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Energia a Mais

A Hiperactividade vista à lupa

Energia a Mais

A Hiperactividade vista à lupa

30.Set.13

Leituras

 

 

Cá por casa, ter uma mãe fanática na leitura mas dois miúdos com PHDA é ter um desafio pela frente!

 

Adoro ler, desde sempre. Lembro-me de ter 3 ou 4 anos e saber de cor todos os livrinhos da coleção «A formiguinha» muita na moda na altura...depois os da «Anita» que me fizeram companhia durante muitos anos...e continuei a devorar livros, quase todos os estilos (talvez não muito os de ficção científica...) só não conseguindo manter um ritmo mais acelarado por manifesta falta de tempo!

Nauralmente quis passar essa paixão aos meus filhos - enquanto grávida lia livrinhos infantis e quando eram bebés passava com eles na ludoteca da zona, lia-lhes livros com texturas e fazio-os contactar com as suas páginas didáticas. Esperava eu ter resultados práticos - dois apreciadores de livros entusiásticos....

 

Como em tantas outras questões do dia a dia, a PHDA dos miúdos, confirmada entretanto, impossibilitou uma manifestação precoce do interesse e mesmo com o Rafa, já com 12 anos, o trabalho continua a ser intenso e sem grandes resultados...fazer miúdos com hiperatividade ler um livro não é algo simples. Imaginam a rapidez com que folheiam as páginas, a pressa em saber o final? a dificuldade em manter o interesse mesmo que o livro tenha muitas imagens? e com o Quico, ainda não conseguir ler sozinho, afasta-o ainda mais....A sério! acreditem que o meu afinco em motivar o prazer da leitura esbarra (por enquanto) na inflexibilidade deles....embora eu continue a encher a estante com livros de vários temas...

 

 

 

 

O trabalho de casa para o Rafa este fim de semana para a disciplina de OC «Oficina de Leitura» era levar um título de um livro que gostassem de ver discutido na aula e convencer os outros de que era a melhor proposta...ofereci-me para o ajudar na escolha mas logo ele cortou a minha intenção:

 

«Mãe se eu não me consigo convencer a mim próprio, como vou conseguir convencer os outros?» lógico não?

 

 

24.Set.13

diga lá sr. Ministro

 

 

como hoje diz uma coisa e amanhã diz outra contrária, então diga lá Sr. Crato

 

 

como é possível ter turmas de 25 alunos, tendo uma das crianças com NEE, sendo por lei o número máximo 20 alunos? como se pode ter uma professora cuja especialização é a educação visual, a lecionar uma turma de 2º ano do primeiro ciclo? e como se podem colocar crianças com dificuldades de aprendizagem diagnosticadas em diferentes graus e patologias, a terem apoio de língua portuguesa com professores de educação física?

 

pois...eu sei Sr. Ministro! amanhã vai dizer que os tais professores que hoje podem estar colocados nessas atividades vão ter de prestar provas específicas para estarem à frente desses cargos e até vão ter um professor a avaliar essas competências durante o ano letivo....

 

mesmo que se ouçam outras notícias deste tipo o ministro Crato vai arranjar uma maneira de dizer o contrário!

Pais indignados. Precisam-se professores de educação especial





23.Set.13

impressões da 1ª semana

 

 

depois de uma semana do início do ano letivo, a rotina começa a impor-se

 

O Quico anda medicado para a PHDA desde o início das aulas, toma 10mg de rubifen por dia, em duas tomas - tal como expliquei no post anterior, nem sempre e fácil conciliar horários e ainda não há ninguém na escola responsável pela toma depois do almoço (talvez fique esclarecido hoje me reunião logo à tarde) pelo que nem sempre tem tomado direito, pois qunado almoça na escola, depende de eu puder ir lá para lhe dar o comprimido...

Tem tido alguns efeitos que eu já conheço e para os quais continuo alerta - fica com menos apetite, tem queixas de dores de barriga e ao fim do dia parece saltar-lhe uma tampa. No entanto só após um mês posso tirar conclusões sobre a eficácia desta dosagem. Numa coisa não tenho dúvidas - durante o efeito do meltefedinato ele sente-se mais calmo e consegue ter melhor aproveitamento, a comprovar pelos TPC deste fim de semana, em que pela primeira vez conseguiu ficar sentado a fazer uma cópia e a escrever por extenso os números até 30! coisa digna de registo {#emotions_dlg.happy}

 

 

O Rafa tem cada vez mais a noção da necessidade de fazer a medicação, tem sido até uma ajuda para o irmão, explicando-lhe que o comprimido os ajuda a manterem-se mais calmos e aguentarem a «seca» da sala de aula... O único ponto negativo é a fase de final do dia, em que se nota a tal explosão de mau humor e que apenas pode ser atenuada por um auto controle (que ele ainda não tem) e com ajuda da nossa parte. De resto parece ter uma maior empatia com os professores deste ano e estar mais interessado nas novas disciplinas como a Fisica-Quimica e a TIC. Anda também muito feliz porque ainda não tem professor a EF....

Ainda não há recados na caderneta {#emotions_dlg.blink} e até fez TPC neste fim de semana!

 

 

18.Set.13

PHDA e burocracia

 

 

outra coisa «normal» no início de cada ano letivo é ver-me no meio de papelada para entregar nas escolas

 

São relatórios, declarações, pareceres de médicos e toda uma montanha de papéis que «atestam» a necessidade de uma acompanhamento diferenciado dos meus miúdos, portadores de PHDA.

Ainda nao percebi qual a dificuldade em lerem o relatório do ano anterior e entenderem o significado de «perturbação crónica que o irá acompanhar durante todo o seu percurso escolar». Assim, mais uma vez são reuniões com professores diretores de turma, aguardar pareceres de psicólogos escolares (que normalmente são colocados nas escolas já o ano letivo vai quase a meio, para nem terem depois tempo de ficarem a par de todas as crianças que precisam de acompanhamento...) e ficar preparada para estar sempre a ser chamada à escola até que se dignem ler com atenção o relatório que eles próprios pediram...

 

Este ano a dose é a dobrar porque o mais novo também passou a ter diagnóstico desde o final do ano letivo anterior e portanto terá de ficar tudo devidamente documentado.

Entretanto desdobro-me em explicações sobre as tomas da medicação de cada um, ajustada consoante o horário, o que obriga por exemplo a fazerem uma toma na escola - no caso do Quico após o almoço e no caso do Rafa antes das 16h00. Claro que tem de haver um controlo rígido por parte da escola em relação a medicação mas o que acontece entre burocracia e sucessivos adiamentos sobre quem fica responsável é que chegamos facilmente ao fim do primeiro período sem que a medicação esteja a ser administrada corretamente...

 

Enfim! mais um assunto «normal» a que nos vamos habituando, lutando sempre para ver a PHDA reconhecida na escola!

 

 

 

 

17.Set.13

afinal Crato tem razão

 

o início do ano escolar foi normal - ora vejamos:

 

o Quico está no 2º ano do ensino básico

 

no agrupamento a que pertence, as atividades letivas tiveram início no dia 16 como era previsto. Tem uma carga horária de 25 horas letivas semanais distribuídas tão corretamente que dois dias por semana começa o dia às 9h00 e termina às 17h30 (falamos de crianças com 6/7 anos) só com atividade letiva - as AEC's este ano limitam-se a três (Expressões plásticas, ingles e educação física, sendo que apenas estão distribuidas em dois dias por semana). Nos dias em que as atividades letivas se prolongam até às 17h30, fazem uma interrupção de meia hora entre as 15h30 e as 16h00 - espera-se uma grande «normalidade» depois das crianças terem ficado na escola durante mais de 5h, terem de voltar a entrar para mais uma hora e meia de aula.

Espera-se que os professores consigam dominar a «normalidade» que certamente se irá instalar....o aproveitamento desta carga horária será o «normal» portanto, refletido em resultados «normais» de notas de exames nacionais demonstrativos das dificuldades nas áreas fundamentais da aprendizagem. Tão «normal» que ninguém parece dar já grande importância, prevalecendo a ideia de quanto maior for o número de horas passadas nas salas, mais se aprende....Daí que não encontrei pais indignados com esta sobrecarga nos primeiros anos de ensino, nem vi professores preocupados com este sistema. Tudo normal afinal - tal como o ministro frisou...

 

 

o Rafa está no 7º ano do 3º ciclo

 

os alunos foram chamados a 16, tal como previsto - todos os professores este ano são novos, a mudança ainda não acabou pois tem professores colocados que estão de licença e portanto não se apresentaram, outros que ainda não estão colocados - de resto uma situação «normal»

no ano em que vai estrear um novo programa de ensino da matemática, a carga horária da disciplina diminuiu em relação ao ano anterior, o que parece ser também «normal» dado que nem os professores sabem exatamente como aplicar o novo programa....

 

e pronto - a normalidade está seguramente nos olhos de quem a vê, assim vai o nosso país, onde não apenas no ensino mas em tudo o resto, já nada  surpreende o português «normal»!

 

 

16.Set.13

and life goes on...

 

...mesmo que certas vidas só andem a empurrão e em grande esforço!

 

depois do enervante período de pausa escolar, do desgaste de ter dois miúdos portadores de PHDA em casa e ter assistido ao desgaste dos avós que os tiveram de cuidar estes três últimos meses, está na hora de seguir em frente ao ritmo alucinante da vida aqui em casa....

 

agora liberta do tal contrato de emprego inserção, findo o direito a subsídio, é tempo de aclarar ideias e empurrar o barco. Continuo desempregada mas tenho agora o tempo por minha conta, sem imposição de trabalho comunitário e útil, tendo portanto maior utilidade para os meus filhos, sobretudo e para os meus pais que estão ambos a precisar de descanso!

 

arranca hoje o ano escolar, sob alguma tensão da minha parte, confesso pois a experiência até agora não tem sido muito animadora. De qualquer modo conseguir organizar o regresso dos miúdos à escola nunca é fácil mas tornei-me perita em esconder o meu nervosismo, mostrando-lhes otimismo e confiança, garantindo que estarei sempre pronta para qualquer batalha!