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Energia a Mais

A Hiperactividade vista à lupa

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21.Nov.13

Abono de Família

 

 

 http://www.publico.pt/sociedade/noticia/em-tres-anos-meio-milhao-de-criancas-perdem-abono-de-familia-1613303 

 

É daquelas coisas que faz me saltar a tampa - como se pode falar em incentivos à natalidade, quando na prática é isto que acontece? o nosso país não tem uma política de apoios verdadeiramente centrada na família. Aliás, não existe «política» alguma, tudo se resume a uma mera questão de números, esquecendo-se a essência. Mas mesmo tendo em conta apenas a visão redutora dos números - que raio de apoio é este que o Estado confere? (retirado da página da segurança social)


Montantes do abono de família para crianças e jovens com e sem majoração

 

Rendimento da família

Escalões

Valor do abono por criança ou jovem
Idade igual ou inferior a 12 meses Idade entre os 12 e os 36 meses Idade superior a 36 meses
1 Filho 2 Filhos 3 ou mais Filhos
1.º 140,76 EUR

35,19 EUR

70,38 EUR 105,57 EUR 35,19 EUR
2.º 116,74 EUR 29,19 EUR 58,38 EUR 87,57 EUR 29,19 EUR
3.º 92,29 EUR 26,54 EUR 53,08 EUR 79,62 EUR 26,54 EUR

 

 

 

 

 

 

 

Montante adicional

 É um montante de valor igual ao do abono de família para crianças e jovens, a atribuir no mês de setembro, que visa compensar as despesas com encargos escolares, atribuído às crianças e jovens:

  • Com idade compreendida entre os 6 e os 16 anos
  • Que estejam a receber abono de família correspondente ao 1º escalão de rendimentos
  • Se encontrem matriculados em estabelecimento de ensino.

Majoração do abono de família nas famílias monoparentais

Nas famílias monoparentais o montante do abono de família das crianças e jovens é majorado em 20% do valor do subsídio e respetivas majoração e bonificação.

 Chama-se a isto apoio? Eu estou no escalão A (porque estou desempregada lá me atribuíram este escalão) e recebo os tais 70,38€ pelos meus dois filhos. Tendo em conta que cada um ainda come, bebe, tem de andar vestido e precisa de consultas médicas, este apoio serve para o quê exatamente? 

 

Ora como não gosto de falar por falar, ponho aqui como comparação o que se passa no Luxemburgo (porque lá está o pai)

 

A taxa de contribuição para a segurança social é a mesma nos dois países - suportada pelo trabalhador 11% e o restante pelo empregador, num montante total de 32% do valor do salário, repito o igual nos dois países!

 


a) Allocations familiales
- montant pour 1 enfant 185,60
- montant pour 2 enfants 440,72
- montant pour 3 enfants 802,74
- montant pour 4 enfants 1 164,56
- montant pour 5 enfants 1 526,38
Majorations d'âge
- par enfant âgé de 6 - 11 ans 16,17
- par enfant âgé de 12 ans et plus 48,52
Allocation spéciale supplémentaire 185,60
b) Allocation d'éducation - montant plein 100% 485,01
- montant réduit à 50% 242,50
Revenu professionnel pris en compte en cas d’activité des deux parents
- 1 enfant à charge 5 305,62
- 2 enfants à charge 7 074,16
- plus de 2 enfants à charge 8 842,70
c) Allocation de rentrée scolaire (montant par enfant)
- 1 enfant de 6 à 11 ans 113,15
- groupe de 2 enfants 194,02
- groupe de 3 enfants et plus 274,82
- 1 enfant 12 ans et plus 161,67
- groupe de 2 enfants 242,47
- groupe de 3 enfants et plus 323,34

d) Allocation de naissance (3 tranches)
- montant par tranche 580,03
e) Allocation de maternité - maximum 16 semaines
- montant par semaine 194,02
f) Congé parental - indemnité forfaitaire mensuelle
- congé à plein temps 1 778,31
- congé à temps partiel 889,15
g) Boni pour enfant par mois / par enfant 76,88

 

e traduzo - as mesmas minhas duas crianças recebem pelo abono luxemburguês 659.17€. O mesmo rendimento familiar, o mesmo pai, a mesma mãe, as mesmas contribuições - condições absolutamente diferentes!


e depois vem um Mota Soares dizer que a segurança social tem de reduzir os apoios porque deste modo não é sustentável?! Insustentável é esta situação de pobreza em que vivem muitas crianças portuguesas!





20.Nov.13

Isto de «endeusar» alguém

 

mete-me imensa confusão...na verdade esqueçamos o políticamente correto, isto mete-me é nojo!

 

 

Jornal de Notícias 

 

 

 

gostava de ver os portugueses unidos em torno de um símbolo, de um país, não de um homem! seja ele quem for, não passa de um homem! e já vimos que esse que hoje «endeusam» já falhou muitas vezes, como é normal aliás, exatamente porque é um ser humano. Tem falhas, erros e muitos dias maus, como qualquer um de nós. 

 

Quando se trata de levar o nome de um país, seja para que tipo de representação for, quando falamos de Seleção, não podemos reduzir toda uma equipa a um único representante. A única maneira de uma equipa ser reconhecida como tal é existir como conjunto e não como soma de individualidades - mas talvez o futebol seja diferente, sei lá eu! afinal parece que o povo está reconhecido a um único jogador e basta! são ideias...

 

Eu cá tenho a minha! e continuo a achar que Portugal é muito mais do que Ronaldo! e já agora, lembrem-se que das últimas vezes que alguém se recusou a «endeusar» um jogador em detrimento da Seleção (por acaso o homem nem é português) e nos fez ver Portugal como Nação, em torno de um símbolo - a bandeira nacional - Portugal conseguiu a melhor prestação de sempre numa competição tão importante a nível internacional!

 

 

 

 

19.Nov.13

chamada à escola

 

 

não é novidade para mim...o Rafa ando no 7º ano e continuo a ter de repetir a história a cada novo DT

 

A situação tem sempre os mesmos contornos - em cada novo ano letivo, os DT mudam, os dossiers dos alunos parecem ficar algures na terra de ninguém, ou não passam de mãos, ou se passam não contêm a informação toda, ou pura e simplesmente quem pega na turma não está para ter trabalho extra de ler toda a informação. Conclusão: sempre que as «diferenças» do Rafa interferam na sala de aula de aula, chama-se o encarregado de educação (eu, mãe me apresento!)

 

E de modo que é assim - o meu educando tem certas atitudes na sala de aula que demonstram um comportamento desadequado. Além de ser brusco nos modos de falar e de ter saídas dignas de um comentário menos apropriado, parece muitas vezes andar completamente «despistado» e chega constantemente atrasado às aulas. Este «constantemente» vai já na fase em que os encarregados de educação têm de ser avisados formalmente pela escola (daí a urgência da chamada do DT) porque ultrapassa a metade das faltas possíveis para todo o ano letivo!

 

O problema do Rafa é que se atrasa por tudo! a lentidão matinal esconde muitas das caraterísticas da PHDA. Explicar tudo ao novo DT foi assunto para mais de hora e meia de conversa...e depois de me ter dado uma visão sobre a Lei e Regulamento Interno da Escola e de todas as consequências em que aluno e encarregado de educação incorrem, acabamos por ter uma conversa em que me pareceu estar interessado e sobretudo já ter notado várias das caraterísticas do meu filho.

Este ano a nível de notas dos primeiros testes não há nada a apontar, o Rafa (sem ter feito esforço algum de estudo organizado) tirou notas bem razoáveis (em muitas disciplinas acima dos 90%) nunca inferiores a 70%. De qualquer modo e apesar destes resultados, a sua incontornável impulsividade a par da inconstância dos humores já revelaram aos professores mais atentos um alerta de preocupação.

 

Embora sinalizado para apoio psicopedagógico no ano passado, este ano ainda não foi chamado, ficando o DT de verificar a situação. 

 

Claro que tive uma conversa com o meu rapaz, mais uma! Como o susto vale sempre para o Rafa como uma «alfinetada», hoje ele saiu de casa decidido a chegar o mais cedo possível e penso que por uns dias vai ser assim...depois - bem, depois tenho de pensar em estratégias para que este entusiasmo cumpridor não esmoreça!

 

 

 

 

 

15.Nov.13

explico ou não explico?

 

 

qualquer pai, por muito que evite, se debate a certa altura com este dilema



 



 

devemos ou não explicar a uma criança com PHDA o seu problema de saúde? devemos explicar porque é que faz medicação?

 

A PHDA é das perturbações de comportamento a que mais afeta a vida das crianças e família. Uma criança com PHDA cedo se apercebe ela própria das diferenças em casa, entre pares, na escola, na vida quotidiana! as alterações de comportamento são óbvias para quem as vive 24h/dia. Mas muito menos óbvias as razões dessas alterações.

Ter um filho com PHDA implica mudar uma série de conceitos no modo como educamos. Não os valores em si mas a forma como eles são compreendidos e apreendidos. E é por isso que a certa altura, temos mesmo de explicar!

 

O Rafa desde muito pequeno que me perguntava «mãe porque é que eu tenho de tomar um comprimido antes de ir para a escola?» e mais tarde a coisa complicou-se ainda mais pois ele fazia uma toma durante o horário escolar e muitas vezes à frente dos colegas. Ora para um miúdo já com dificuldades de integração, este era mais um ponto de tensão. 

Comecei por lhe explicar em casa, de um modo simples e que juguei ser adequado a um menino de 8 anos:  Tens muitas vezes aquela sensação de «bichinhos carpinteiros», não tens? e sabes que ficas muito nervoso, ansioso com as coisas que te acontecem. Muitas vezes não consegues ficar dentro da sala de aula durante o tempo letivo e chamam-te muitas vezes à atenção por coisas que nem consegues controlar - isso tem um nome, chama-se hiperatividade. Tu sofres de hiperatividade, tal como outros meninos sofrem de outros problemas e por exemplo, não podem comer do que lhes apetece! para ajudar a controlar a hiperatividade tomas esses comprimidos. Tal como outros tomam outros medicamentos. Quando um médico receita estes comprimidos, vê toda a tua história e por isso sabe quantos deves tomar. Assim a mãe fica mais descansada e tu ficas mais calmo porque sabes que fazes o melhor para ti!

Depois a professora ajudou e fez também uma explicação na sala de aula para que os outros meninos falassem do assunto, fazendo referência especial aos que usam óculos por assim verem melhor ou aos que usavam insulina para controlar a diabetes!

 

Agora foi a vez do Quico fazer perguntas e eu usei a mesma explicação, sendo que aqui, o mano mais velho ajudou a dismistificar e a garantir que os comprimidos não são assim tão difíceis de engolir!

 

Muitos pais mostram-se receosos e por vezes até nem querem explicar com medo que os filhos entendam isso como o legitimar de certos comportamentos (a tal questão de estarem constantemente a serem confundidos com mal educados). Acreditem que não é a melhor solução. É sempre preferível contar a verdade, adequando a nossa explicação à idade e ao entendimento que a criança demonstra ter. Até porque se não o fizermos, ele vai procurar explicação noutro lado ou alguém se resolve a informar, muitas vezes de modo errado!

 

E quanto mais eles tiverem consciência da perturbação que os afeta, melhor se podem proteger, melhor se podem adaptar e mais facilmente se integram. E sabemos que encaram essa situação de modo natural quando são eles que nos mostram textos destes

 

O lado bom.

  • "Ser DDA" tem um lado bom, desde que o seu grau de Hiperatividade não tenha feito você ser expulso de todas as escolas, ou transformado você num trabalhador braçal apesar de ser conhecedor de algum assunto muito especial, que a maioria das pessoas só conhece superficialmente.
  • Os “DDAs” podem ter grandes qualidades: simpáticos, falantes, comunicativos, inteligentes, energia inesgotável, idéias novas e brilhantes (embora nem sempre sejam levadas adiante).
  • Criativos, pioneiros, inventores, não vivem sempre de modo politicamente correto. Assumem e correm riscos, defendem idéias, em parte pela falta de freio, de filtro social e pela impulsividade.
  • Podem ser muito sexuais, gostam de simetria, de coisas bonitas e de novidades.
  • Muitos descobrem um interesse especial onde conseguem "hiperconcentrar".

 texto retirado da net

 

 

12.Nov.13

a nulidade dos «rankings»

 

 

enquanto nas escolas públicas portuguesas se passarem coisas como esta, não há classificação coerente ou válida

 

«O Diário do Professor Arnaldo - A fome nas escolas 

Ontem, uma mãe lavada em lágrimas veio ter comigo à porta da escola. 
Que não tinha um tostão em casa, ela e o marido estão desempregados e, até ao fim do mês, tem 2 litros de leite e meia dúzia de batatas para dar aos dois filhos. 
Acontece que o mais velho é meu aluno. Anda no 7.º ano, tem 12 anos mas, pela estrutura física, dir-se-ia que não tem mais de 10. 
Como é óbvio, fiquei chocado. 
Ainda lhe disse que não sou o Director de Turma do miúdo e que não podia fazer nada, a não ser alertar quem de direito, mas ela também não queria nada a não ser desabafar. 
De vez em quando, dão-lhe dois ou três pães na padaria lá da beira, que ela distribui conforme pode para que os miúdos não vão de estômago vazio para a escola. 
Quando está completamente desesperada, como nos últimos dias, ganha coragem e recorre à instituição daqui da vila – oferecem refeições quentes aos mais necessitados. De resto, não conta a ninguém a situação em que vive, nem mesmo aos vizinhos, porque tem vergonha. 
Se existe pobreza envergonhada, aqui está ela em toda a sua plenitude. 
Sabe que pode contar com a escola. 
Os miúdos têm ambos Escalão A, porque o desemprego já se prolonga há mais de um ano (quem quer duas pessoas com 45 anos de idade e habilitações ao nível da 4ª classe?). 
Dão-lhes o pequeno-almoço na escola e dão-lhes o almoço e o lanche. 
O pior é à noite e sobretudo ao fim-de-semana. Quantas vezes aquelas duas crianças foram para a cama com meio copo de leite no estômago, misturado com o sal das suas lágrimas…Sem saber o que dizer, segurei-a pela mão e meti-lhe 10 euros no bolso. 
Começou por recusar, mas aceitou emocionada. 
Despediu-se a chorar, dizendo que tinha vindo ter comigo apenas por causa da mensagem que eu enviara na caderneta. Onde eu dizia, de forma dura, que «o seu educando não está minimamente concentrado nas aulas e, não raras vezes, deita a cabeça no tampo da mesma como se estivesse a dormir».
Aí, já não respondi. Senti-me culpado. Muito culpado por nunca ter reparado nesta situação dramática. 
Mas com 8 turmas e quase 200 alunos, como podia ter reparado? 

É este o Portugal de sucesso dos nossos governantes. 
É este o Portugal dos nossos filhos. 

CIRCULAR PELOS AMIGOS E CONHECIDOS, COMENTAR, BARAFUSTAR, SÃO ACÇÕES QUE NADA PODERÃO FAZER PARA REPOR OS VALORES DESTE PAÍS. É NECESSÁRIO FAZER MAIS... MUITO MAIS!»


via facebook...


e depois vêem falar em disponibilizar para os colégios privados mais 19,4 milhões de euros???? querem financiar amigos gestores dos privados e favorecer a desigualdade em algo tão precioso como a educação, através dos cheques ensino???

A educação não pode ser privada! o direito à educação é um direito fundamental e só pode ser equitativo se for público e gratuito!! como pode haver ainda quem defenda o «direito» à liberdade de escolha quando não partimos em igualdade?

Para mim não havia ensino privado financiado e ponto final! quem quiser filhos nos colégios privados deve simplesmente pagar por essa opção. O investimento do estado na escola deve ser feito sim! mas na escola pública - investimentos nas infraestruturas, quer a nível material quer sobretudo a nível humano! 


Eu tenho dois filhos a estudarem em escolas públicas. Não me deixo abater pelo «sistema» e sempre luto para que tenham o melhor, para que tenham a educação de qualidade que devem ter. Mas com duas crianças portadoras de PHDA essa luta não é pacífica. No entanto estou convicta que a luta existiria de igual modo se eu optasse por os colocar numa escola privada!

Numa entrevista para um colégio privado que dei na altura da matrícula do mais velho no 2º ciclo, tive uma professora à minha frente que me disse «hiperativo? na minha sala a hiperatividade fica à porta, aqui não entram manias» e numa outra a diretora do colégio perguntou-me «mas ele tem notas baixas não é? porque sabe, aqui não temos maus alunos»...o Rafa tem excelentes notas, acima dos 80%, na maioria das disciplinas mais de 90%. Não é isso que me preocupa! quero que ele seja valorizado pelo que é! que o respeitem na sua diferença.

Existem bons e maus professores tanto no privado como no público. Já vi professores empenhados, tão empenhados que conseguem com o mínimo de recuros, fazer resultados máximos! não falo só de notas, falo principalmente de pegar em alunos e transformá-los em excelentes seres humanos. Porque isso sim, deve ser valorizado, muito mais do que ter um «ranking» onde se classificam (com que critérios?) escolas privadas e públicas na mesma tabela, como se classificar fosse uma mera questão de posição....

 

11.Nov.13

São martinho

 

 

Destaco que os meus rapazes não são fãs da castanha, pese embora eu as adorar e até as incluir nas comidinhas de outono como acompanhamento de alguns pratos,

 

 

 

 

 

no entanto, nas escolinhas festejam-se hoje as tradicionais «quentes e boas» o que para o Quico é uma espécie de frete, daí que logo pela manhã me tenha avisado «mãe, tens de dizer na escola que não me obriguem a comer castanhas!»

 

 

Coincidindo com a celebração do S. Martinho, realiza-se na EB1/JI Ribeiros a «Feirinha de Outono» motivo para que lá tenha deixado o pequeno levar umas moedinhas, ficando ao seu critério o que escolherá das várias iguarias e produtos disponíveis. O dinheiro reverte como sempre para os finalistas deste ano.

 

Quanto à escola do Rafa não estão previstos festejos para hoje mas amanhã terá lugar um dia especial, com mostra gastronómica, cultural e recreativa, aberta a toda a comunidade escolar.

 

Claro que são escolas públicas, nos colégios privados de certeza que os meninos serão presenteados com celebração mais «faustosa» mas ficará para outro dia um post sobre o que penso disso...

 

 

 

 

07.Nov.13

as belas ideias

 

são sempre encorajadas cá em casa...o que por vezes leva a coisas destas

 

 

O Quico chegou da escola com a energia habitual e teve a bela ideia de ir «trabalhar» porque «não pode ser a mãe a fazer sempre tudo, ela é mulher, ora não pode fazer tudo não é?»

 

Portanto decidido a fazer uma coisa de «homens» (onde vai o rapaz buscar estas ideias?!) resolveu desencravar uma gaveta da cozinha que teimava em não abrir. Foi buscar a caixa das ferramentas e munido de martelos e alicates lá se pôs de joelhos a trabalhar afoitamente. Nada o demoveu da sua bela ideia e dali a pouco tinha tirado vários parafusos não sei bem de onde, a gaveta lá se abriu e deliciado ele acabou por desmantelar todo o armário...em pouco mais de 5 minutos claro!

 

como a coisa lhe pareceu ter corrido bem, quis ir também verificar a canalização das casas de banho porque os senhores «arranjadores» são mesmo assim, trabalham muito e compõem toda a casa....

 

enquanto tentava eu dar um jeito na cozinha, já havia montanhas de coisas fora de sítio dos armários das casas de banho, muitas ideias de «arranjar» também as luzes de cada divisão e até equipamentos eletrónicos! foi um corropio ao fim do dia, sem dúvida animadíssimo!

 

 

04.Nov.13

ter fé

 

 

é assim qualquer coisa como isto

 

 

Depois de um final de domingo com mais uma crise de nervos, a agressividade do Rafa a dar sinal, seria de esperar uma manhã caotica, até porque às segundas feiras a coisa custa...

 

mas quando a imprevisibilidade é a palavra mais comum, a casa pode ter momentos de loucura seguidos de pacíficas cenas de ternura...o Quico está mais assertivo (terá algo a ver com o apoio na escola?) e por isso também me faz surpresas que incluem beijos do «tamanho do mundo mas infinitos» e não fazer drama por ter de sair de casa mais cedo que o irmão - primeira vez que acontece em tempo de escola, por norma o Rafa tem de ser «entregue» antes dele, acho que para ter a certeza que o irmão fica realmente na escola!

 

 

ora isto dá-me fé num futuro mais equilibrado!





01.Nov.13

não suporto notícias destas

«A escola do 1º Ciclo de Mesquitela, Mangualde, decidiu suspender as aulas em virtude do comportamento agressivo de um aluno com apenas seis anos de idade. O menino constituía um risco para professores, funcionários e colegas, conta a edição desta sexta-feira do Jornal de Notícias, mas a versão da mãe da criança é outra.

“Estão a enterrar o meu filho. Ele é hiperactivo e está a ser medicado. Em casa porta-se bem e só na escola é que se revolta. Não sabem lidar com ele”. É desta forma que a mãe de um aluno de seis anos da do 1º Ciclo de Mesquitela, Mangualde, reage, em declarações ao Jornal de Notícias, ao facto de aquele estabelecimento de ensino acusar o seu filho de comportamentos agressivos, que colocarão em risco a integridade física de professores, funcionários e alunos.

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Os frequentes ataques de fúria do menino já deixaram marcas físicas nos docentes, além dos prejuízos materiais que tem vindo a causar, sendo que as queixas por parte dos encarregados de educação são mais do que muitas.

A psicóloga Paula Fongue, ouvida pelo mesmo jornal, indica que “a criança está em perigo e a sofrer”, pelo que “não deve ser isolada, mesmo que se trate de um caso de indisciplina”.

A escola reportou entretanto o caso à Comissão de Protecção de Crianças e Jovens e admire suspender o aluno a título temporário»

 

Porque é que não suporto? porque aponta para uma data de incorreções, porque mais uma vez se associa PHDA ou hiperatividade, a situações pouco claras e absurdas.

 

Ponto 1: como é possível uma escola não conseguir encontrar forma de «controlar» um miúdo de seis anos? isto tira-me do sério! o miúdo constitui um perigo?! mas esta gente faz o quê nas escolas? o trabalho destas pessoas é lidar com crianças, se não sabem como fazê-lo então desocupem o lugar. O Rafa tem agora 12 anos, desde os 4 que era claro que seria uma criança bem diferente e que nunca seria possível lidar com ele de modo convencional - existem crianças em que não resulta a abordagem da força bruta, em que não chega dialogar! mas sempre existe uma forma! sempre, mesmo quando essa criança se mostra agressiva, e eu sei bem do que falo!

 

Ponto 2: Hiperatividade parece ser o diagnóstico sempre que não se encontram soluções para estes miúdos. Quase sempre o diagnóstico está errado. A mãe diz que ele em casa se porta bem e só na escola se revolta - isto não é hiperatividade. A criança ou adulto com PHDA é portadora da doença em qualquer contexto - tanto em casa como na escola, tanto na rua como na igreja, tanto num café como numa loja de brinquedos. O distúrbio impede uma vida normal em qualquer sítio, em qualquer situação. Eu que o diga! leiam este blog!

 

Ponto 3: a medicação administrada corretamente altera profundamente o comportamento da criança com PHDA. Se estiver corretamente diagnosticada, esta medicação (que a mãe diz que toma) levaria a que o menino tivesse um comportamento adequado na escola, faria com que ele estivesse mais calmo, mais concentrado e mais colaborante. Mais uma vez sei do que falo! Se ele tem «ataques de fúria» isso não se deve à PHDA, quando muito o menino teria mais do que uma patologia associada! e sim, tambem sei do que falo. O meu filho mais velho faz medicação combinada porque para além da PHDA de tipo impulsivo tem uma perturbação do comportamento chamada TOD (transtorno oposição/desafio) que lhe traz a agressividade e um distúrbio do sono. Se apenas tomasse meltefedinato, o Rafa ficaria mesmo assim, mais calmo e mais atento na escola (e em todos os sítios) mas continuaria a ser agressivo e não conseguiria dormir. Já o meu filho mais novo, diagnosticado com PHDA predominante déficite de atenção faz meltefedinato e o seu comportamento em casa e na escola (assim como em todo o lado) muda radicalmente.

 

Ponto final: portanto estamos aqui perante mais um caso em que se resolve tudo com um rótulo - o miúdo é hiperativo e por isso tem de ficar isolado na escola porque é um risco para os seus pares e professores...triste e revoltante. Sobretudo porque se existem psicólogos, onde está a avaliação aos vários parâmetros, para que a criança seja devidamente encaminhada? não basta dizer que a criança sofre...é preciso apresentar estratégias de intervenção adequadas, onde estão elas? chegar ao ponto de dizer que se fecha uma escola, por causa de um miúdo de seis anos?! por favor!!! e já agora - a escola porque não pede ajuda a quem sabe? existem técnicos da associação portuguesa da criança hiperativa que se disponibilizam para intervir nas escolas e ajudar quem precisa! 

 

 

 

 

01.Nov.13

da noite de «horror»

 

 

 

 

criamos o cenário

 

 

 

 

 

 

 

pusemos a mesa

 

 

 

e servimos o repasto

 

 

 

à mistura com muita doçura

 

 

 

 

Durante a noite houve muita loucura, o Quico vestiu e despiu o seu fato de esqueleto umas 7 vezes (as que consegui contar) mas sempre sem se deixar apanhar pela máquina fotográfica. Divertiu-se à brava no meio das gomas e cup cakes e a pregar partidas com as suas amigas aranhas!

Para o Rafa o cúmulo do horror foi ter-se lembrado que iria ter teste de português logo pela manhã, coisa que nem ao diabo se desejaria!