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Energia a Mais

A Hiperactividade vista à lupa

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A Hiperactividade vista à lupa

07.Ago.14

adolescente em dieta - socorro!

 

 

o peso dos meus filhos e sobretudo a alimentação tem sido uma das minha preocupações acrescidas desde que o diagnóstico de PHDA levou a medicação

 

 

 

imagem da net

 

 

Claro que todos os pais devem ter o maior cuidado na alimentação dos miúdos, até porque sabemos que é de pequenos que se criam os bons hábitos alimentares. No entanto patologias como PHDA (e muitas das suas co-morbilidades associadas) são fatores de risco, acrescem um cuidado extra pois interferem e muito no tipo e no peso destas crianças, jovens e pela vida fora...

 

Uma medicação à base de meltefedinato (medicamento usado para a PHDA) como Concerta ou Ritalina (os mais comuns) inibem o apetite, uma das consequências inicias da sua toma é uma redução na ingestão de alimentos, logo uma perda de peso. Por vezes, dependendo do organismo de cada  criança essa perda pode ser acentuada e prolongar-se no tempo, tendo estas crianças um certo «atraso» no seu desenvolvimento, especialmente se iniciam a medicação muito cedo (antes dos 7 anos não é aconselhável mas existem casos que eu conheço). Nestes caso, é indispensável assegurar que as crianças ingerem os nutrientes necessários, por vezes fazer alguns suplementos para ter a certeza do aporte correto de vitaminas e minerais.

No entanto, outras patologias associadas à PHDA podem levar a medicação combinada (ou mista) isto é, um fármaco administrado para outra perturbação - as mais comuns são as de instabilidade de humor, perturbações do sono, TOD ou Asperger. Os mais utilizados fazem um efeito contrário ao meltefedinato, ou seja, trazem como efeito secundário um aumento de apetite, em certos casos muito difíceis de controlar.

 

Em casa, tenho os dois exemplos - o que me deixa à vontade para falar do assunto. O Quico só faz medicação para a PHDA e portanto é necessário «empurrar» a comida pois nunca parece ter fome. O Rafa faz combinação de medicação para PHDA e TOD (as variações de humor são também devido ao asperger) e um dos alertas do médico que o segue foi logo «cuidado com o apetite!». Realmente o meu mais velho parece nunca estar satisfeito e come tão depressa que se torna difícil controlar o que ingere. Assim, devido mais à quantidade do que por causa da (má) qualidade ou má preparação dos pratos principais (a preferência vai para grelhados, assados com pouca utilização de gordura, poucos fritos ou fast-food) depressa se evidencia a tendência para o aumento de peso. Atualmente com 13 anos, o Rafa mede 1,69m e pesa 67kg - muito acima do recomendado para a idade!

 

Um adolescente em dieta - medo!

 

Uma das dicas que segui foi «o que não tenho em casa, ele não pode comer». Parece-me uma boa ideia - se em casa não existem alimentos «maus», como bolachas mais calóricas, bolos, refrigerantes, gomas, etc, mesmo que ele vá à despensa, não tem lá nada que contribua para o excesso de peso. No frigorífico estão lacticínios magros, queijo fresco, frutas, iogurtes, legumes. As carnes das refeições são brancas, o peixe é sempre um dos pratos do dia, saladas e vegetais (ou sopas) estão sempre na mesa.

Outro conselho que segui foi o de «trazer apenas o prato já feito para a mesa». Nada de travessas que aguçam a sensação de fome, o que os olhos não vêem o cérebro não pede!

Há também um outro «truque» que tenho utilizado, uma vez que estamos em casa e eu tenho mais tempo para seguir o que fazer, faço-o repartir ao longo do dia a quantidade de alimentos, comendo mais vezes, não tem tanta fome na horas das refeições. 

Para que não deixe de comer aquelas «tentações» tão do agrado dos adolescentes e para que não fique ansioso pela «regra» mais apertada em controlar o que come, estabeleci com ele um dia por semana de «comer o que mais gosta» em que são permitidos uns quantos «pecados». Mesmo assim não quero que coma de tudo por isso batata frita é restrita a uma vez de 15 em 15 dias e fast-food apenas a uma vez por mês. Além disso uma das regras que existiam já cá em casa é a das bebidas (as coca-colas e afins) que só entram um dos dias do fim de semana (escolhem ou sábado ou domingos e apenas bebem enquanto dura). E claro, se há um dia especial, o que estiver na ementa pode ser consumido sem reservas (dias especiais são dias especiais, certo?)

Como não quero que pense que tem de andar sempre a verificar o peso, a balança é apenas um elemento cá de casa que se usa uma vez por semana.

 

Acho que tendo em conta a preparação das comidas, controlando a quantidade de comida, é possível ele comer de tudo, isto é, fazer uma alimentação variada, incluindo coisas que tipicamente os miúdos desta idade preferem. Até porque, com as alternativas ao dispor no mercado, preparando a comida em casa,  usando a imaginação, isto da dieta pode não ser tão mau assim!

 

claro que estamos a falar de um adolescente (ainda por cima de um que não tem propriamente um controlo muito bom sobre os seus impulsos)...e tudo pode correr ao contrário!