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Energia a Mais

A Hiperactividade vista à lupa

Energia a Mais

A Hiperactividade vista à lupa

30.Nov.12

Deviamos ser mais estivadores

 

e menos «choninhas» (nem sei se o termo existe ou se é escrito desta forma mas no norte, pelo menos na minha zona é ponto assente que quem se deixa ficar - é choninhas!)

 

 

e a verdade é que quando o governo acaba de aprovar o orçamento mais duro (e mais estúpido) da história do país, quando P. Coelho ainda vem dizer com aquele ar de «choninhas» que tem de fazer mais cortes e que vai cortar na educação porque tem margem para o fazer até porque acha que devem ser os contribuintes a pagar se não quiserem ser analfabetos, do que é que a maioria dos portugueses fala? do bónus da tolerância de ponto no Natal...na opinião de muitos, «ainda bem» que o governo «dá» essa prenda... 

 

É por isso que gosto dos estivadores pá! não se deixam «enganar» com engodos destes, tipo presentes envenenados. Além do que, digam o que disserem, estes homens dos portos são determinados e isso é o que mais falta faz ao país - determinação! (não confundir com a obsessão do 1º ministro)

Também não entendo o rol de críticas que lhes fazem. Isso de dizerem que ganham mais do que a média nacional (de gritos! até parece que a média nacional é o ordenado do CR!) ou de que eles estão a prejudicar o país, fazendo parar as exportações (! como se não houvessem empresas a fechar todos os dias!). Mas o melhor é dizerem que são tipos sem cultura nenhuma, um bando de arruaceiros...porque fazem GREVE (que é só o direito número um de quem trabalha).

 

Pois eu acho que a luta deles faz todo o sentido. Admiro a força que demonstram e a união que transparece nas suas decisões. E acho que deviamos ser todos mais «estivadores». Porque se continuarmos a engolir e calar, daqui a pouco teremos um imposto sobre o ar que respiramos - Choninhas!

 

26.Nov.12

Não existe medo maior

 

 

do que o medo de perder um filho...tenho a certeza de que a maioria dos pais pensa assim. A vida dos filhos é sempre algo de valioso e eterno, pois acreditamos que não os veremos «partir» antes de nós

 

Claro que felizmente para a maioria de nós, os dias sucedem-se sem que os pensamentos de tal medo nos invada a mente, pelo menos não a tempo inteiro. Sabemos que estão ocupados nos seus afazeres diários, escola, atividades, regressar a casa...afinal, a não ser em condições de exceção (doenças, acidentes) não tememos por eles, mais do que o «normal» temor

Mas quando temos em casa um pequeno «furacão» que desafia o perigo com a maior das naturalidades, começamos a perceber melhor aquela velha máxima de que a vida muda «num segundo».

 

O Quico sempre me deu muito que fazer, no que diz respeito à atenção que tenho de manter para que não se meta em apuros. Já por cá comentei da sua aparente ausência de receios e do fascínio que sente por janelas, equilibrismos e performances várias que incluem sempre muita energia e total falta de cuidado. Para ele não há que temer as alturas e nunca se sente incapaz de saltar por mais longa que seja a distância ou por mais alto que seja o obstáculo. Muitas outras vezes, decide-se a avançar estrada fora, tentando inverter o sentido dos automóveis que passam...

Quando se sente bem, faz «habilidades» que nem os mais destemidos fariam sem muito treino, quando quer chamar a atenção de alguém, é às sua aptidões físicas que recorre...quando está zangado ou frustrado, faz questão de demonstrar todo o seu potencial. Nesta última semana andou particularmente enérgico, elétrico tanto em casa como na escola. Escusado será dizer que trouxe as habituais «bolinhas» do comportamento a vermelho...aliás todos os itens a vermelho, pois quando anda mais eufórico, a sua concentração e motivação para o trabalho na escola é ainda menor.

 

Num dos dias ficou de castigo por ter estado a fazer asneira na hora de almoço na cantina, jogando comida com outros dois miúdos e acabando por sujar até o teto com massa. Ora é evidente que o castigo foi merecido e o ter de limpar as mesas foi entendido como algo que serviu para mostrar que a escola é um espaço para ser respeitado e quem não cumpre as regras deve sofrer consequências. Neste caso, sujou -teve de limpar. Mas este castigo, aliado à pressão de não conseguir terminar as tarefas diárias na sala de aula, o não conseguir manter-se mais sossegado, foi acumulando e ao final de quinta feira explodiu de forma violenta...

 

O regresso da escola foi super atribulado. Como às quintas ele sai da AEC às 17h30, coincide com o meu horário de saída, pelo que o regresso a casa é feito comigo. Pois no carro, revivi cenas que passei com o mais velho, como o andar aos pontapés a tudo, virar a cadeirinha, ter de o segurar para que não se atirasse para a frente, tapando a visão do avô que conduzia.

Quando entramos no prédio, ele vinha exaltado e com vontade de fazer estragos. Num repente passou a perna para fora do corrimão da escadaria, ficando praticamente suspenso do lado do fosso que dá para a garagem, a dois pisos de altura...foi arrepiante. Num impulso tentei tirá-lo de lá agarrando-lhe a mão mas perante a minha aflição ele ficava cada vez mais histérico e puxava a mão com toda a força fazendo com que se afastasse da zona onde ainda lhe podia chegar. A imagem que tenho é a de pensar naqueles segundos que me pareceram uma eternidade, que a manga da camisola que eu tentava a todo o custo prender, acabaria por solta-se e a queda dele seria fatal. Um medo maior apoderou-se de mim...a ponto que nem me lembro de como de repente, ele passou para o lado de dentro do patamar!

 

A crise de choro que ele teve já na hora de deitar, depois de muito braço de ferro contínuo, foi para ele, a expulsão final dos nervos acumulados e da tensão que viveu nesse dia...eu, tremi por mais duas horas debaixo do edredon e não era o frio que me fazia tremer...

 

 

 

22.Nov.12

pela imagem

 

é como os miúdos se começam a inteirar das primeiras letras

 

aprendem os ditongos através de desenhos que conseguem identificar e assim percebem como associar a cada um a letra correspondente

 

Ora o Quico anda às «voltas» com os ditongos e ainda faz muita confusão, baralhando muitas das letras...mas tendo em conta que a sua atenção se dispersa a cada 5 minutos, resta-me concerteza muita dedicação e empenho para que supere as dificuldades. Nos entretantos, vislumbro a cada instante um forte poder de argumentação e muita criatividade....exemplos?

 

 a legenda diz «piu-piu»

 

o Quico «lê» pássaro...o irmão tenta corrigir. Ele diz-lhe «piu-piu»? achas que sou bebé pra falar assim mano?

 

depois vem mais um clássico   eu encorajo para que reconheça os ditongos e leia «pó-pó»

 

Ele sai-se com um «carro!» e quando o mano diz «não Quico olha para lá, está escrito....» e ele triunfante «au-to-mó-vel!»

 

Além disso parece ter uma certa dificuldade em distinguir o P do T. Faz trocas com estas letras que podem ser algo constrangedoras...

 

«Mamã, sabes, o avó tem ténis» e eu a imaginar o meu pai a andar de ténis, não consegui evitar um sorriso. Talvez queira correr mais depressa atrás dos netos, pensei...

 

o Quico continuou «o mano, tem ténis, eu tenho ténis»...nesta frase já eu olhava para ele com mais atenção...«os meninos têm ténis, sabes? não se diz pila, diz-se té-nis!» o mais engraçado e que só troca a letra T agora que a está a aprender a escrever (já o P continua a mantê-lo no sítio!)

 

 

 

está explicado! {#emotions_dlg.lol}

 

e como os cadernos são espaços limitados a simples folhas

 

há que utilizar algo mais amplo para dar asas ao que se aprende, certo?

 

 

 

 

 

15.Nov.12

A Subserviência de um País

 

 

é a mais indigna das condições

 

Em dia de greve geral veio-me isto à cabeça - muitos não fizeram greve porque não quiseram perder um dia de salário, outros porque não se podem dar a  esse «luxo», outros porque não concordam com a ideia de greve, política ou ideologicamente, mas muitos não aderiram pura e simplesmente por subserviência...porque isto de mentalidades custa a mudar, muitos viveram com medo e continuam a tê-lo, muitos nunca se libertaram da condição de subserviência em qe aprenderam a viver durante mais de 40 anos de ditadura e são os que encolhem os ombros e resignadamente dizem que «não vale a pena». Subservientes ao «sistema». Mas depois há outras coisas...

 

Eu cá acho que os portugueses têm um grande defeito. Confundem, na sua larga maioria, humildade com subserviência. Para os portugueses nunca vale a pena fazer «barulho», estamos habituados a «comer e calar» (aliás frase que muitos pais ainda hoje repetem à mesa e em muitas ocasiões). Daí que para muitos, sempre que se diz que este governo nos está a afundar, todos concordam, no entanto dizem logo «mas os outros são iguais» e quando se vai a votos «fica tudo na mesma». Será por isso que «fado» nem sequer tem tradução fiel noutra língua? fado nosso, destino que não se muda...afinal é o nosso fado!

 

Há uns dias, nessa típica mania de achar que estamos a ser humildes, quando afinal estamos a ser servis, um casal de ex-emigrantes na alemanha dizia com muita convicção que para «portugueses trabalhadores e honestos há trabalho lá. Quem for humilde e trabalhador não tem problemas com os alemães. Eles não distinguem, dão trabalho igual!» terão percebido esses nossos conterrâneos que os alemães dão trabalho igual mas salários diferentes? terão entendido que ser «humilde» é diferente de aceitar tudo com ar de quem está muito agradecido, tão agradecido que faz, sem questionar, tudo o que lhe mandam, sempre com muito boa disposição e sem «respingar» ou exigir seja o que for? É que disso realmente os alemães gostam! na verdade, gostam todos!

 

Ser humilde é saber reconhecer as suas fraquezas mas também as suas capacidades. É ter respeito pelos outros para ser respeitado. E saber exigir quando sabe que dá o seu melhor. Já a subserviência é bem diferente...e os portugueses são assim

 

De notar que considero que existem diferentes tipos de subserviência. A que alguns praticam conscientemente por motivos mesquinhos e interesseiros é para mim, degradante.

 

A subserviência de Passos Coelho, enoja-me. A de Cavaco, revolta-me. A do povo, essa...entristece-me {#emotions_dlg.tired}

 

14.Nov.12

prova de autonomia

 

 

do mais novo

 

 

«mãeeeee! já sei apertar os atacadores sozinho!»


 {#emotions_dlg.boot}

 

 

 

Nota: de realçar que o Rafa (o mais velho) e porque a PHDA também interfere com a capacidade de ser hábil com coisas destas, ainda não o consegue fazer de forma ágil (e eis um dos motivos porque constantemente traz recados por ser o último a entrar no pavilhão para a disciplina de EF)

 

12.Nov.12

Filhos da austeridade

 

os meus miúdos vão crescer de modo diferente do meu...

 

enquanto os meus pais me incutiram o sentimento da recompensa do trabalho, a esperança numa educação melhor e uma vida futura com mais bases, eu olhava o mundo com avidez, fazendo parte dos que mesmo longe vibravam com acontecimentos únicos, como a queda do muro de berlim, o nascer de uma nova europa...E achava que valia a pena!

 

agora os miúdos crescem a ver a família separada, a verem pais com excelentes habilitações académicas e bons percursos profissionais ficarem sem emprego, a terem de mudar para casa dos avós para os pais emigrarem, a irem para a escola sem saber se o poderão continuar a fazer no amanhã, sem saberem se valerá a pena!

 

Estes miúdos, crescem a ouvir as palavras «crise», «austeridade», «sufoco», «desespero», «dúvidas»...e isso trará consequências que ninguém deveria ignorar...

 

Sinto-me de coração partido por os meus filhos fazerem também parte desta geração sem perspectivas. Uma geração a quem convidam a sair do país onde nasceram, que saem com rótulo por serem «portugueses à rasca», que trabalham por pouco salário porque no país deles está ainda pior...que se sentem obrigados a aceitar tudo...mesmo sabendo que mereciam muito mais!

 

No meio desta minha obstinada resistência a ceder à tristeza, vejo com alguma admiração um vídeo que supostamente serviria para mostrar aos alemães que os portugueses afinal são bem diferentes do que eles (alemães) pensam. Não entendo a razão do vídeo. Marcelo parece estar a fazer propaganda de guerra...será?! {#emotions_dlg.evil} 

 

Também nos animamos cá em casa com a vinda da «senhora que manda no Passos Coelho» como diz o Quico, sobretudo a fantasiar como seria interessante se os meus «terroristas» conseguissem chegar até ela. Garanto que nem a melhor polícia do mundo, nem as mais apertadas medidas de segurança seriam suficientes para impedir que em dois minutos apenas, ela fosse trucidada pela energia dos meus rapazes...

 

sim porque aqui há imaginação sem austeridade!

 

09.Nov.12

quase em tempo de Magusto

 

 

nas escolas dos meus reguilas preparam-se atividades a celebrar a data, com o mais pequeno a levar castanhas para o tradicional lanche do magusto «mas diz à professora que não as como, ok mãe?» e com o mais velho a ter na escola um dia especial, no qual os pais e comunidade escolar são convidados a participar - o chamado «Dia Aberto» (clique no link)

 

 

Eu confesso a minha pouca energia para esta festividade, ao contrário do habitual, fruto de um desgaste profundo durante esta semana. Não houve um único dia em que não tenha existido tensão, muito em particular porque o Rafa anda agora sem medicação (uma paragem que tem a ver com a proximidade de nova avaliação médica). Na segunda foi a birra do Quico ao chegar da escola que levou a discussão entre quem estava com ele na altura (meus pais e bisa). Na terça uma manhã caótica com o Rafa a recusar ir à escola porque não queria levar as últimas sapatilhas que lhe comprei, depois mais um episódio de total desvario do Quico que trouxe nesse dia «bola preta» no comportamento na AEC de ingês e por isso teve castigo na escola. Na quarta foi o Rafa a ter mais uma disputa comigo, tudo por causa da sua completa ausência de responsabilidade no que diz respeito a tarefas da escola e de rotina pessoal. Acabou por se esquecer que tinha teste de ciências e no segundo antes de se deitar, fez mais uma das suas fulminantes e ruidosas demonstrações de pânico. Esteve mais de duas horas a remoer, andando pela casa (de divisão em divisão) de livro na mão mas sem conseguir sentar-se e fazer alguma tentativa para rever a matéria. Depois de muita confusão tive de o «obrigar» a dormir pois com as horas a passar e ele sem aproveitar, de nada valia permanecer nesse estado!

Na quinta, após uma noite mal dormida, péssimo humor matinal ao qual o Quico reagiu com total desatino, querendo levar camisola de manga curta, sem mais agasalho, acabando por me irritar tanto que eu própria sentia já a temperatura próxima da ebulição...

Sexta é portanto o corolário da atribulada rotina semanal. A ver vamos como irá terminar. Uma coisa é certa, tenho de encontrar a minha boa disposição rapidamente que até eu já estou farta de me ver «murcha»

 

 

 

 

 

05.Nov.12

não há quem os segure!

 

 

aos meus rapazes só falta voarem, de resto acho que conseguem fazer de tudo....

 

 

 

dariam dois belos espiões

 

 

 

 Por entre aventuras de piratas, ninjas e espiões, nem a bisa se safou - foi presa duas vezes, numa deles com recurso a «arma de intimidação», acabando por ser salva por um ninja louco que falava uma linguagem secreta e que virou toda a casa do avesso. Outra «vítima» foi o avô, que ainda por cima levou com dose dupla, ficando a comandar o barco enquanto me ausentei para fazer umas compritas imprescindíveis.

 Durante as brincadeiras de fim de semana, muito a custo lhes consegui incutir algum sentido de responsabilidade para os fazer estudar alguma coisa. O Quico tem o seu primeiro «teste» (a avaliação intermédia para ver o grau de aprendizagem) embora ele nem saiba exactamente o que isso é...o Rafa vai fazer o teste de inglês, para o qual entende que nem precisa rever a matéria, dado que não aprendeu ainda nada de novo (?!)

 

mau, mau, neste louco fim de semana, a birra do Quico que me tirou a paciência e a incrível teimosia do Rafa que me obriga a fazer um enorme esforço diário para manter um ritmo funcional. E mais umas «coisitas» que mexem com as minhas entranhas mas que ainda não consigo pôr para fora....mas que me deixam a remoer, deixam!