embora já esteja prevenida com um corta-vento, daqueles bem finos e leves, cuja função principal é proteger sem no entanto retirar a «magia» que se sente quando o vento faz rodopiar folhas e agitar sonhos!

 

 

 

15.Set.11

sem baldas

 

 

(embora com muitas tentativas quer de um quer de outro) {#emotions_dlg.lol}....

 

lá os levei de volta à escola

 

tal como nos anteriores, também este ano teve de ser preparado com alguma antecedência - no Rafa, com suporte da medicação lá conseguimos reajustar a hora de dormir, a hora de acalmia e a hora da «turbulência»; no Quico, as rotinas foram gradualmente aceites, uns dias melhor, outros pior, conforme a agitação do resto da casa e da sua natural irrequietude o permitiram. Para os dois a habitual dose de incentivo e muitas demonstrações práticas do que a escola pode trazer em termos de um futuro risonho 

 

Para o mais novo as mudanças na escola nem foram muitas (quase nenhumas) apenas alguns colegas novos. A educadora é a mesma do ano anterior e as auxiliares mantiveram-se por ali o que lhe permite ter a «sua» adorada A. {#emotions_dlg.heart} bem juntinho!!! Este ano vai sair «casório» de certeza, porque o moço já avisou que desta é que é!

Os primeiros dias foram correndo de modo mais pacífico, embora com alguns «desvios» matinais que eu tolerei porque ainda não estava a trabalhar. No entanto a partir de agora só o avó poderá decidir o percurso e quem fica «entregue» primeiro - se o Quico se o Rafa (algo a que já os avisei para não haver discussões)

 

Para o mais velho a situação é bem diferente. O Rafa entrou para o 5º ano e tudo é novo! O meu rapazinho foi para uma EB2-3, ou seja uma escola onde se juntam segundo e terceiros ciclos. Muitos miúdos e faixas etárias bem diferentes...mas a verdade é que esta escola me pareceu muito bem pensada e organizada. E pelo que vi até agora, acho que não me enganei - para além dele já ter frequentado o ensino básico numa escola deste agrupamento e por isso eu já conhecer muitos membros dos quadros diretivos e muitos docentes. Portanto, uma mudança que espero seja bem aceite por ele.

 

Da escola que agora fiquei a conhecer por dentro nada tenho a apontar - boas estruturas, muito bem equipadas - pisos sintéticos, vidros duplos, boa utilização da luz natural, bom planeamento das salas (permitem que por exemplo os 5º e 6º anos tenham uma ala separada), salas equipadas com video projetor e quadros interativos, cantina bem equipada, bar e salas de estudo informais, biblioteca e salas de informatica, cacifos para os bens pessoais, cartao magnetico que permite aos pais verificarem o que consome e por onde anda dentro da escola, etc...

Com toda esta novidade, o Rafa ainda está na fase do «porreiro» ou seja para ele, tudo é novo e entusiasmante, como sempre adora as novidades e a fuga à rotina - o problema vai ser quando esta se instalar....

 

As manhas deles eu já conheço e o Rafa continua a ter problemas com as roupas, a higiene e sobretudo com o organizar a sua saída de casa....mas, como também estou preparada para isso, acho que por enquanto posso dizer que isto do regresso à escola até nem está a correr mal!

 

Dois apontamentos finais - o Rafa anda em casa com a mochila às costas, mesmo para realizar as tarefas mais básicas, como usar a casa de banho ou ir comer {#emotions_dlg.sarcastic} e se bem conheço o meu filhote, isto vai continuar mais uns dias....

O Quico quer ter cadernos como o mano mas não acha necessário aprender a escrever neles...aliás usa-os para rasgar as folhas que depois quer colar com super cola....e por enquanto continua a achar os livros «uma seca»....

 

 

 

12.Set.11

na rentrée....

 

 

que quase não se pode chamar assim, dado os acontecimentos que marcaram as nossas férias {#emotions_dlg.brrrpt}

 

uma breve passagem pelo blog para deixar um registo e a promessa de que assim que a «normalidade» típica desta casa regressar, o blog será actualizado como deve ser....

 

os nossos dias a quatro afinal não o foram....a passagem por São Pedro do Sul - Bioparque de Carvalhais, local aprazível, dotado de excelentes condições para uns dias de ar puro e retemperantes actividades ao ar livre, foi bem mais rápida do que previsto e teve um sabor agri-doce...o Pai teve de se ir embora no dia anterior à nossa ida, o que nos provocou uma sensação de «balde de água fria». Parece que existem patrões que a pretexto da «crise» inventaram uma nova forma de escravidão - chantageiam os funcionários, obrigando-os a abdicarem até do período normal de férias, insinuando que se não fizerem esse «esforço», outros o farão (há sempre alguém que espreita o nosso lugar)...e assim, de repente, o que era suposto ser o início de um período em família, planeado desde o ano anterior, transformou-se num «quebra-cabeças» para dar a notícia aos miúdos.

Para a tristeza não ser a dobrar, decidimos manter a nossa ida, optando por levar os avós pois eu confesso que não me sentia com disposição para enfrentar sozinha os dias de «treino» que me esperavam. A avó ainda tinha uns dias de férias por gozar e conseguiu fazer a troca, o avô prestou-se a conduzir-nos e o pessoal do bioparque lá nos trocou o nosso «pacote» a quatro, por um que permitisse o alojamento de cinco, dado que com 3 adultos a coisa teve mesmo de ser diferente - também as actividades foram adaptadas pois os avós não se entusiasmaram por aí além com a perspectiva do «arvorismo», preferindo uma caminhada até aos «moinhos»...e piscina - muita piscina (também com um sol maravilhoso e este cenário de fundo, quem quereria outra coisa?!)

 

 

 

 

A nossa primeira noite foi uma tortura para o Rafa...por puro esquecimento não lhe levei a medicação para dormir....com a agitação natural aumentada devido ao extase em que se encontrava pelo efeito da novidade, ele simplesmente não conseguia dormir. As coisas até poderiam ter sido encaradas de outro modo mas eu também andava cansada e ainda sob o efeito da «desfeita» de não ter as coisas como planeadas e os nervos estavam em franja...

Começou por escolher um quarto dos três disponiveis no nosso retiro «casa de montanha», escolheu o de tom verde, de nome «Alecrim» para partilhar com o mano. Eu fiquei no quarto ao lado «Rosmaninho» e os avós no do outro lado «Carqueja». Instalados para a noite, fiz como habitualmente em casa, deixei-me ficar por perto enquanto tentavam adormecer. O Quico parecia estar cansado, o Rafa, palrava sem parar. Depois de uma hora nisto, já eu me preparava para ir para a cama o Rafa chamou-me que não conseguia dormir, que era melhor eu ficar no quarto com eles...Verifiquei que o mais novo estava prestes a dormir e aconselhei o Rafa a deixar-se levar pelo embalo....mas ele continuava agitado e sem conseguir parar de se mexer. Então sugeri que fosse comigo para o meu quarto. Assim que nos deitamos ele voltou à «conversa da treta» e passado mais de 45 minutos não dava sinais de se calar....Disse-lhe que tinha de se esforçar por se acalmar e nos deixar dormir, caso contrário de manhã seria difícil conseguir-mos aproveitar o pequeno almoço sugestivamente chamado de «biodespertar» e as actividades desse dia - tiro ao arco e piscina. Irritou-se ainda mais e depois de uma centena de voltas a pontapés na roupa da cama, levantou-se e passou ao quarto dos avós. Lá fez com que a minha mãe se mudasse para o meu lado e ele instalou-se com o avô. Passado um curto período de tempo ouviu-se a primeira altercação...vozes exaltadas quer de um quer de outro fizeram-me suspeitar que em breve haveria nova «rodada» na ocupação das camas. Não me enganei, ele voltou ao meu quarto, a avó foi para o outro e durante uma meia hora assim ficamos...até que se impacientou de novo, comigo já a ficar alterada e mudou-se para junto do irmão...Aí chegado resolveu que se ele não dormia o irmão teria de o acompanhar acordado e vai de tentar acordar o mais novo, falando alto, querendo jogar PSP, atirando com a roupa de cama pelo ar e tudo que se lembrou de fazer nesse momento de impetuosidade. Claro que nessa altura reagi da pior maneira possível, dominada que estava pelos nervos acumulados - gritei com ele, ele gritou mais alto, eu dei-lhe um estalo e pronto....a festa começou. Os meus pais acabaram por intervir e ele voltou a ocupar o lugar ao lado do avô...mas com todo o barulho que fazia era impossível aguentar-mos e portanto lá rodamos novamente até ele vir parar ao meu lado.

 

Nessa fase já tudo estava em alvoroço....as horas tinham passado, estavamos de madrugada e ninguém conseguia conciliar o sono. De repente dei comigo a pensar como estava a ser estúpida - tinha de me acalmar...em vez de gritar com ele, tinha de lhe transmitir tranquilidade que era o que lhe faltava. Portanto tive de me concentrar e equilibrar a minha energia. Quando fiquei calma tudo passou a ser bem mais claro. Olhei-o nos olhos, peguei-lhe na mão, disse-lhe vou fazer um chá para tomar-mos os dois, depois voltamos a tentar adormecer está bem? - a transformação foi imediata, ele desatou a chorar descontroladamente, anuiu com a cabeça e lá fui fazer o chá. Depois de beber, agarrou a minha mão, a respiração foi desacelarando, finalmente pegou no sono!

 

Ainda tive de mudar mais uma vez de cama, pois o Quico de repente acordou e estranhou o sítio....de qualquer modo, foi uma noite em que pouco dormi mas talvez por estar no meio da natureza (e pelo meu Reiki nocturno) de manhã estava fresca que nem uma alface e pronta para um despertar completamente bio! e que despertar! muitos passarinhos cantantes, muita «bicheza» para nos dar os bons dias e um festim para os miúdos (e os graúdos) se deliciarem

 

 

 aqui ficam algumas fotos do local onde ficamos alojados

 

 

  

 da maravilhosa piscina

 

 

 

 

e do tiro com arco, que os pequenos adoraram (registo o cuidado dos monitores que até tinham um arco mais pequeno adaptado ao Quico para ele também participar da experiência!)

 

Adoramos o sítio e prometemos voltar com o Pai para nos desforrar-mos nas actividades que não chegamos a experimentar e lhe mostrar-mos tudo o que fizemos!!! Afinal juntos, os quatro, em férias estivemos apenas três dias - temos de nos «vingar» nas próximas, certo? (optimismo nunca me falta lá isso não podem negar....)

 

E como para o Quico a rentrée escolar é hoje, fica a promessa de vos contar como correu. O Rafa só amanhã irá conhecer oficialmente a nova escola - o regresso a sério está marcado para quinta feira, que é tambem o dia da minha rentrée laboral lol!

 

 

e psstt...psstt...a rentrée traz surpresas! boas...daqui a uns dias vou mesmo contar ok?

 

 

 

05.Set.11

enquanto outros

 

 

estão de regresso ao trabalho....

 

nós estamos finalmente juntos em família para aproveitar estes últimos dias antes da escola reiniciar. O Pai vai estar connosco até dia 12 e eu estou de férias até dia 15, antes mesmo dos miúdos voltarem à rotina, o que nos permite acompanhar esses seus regrressos.

 

 

Aventuras para contar temos muitas, afinal, estivemos no mês de Agosto quase sem blogar, muito por culpa do meu pouco tempo e da insistência na utilização do PC pelos mais novos da casa....mas nenhum de nós saiu «ileso» desse período e assim que volte daqui

 

 

                                                 www.bioparque.org 

 

 

 por onde espero poder encontrar algum sossego e muita diversão a quatro

 

 

 

irei por certo actualizar tudinho!

 

 

 

beijinhos a todos os que estão já a voltar a casa e votos de continuação de boas férias para quem ainda queima os últimos cartuchos do Verão!

 

 

 

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