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Energia a Mais

A Hiperactividade vista à lupa

Energia a Mais

A Hiperactividade vista à lupa

30.Abr.12

estou só a recuperar

 

 

digamos que o início da semana em véspera de feriado não vai dar tempo nem para repor a normalidade da respiração...

 

 

do alvoroço de fim de semana 

 

  • pai que chega numa sexta para sair já hoje
  • pai que sofre na pele a falta de hábito para acompanhar o ritmo dos filhos (e mãe que tem de apagar todos os fogos)
  • uma saída a quatro, alucinante como sempre
  • constantes deslocações a casa da avó (que continua com muitas dores e parece estar agora a perceber a dimensão da sua situação)
tou ainda sem folego....e a digerir «aquela» maldita coisa azul que se me atravessou na garganta {#emotions_dlg.brrrpt} (ok...campeonatos há mais importantes que o de futebol...mas carago, precisava ser assim de repente, perder antes do lavar dos cestos?)
27.Abr.12

eles, eu e o autocolante

 

ultimamente tenho-me deparado com a necessidade de uma rigorosa preparação logística do meu dia a dia...todos os segundos contam para a gestão do meu tempo e a execuçao das minhas tarefas é praticamente cronometrada...juro!

 

quer isto dizer que qualquer falha pode ser fatal para a engrenagem...dou-vos um exemplo

 

de manhã, primeiro passo - levar os miúdos à escola. Tudo pensado de véspera, roupas escolhidas já à mão, mochilas preparadas, lanches adiantados logo cedo, rituais rigorosamente observados (ou tenho de levar com birras monumentais por querer saltar qualquer passo) - saio da cama e apronto-me antes deles, acordo o mais novo mas deixo-o ficar na minha cama a espreguiçar, instisto com o mais velho para que cumpra a sua higiene pela ordem correta e ligo a tv às 7h45. Visto o mais novo que tem de ficar pronto um minuto antes do mais velho, deixo o mais novo escolher os brinquedos que quer levar no carro, insisto com o mais velho para que termine de se arranjar, ponho o mais novo a tomar o pequeno almoço, dou a medicação ao mais velho, limpo o mais novo, vou procurar o mais velho, lembro-o de tudo o que tem de levar para a escola (incluindo a mochila e cartão de aluno), desligo a tv que ninguém entretanto viu, deixo o mais novo ir sem casaco até à porta de saída do prédio mas finjo que estou zangada, empurro o mais velho que nunca se decide a entrar no elevador, empurro os dois para dentro do carro, obrigo a colocarem o cinto dizendo que o polícia das escolas vai estar atento, tiram o cinto ou recusam coloca-lo, discuto mais um minuto, ameaço que não arranco, põem o cinto, arranco, o Rafa abre o vidro porque fica agoniado, o Quico imita-o, obrigo a fecharem os vidros, chego à escola do mais velho...percebem? se tiver de andar 5 minutos a desfazer os nós dos atacadores das sapatilhas que o Quico insiste em fazer às escondidas, já a coisa pode ficar complicada.

 

Ora esta quinta feira, depois do primeiro passo, tive de fazer as minhas tarefas domésticas básicas, antes de ir a casa da minha mãe pois foi dia de curativo e ela queria mudar de roupa, tratar da sua higiene, claro, dar um jeitinho, como ela diz....depois tive de ir para minha casa fazer o almoço até porque agora não gosto de deixar a bisa muito tempo por sua conta (se bem que ela tem mobilidade total e desenvoltura suficiente!). Depois de arrumar tudo, levar a bisa até à medição semanal da sua tensão, deixá-la na cabeleireira para tratar de cabelo e unhas e enquanto ela era mimada, correr ao supermercado fazer umas compritas de frescos e carnes. Por volta das 14h30 deixei-a em casa, fui então para a associação onde tinha vários assuntos a tratar. Às 16h00 fui buscar o mais velho e um amiguinho e levei-os para casa, onde deixei lanche preparado e entretenimentos, com recomendações que não chateassem a bisa enquanto eu ia buscar o mais novo às 17h00. Levei o mais novo comigo e deixei-o em casa dos meus pais onde o avô se encarregou dele enquanto eu saltava até ao shopping mesmo ao lado para comprar as roupas necessárias para o sarau da escola (os dois vão participar).

Às 18h15 estava em casa, dei início à preparação do jantar, chegou o pai do tal amiguinho e ele foi entregue, deixei o Rafa jogar no pc, o Quico brincar com os gormiti, assim tive tempo para ajudar a velhinha na sua higiene da noite, terminei o jantar, insisti para que fossem lavar as mãos, separei-os várias vezes, aguentei a birra do Quico para não comer (que incluiu viragem da comida sobre a mesa e consequente castigo - ficou sozinho no quarto até acalmar e não o deixei comer até me parecer que estava na hora certa...o que resultou pois lambeu o prato!). Dei banho ao mais novo, enquanto supervisionava o banho do mais velho, voltei a separá-los várias vezes, arrumei tudo, voltei a separá-los, aguentei as últimas birras e consegui dar a medicação ao mais velho, deixei que arrumassem os brinquedos da noite, consegui metê-los na cama....vim blogar um cadito...a engrenagem a rolar

 

o que eu não estava preparada para aguentar, o que me fez emperrar a engrenagem, foi a porra de um autocolante....vocês conseguem imaginar a importância que pode ter um simples autocolante?! para um miúdo com PHDA associado a muitas outras coisas...pode ter uma importância vital! por causa de um simples autocolante que ele não conseguiu encontrar, eram duas da manhã, andava eu de rabo para o ar dentro do carro, esquadrinhando o chão debaixo dos assentos, com ele ansioso à porta de casa, esperando...por causa de um autocolante senhores!!!! lixei a engrenagem!

 

 

 

26.Abr.12

ele há cravos

 

 

e cravos!! e não, não me parecem todos iguais, nem todos me captam a atenção da mesma forma

 

quando fiz uma pesquisa de imagens pela internet com o objetivo de escolher uma foto para ilustrar o meu post sobre o 25 de abril, vi várias e algumas delas até gostei...mas nenhuma me pareceu tão adequada como aquela que acabaria por escolher, de um cravo vermelho sangue sob um fundo verde! para mim o verdadeiro simbolo de tudo o que eu falava no post - ora aí estava o cravo perfeito, jogando com cores simbólicas para a nação, o verde e o vermelho, ao mesmo tempo uma mensagem de esperança para que se continue a acreditar! afinal a esperança veste-se de verde!

 

pois que até costumo pensar nessas coisas de direitos de autor....mas desta vez....enfim! {#emotions_dlg.blushed} de qualquer modo confesso que nem fui verificar a fonte - agradou-me e publiquei

 

e não é que a net tem destas coisas e venho a descobrir que quem captou desta forma o belo cravo que me encantou é um «conhecido»? ora aqui fica a homenagem simbólica ao autor da foto

 

 

obrigada Jorge por me teres dado a conhecer que és tu o autor

 

26.Abr.12

sentimentos

 

 

sabemos nós que são bem difíceis de traduzir em palavras - por isso, o ser humano tenta expressá-los de outra forma

 

muitas vezes um beijo, um abraço, o pegar numa mão são mais simples do que falar...o Rafa sempre teve muita dificuldade em mostrar o que sente, tanto na fúria como com os afetos, por isso sempre tive e tenho muito cuidado em fazer eu própria demonstração do que sinto, mostrando-lhe que se ele também o fizer isso nos ajuda a entendê-lo.

Enquanto o meu Quico é capaz de abraçar, beijar, dizer obrigado e por favor, o Rafa nunca o faz espontaneamente. Enquanto o Quico brinca aos pais e filhos, marido e mulher, demonstrando todo um mundo de afetos, carinho e ternura, o meu Rafa nunca brincou e fica absolutamente sem jeito quando o mano lhe pede para o fazer. O Quico é capaz de correr a apanhar uma flor para me entregar, o Rafa nunca o fez, o Quico é efusivo com os avós, leva prendas como rebuçados à avó, dá beijos ao avó e diz frases como «és o meu amorzinho; adoro-te mamã» o Rafa é incapaz de o dizer, mesmo que eu o repita sempre todos os dias, lhe dê um beijo de boa noite e de bom dia (a que ele se tenta esquivar mas que sei, bem no fundo, que aprecia o gesto) e lhe diga vezes sem conta que o adoro...

 

Não estranhei portanto a diferente forma que tiveram de encarar o acidente da avó e a sua ausência. No próprio dia em que aconteceu, enquanto eu, ansiosa aguardava notícias do hospital, o Rafa andava atarefado com uploads e downloads de músicas de e para o tablet. De vez em quando vinha chamar-me (como habitualmente faz) para que eu admirasse as suas habilidades, ou para o ver fazer o pino, treinando para o sarau de ginástica da escola...cantarolava o sexta feira do Boss Ac e ensinava o irmão a dançar «cool». Falava pelos cotovelos, assobiava, pegava na flauta ou na guitarra, tocava/arranhava as cordas, punha um jogo na consola, dava mais umas cambalhotas....nunca mencionou a avó (apesar de ter sido ele o outro protagonista da queda) e até me perguntou umas três vezes porque é que eu estava sempre ao telemovel com o avô...

O Quico dava-me beijinhos e de de vez em quando vinha ter comigo e dizia «tadinha da vóvó». Quando acendi a vela disse-lhe que queria rezar um pouco e por isso não queria barulho, ele disse «eu vou pedir ao Jesus pela vóvó» e eu perguntei «queres fazer uma oração com a mamã?» ao que ele respondeu «não, eu sei uma - anjinho da guarda/ minha companhia/ guarda a vóvó / de noite e de dia...esta é boa pois é mamã?»

O Quico quis ir ver a avó e já me pediu para lhe levar uma flor...o Rafa nunca fala na avó, no dia em que os levei a casa da minha mãe depois da vinda dela do hospital, ele correu primeiro para o andarilho (objeto que achou maravilhoso) do que para ver a avó

 

no entanto, também neste campo, tal como em muitos outros, continuo a acreditar que tudo é uma questão de tempo - também aqui o exemplo que lhe damos em casa será crucial para que consiga aos pouco, aprender a expressar e demonstrar o que sente. Um dia, uma mãe falou comigo sobre a filha de 14 anos, dizendo que esta nunca lhe dava um beijo, desde bébé que detestava abraços e mimos...por isso, a mãe também deixou aos poucos de insistir...até que perderam esse elo. Acho que isso é um erro, estas crianças não são fáceis mas não podemos desistir delas sob pretexto algum! 

 

A minha teoria é sempre a mesma - paciência, persistência, tempo...os afetos compensam tudo!

 

 

P.S: a minha mãe já fez o primeiro curativo, está, segundo as enfermeiras, a correr bem...tem muitas dores e precisa de apoio constante. Vai sozinha ao wc graças ao andarilho que nos arranjou a S. (linda!) e fica toda contente por saber que as minhas ex-colegas de trabalho ligam quase diariamente a perguntar como estamos - obrigada a todas (beijos M.) O meu pai tem andado super atarefado com as obrigações domésticas mas como sempre está bem disposto e animado, evitando pedir muitas ajudas...eu corro entre as duas casas porque há coisas que sei que tenho de ser eu a fazer mas por enquanto vou aguentando.

Obrigada pelo carinho que vem desse lado

 

25.Abr.12

Revoluciona.te

 

 

sou das que acha que o 25 de abril tem de ser muito mais do que uma data de calendário

 

os meus pais desde cedo me incutiram o respeito pelo que o 25 de abril representava, ao longo dos anos muitas foram as lutas que o meu pai, sindicalista e acérrimo defensor dos direitos dos trabalhadores travou e que acabei por viver também de forma intensa à medida que ia crescendo e que me tornava mais consciente. Recordo cada história repetida sobre o 25 abril e sobre os capitães que deram o «corpo ao manifesto» para que o povo tivesse voz. A Liberdade é o valor mais precioso do ser Humano. Deixar morrer o 25 de abril é deixar morrer a liberdade....

 

 

cantei-a muitas vezes em menina e faço questão de a trautear aos meus filhos. As canções que marcam a revolução fazem parte do meu imaginário. São elos que unem uma nação e que motivam, mostram a força das palavras que podem ser mais certeiras do que armas!
tenho pena que nos tempos que correm, as pessoas se tenham acomodado, deixam-se «guiar» como cordeirinhos, fazendo parte de um sistema que beneficia apenas quem comanda...
Será que não existem motivos e atropelos que cheguem para que se lute por um futuro melhor? mais digno? e porque é que cada um de nós não faz a sua própria revolução? as coisas só funcionam quando as pessoas se decidem a avançar!
agora que se está a voltar ao tempo em que direitos essenciais como a educação e a saúde estão a ser entregues nas mãos de uma elite mais afortunada, agora que os trabalhadores viram ser retirados direitos conquistados pela geração anterior, agora que aumentam os casos de pobreza extrema....não será altura de fazer algo para mudar o rumo?
por este andar, num país que confunde apatia com «pacifismo» e que se transformou num marasmo, as gerações futuras (as dos meus filhos incluídas já) nunca saberão o que foi o 25 de abril do longínquo ano de 1974...
24.Abr.12

digam o que disserem

 

 

isto só se explica com o raio do Karma (ou com uma dose muita grande d'azar!!!)

 

Depois de vos ter relatado o acidente da bisa e o problema do avô (do qual ainda está a recuperar) chega agora a vez da avó...e porra, se isto não é uma familia atribulada, então digam lá vocês o que pensam!!

 

A ver se faço um relato coerente do que se passou no fim de semana anterior, data do acidente da avó 

 

os miúdos deram-me um fim de semana de autêntico tormento (e não senhora vizinha-com-ar-de-entendida, os miúdos não são todos iguais, por mais que queira com isso desculpar o comportamento mimado que as suas duas filhas apresentam). Nada no comportamento de crianças com PHDA é normal e ninguém da família tem uma vida «normal», dar um banho não é dar um banho normal, pô-los a comer não é como dar as refeições a crianças normais, fazê-los brincar com qualquer coisa é tudo menos normal, tentar que se entendam é absolutamente fora do normal....portanto e porque em casa, para que as coisas funcionem minimamente controladas, eu faço um esforço acima do normal, é natural que me sinta com moral para falar deste assunto

 

o dia de sábado começou às 6h45 com um Quico absolutamente telhudo a querer com toda a força rebentar com a persiana do quarto - e digo mesmo rebentar!! o Rafa logo se juntou para provocar um terramoto entre os dois que fez abalar toda a casa...mesmo. Portanto e depois de ter de os separar cada um para uma divisão, antes do pequeno almoço já eu tinha limpo dois quartos para remover os destroços (até ao fim do dia, voltei a limpar os dois quartos, a sala, a cozinha - sete vezes no total, contando com o aspirar...mais a limpeza normal do resto da casa...)

no meu sábado normal fui cinco vezes à rua, ora com eles, ora sozinha, sempre para ir buscar alguma coisa absolutamente imprescindível, ou para eles ou para a bisa...fiz 3 pequenos almoços, 3 lanches, um almoço e um jantar, sendo que em cada uma dessas refeições a única pessoa que se sentou efetivamente à mesa foi a bisa...os dois miúdos comeram enquanto saltavam e para que o Quico fosse engolindo alguma coisa tive de saltar com ele.

No domingo, depois de uma brutal parte da manhã, em que fiz tudo o que já tinha feito no sábado mais o que qualquer pessoa teria feito num domingo, arranjei os dois para a habitual descida até ao parque. Sempre que descem para jogar futebol a aventura de os controlar toma proporções imensas. Os dois pegam-se logo ainda na escolha da bola, cada qual querendo uma diferente e invariavelmente saindo cada um com a sua...no elevador a briga acentua-se pois o espaço entre eles é «apertado». À saída do prédio já os dois parecem ter engolido um vendaval e enquanto correm estrada fora, apenas tenho tempo para mentalmente ir «rezando» para que nenhum seja atropelado. 

No parque pegam-se por tudo - por um chuto mais alto, por um que foi baixo demais, por um ter chutado com força, por ter chutado devagar, por ter defendido, por não ter parado a bola....habituada que estou a isto, vou evitando que alguma bola vá parar à rua ou que algum desate a correr em direção proibida.

Passado pouco tempo o Quico por norma desiste de tentar pôr o irmão a jogar com ele e lança a bola dele cm toda a força pela rua fora...isso obriga quem está com ele a correr atrás da dita e portanto a brincadeira termina. Mas claro, o irmão fica fulo pois como estão sempre do contra, se um quer terminar o outro quer continuar a «jogar». Coube a sorte (ou falta dela) que os avós, entretanto chegados, apanhassem com esta parte. Sempre disponíveis, o avô resolveu tomar a seu cargo o Quico, enquanto eu corri atrás da bola dele e a avó corria com o Rafa...ora o Rafa joga como se estivesse numa arena, sendo que ele é o touro e nós os forcados! um encontrão casual com a avó lançou-a ao chão e pronto....foi fatal...

 

Depois foi uma sucessão de cenas que recordo em pormenor e das quais destaco algumas das mais caricatas (sim porque tal como em muitas outras ocasiões, a conjugação das diversas variáveis provoca delirantes momentos entre o trágico e o cómico...ou serei eu que insisto em ver as coisas dessa forma). Pois que a avó caiu e não mais se levantou tendo percebido de imediato a gravidade da situação. Liguei o 112, respondi às questões colocadas e ficamos à espera do INEM. A parte caricata é que isto aconteceu num parque frequentado por uma montanha de miúdos pré adolescentes que usam o espaço para andarem de skate...e vê-los com mil preocupações oferecendo os skates como apoio de cabeça para a avó, perguntando-lhe se ela queria água, mantendo-se por perto sempre atenciosos, rodeando os meus pais e tecendo comentários sobre a fragilidade dos ossos dela (que tadinha era tão magrinha e bué leve...) acabou por ser desanuviador! e quando o paramédico chega e vê uma senhora deitada no chão rodeada por putos de skate na mão, arregalou os olhos e perguntou «estava a andar de skate ou quê??» e arregala mais quando ela diz «não, estava a jogar à bola!»

 

como seria de esperar a situação da avó mexe com todos...cada um à sua maneira o Rafa e o Quico viveram esta queda da avó e consequente internamento de forma bem diferente....mas isso fica para outro post - estou a escrever no meio de uma batalha com almofadas e a coisa está a ficar deveras descontrolada!!

 

20.Abr.12

por todo o carinho

 

que aqui nos expressaram com os votos de melhoras à minha mãe, o meu muito OBRIGADA!

 

é mais que certo que uma boa dose de carinho, amizade e pensamento positivo podem fazer milagres! a minha mãe tem alta hoje - obviamente ainda muito debilitada mas agora o que importa é que fica mais próxima de nós, pronta para trabalhar na sua recuperação.

 

Não garanto que arranje já tempo para me inteirar de tudo e de todos na blogosfera mas aos poucos tentarei retomar o meu ritmo normal.

 

Mais uma vez um beijinho para todas as que me visitam e já fazem parte da minha vida!

 

 

 

 

a vela permanece porque nos ilumina a alma e nos aquece o coração!

 

17.Abr.12

só uma palavrinha

 

em jeito de registo, para a ausência aqui do blog e dos que costumava visitar

 

mais tarde, talvez e se...virá post sobre o assunto

 

neste momento tenho a minha mãe no hospital - fraturou a anca de tal modo que teve de ser submetida a operação e consequente aplicação de prótese. Foi um fim de domingo completamente alucinante, estão a ser dias complicados....uma prova de fogo (mais uma) a juntar às que fazem parte da rotina

 

e embora possa dizer que acidentes e vidas atribuladas acontecem em todas as famílias e nunca existem razões que justifiquem, a verdade é que na nossa, muitos dos acontecimentos estão ligados à agitação de uma casa onde impera a PHDA dos miúdos - e no caso dos meus pais o esforço acrescido que os avós destas crianças fazem para acompanhar o ritmo sempre acelarado e imprevisivel resulta infelizmente algumas vezes em trágicos desfechos....

 

 

 

 

 

e como gosto muito da pureza e força da luz de uma vela, aqui fica uma no blog, imagem do meu pensamento que espero que chegue à minha mãe!

 

12.Abr.12

volta e meia

 

 

a vida dá umas quantas voltas e deixa-nos de voltas trocadas

 

pensava eu que teria esta semana uma preocupação maior com a reentrada das crianças na escola e com as voltas típicas destes recomeços...mas enganei-me. Foi o avô que nos trouxe uma maior aflição, embora o seu problema de saúde já fosse conhecido - uma úlcera no estômago obriga a cuidados regulares, desta vez um agravamento súbito levou a uma ida às urgencias do hospital, a meio da madrugada de segunda feira. 

 

Como já aqui referi várias vezes, os meus pais fazem parte da nossa vida, são os nossos esteios, suporte familiar mais que querido! a eles recorro com frequência diária e mesmo agora que estou sem trabalho fora de casa (excepto o voluntariado que faço na APCH) e tenho por isso mais disponibilidade de horários, eles permanecem como apoio, quer com as crianças, quer com algumas tarefas caseiras. Por tudo isso este súbito afastamento do avô trouxe muitas quebras na rotina e os miúdos teimam em me fazer perguntas a toda a hora, querem fazer visitas ao meu pai, resistem como podem e sempre com a agitação própria que os carateriza!

 

Agora que as coisas estão a acalmar, não posso deixar de me REvoltar com a situação sentida na pele de quem tem de recorrer a um hospital público e se dá conta da enorme disparidade de valores suportados pelo utente, depois das mexidas deste governo. Fico a pensar nos milhares de portugueses que não tendo posse nem para comer, se deparam com uma situação de doença (que por si só já é debilitante) e acabam por ter de escolher entre comer no dia a seguir ou fazer os tratamentos e exames necessários...o meu pai teve de pagar por exames no hospital mais de 30,00€. Nos bombeiros foram 12,00€ e pelos medicamentos mais de 60,00€...Só para começar...seguem-se consultas no centro de saúde (5,00€) e consequentes exames e seguramente mais medicação. Isto sem contar com as deslocações....

Mas que raio de país é este que caminha para um fundo poço sem fim à vista? como podemos ficar calados perante esta usurpação dos direitos de um estado social? um estado que ainda diz ter proteção social para os mais desprotegidos?!! isto é proteger quem sempre trabalhou, pagou os seus impostos e sempre viveu com o que era seu??!!

Não consigo esconder que não apoio nenhuma destas medidas a pretexto de uma crise que não foram os comuns dos portugueses que criaram. O que me idigna é que nenhuma destas medidas de austeridade são acompanhadas de um reforço das proteções e do desenvolvimento de políticas sociais. Pelo contrário, assiste-se a uma constante tentativa de privatizar bens essenciais e que deveria ser de acesso gratuito por serem o garante de um serviço para todos (não apenas para os que podem pagar). Quer no contexto da saúde, como na educação e no trabalho estamos a regredir e a ficar ao nível da célebre máxima de Salazar «ao povo basta-lhe pão e vinho» de resto que morram ignorantes e analfabetos e de preferência sem chegar à idade da reforma (muito menos antecipada) que é para não dar muito gasto ao estado!!!! porra de país

 

pronto desabafei!!!

 


08.Abr.12

Páscoa à mesa

 

(embora seja mais numa versão mesa-volante)

 

sabem os que por aqui passam que dadas as caraterísticas destes miúdos com PHDA, não conseguimos disfrutar de calmos e familiares momentos à mesa, embora já nos tenhamos habituado a esses enérgicos momentos diários - com ou sem data a festejar!

Não tirar-mos partido das tradições, mesmo que a tradição já não seja o que era, nem nos passaria pela cabeça. Por isso se aos miudos é permitido que façam loucas caças aos ovos, gigantescas batalhas de amêndoas e corridas de sacos para ver quem é o «coelho» mais saltitante da Páscoa, os graúdos tiram partido das suas habilidades culinárias para rechear com gosto esta data cuja importância é indiscutível!

 

Aqui vos deixo então alguns dos sabores da nossa Páscoa

 

 

primeiro o avô pôs a marinar, como manda a tradição

 

 

deixou depois assar a preceito

 

 

e serviu-nos com gosto

 

 

a avó é uma doceira de mão cheia e fez questão de nos presentear apenas com o melhor!

 

 

 

impossível não meter a colher neste leite creme

 

 

 

o pão de ló não podia faltar

 

 

 

o molotof ficou divinal!

 

 

 

o meu «ninho»

 

 

Ainda juntamos umas belas amêndoas e trocamos uns miminhos por entre a tradicional algazarra que nos carateriza. Falamos com o pai que passou a Páscoa longe e contamos histórias de páscoas antigas, onde em cada casa visitada, o padre recolhia as ofertas de ovos e onde as flores que se colhiam no dia anterior (tarefa que a avó recorda com saudade) serviam de tapetes de várias cores e cheiros maravilhosos!

Agora que esta quadra chegou ao fim, a pergunta que me vem à cabeça não podia ser outra - será que vou conseguir reprogramar os dois pestinhas para mais um período letivo? é que depois de tanto tempo em casa e com a mãe a tempo inteiro, voltaram «velhas» resistências e adivinho momentos de batalhas titânicas...

 

 

 

 

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