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Energia a Mais

A Hiperactividade vista à lupa

Energia a Mais

A Hiperactividade vista à lupa

06.Fev.13

Da escola (a longa jornada)

 

 

que este ano não está a ser nada fácil...percurso acidentado dos meus rapazes e um coração de mãe sempre em alerta máximo

 

Desde o natal que o Rafa está a viver mais uma fase complicada. O meu menino mais velho tem tido estes ciclos assim - ora mais assertivo, mais colaborante e por isso dando a ideia de estar a fazer progressos, ora mais desafiador, mais instável e mostrando porque a PHDA é considerada uma perturbação crónica.

Durante esta fase mais difícil, todas as caraterísticas se acentuam e passamos a viver com um furacão dentro de portas. O seu modo torna-se (ainda) mais brusco, as suas maneiras mais impetuosas, tem mais dificuldade em cumprir ordens e em realizar tarefas de rotina. Sente-se mais frustrado e basta um «empurrão» para que se descontrole. Não é fácil manter o equilíbrio.

O dia do aniversário foi do pior de que tenho memória, ao ponto de tapar os ouvidos para não ouvir cantar «parabéns», boicotar o soprar das velas (foi o Quico que o fez e se encarregou de pedir os desejos da praxe), não aceitar os presentes que delicadamente os familiares quiserem oferecer, enfim, um dia que acabou com ele a descarregar a sua fúria (frustração) e comigo em lágrimas (cuidadosamente escondidas). Os fins de semana de pouco servem para atenuar esta tensão e cada dia de escola é uma tortura. Ao ponto de se ter começado novamente a recusar sair de casa, o que provoca discussões matinais intensas que desgastam qualquer um - houve mesmo um dia em que não o consegui fazer ir à escola.

Ressente-se em casa e obviamente na escola.Como tal, tem vindo a ser cada vez mais chamado à atenção, traz montes de recados na caderneta, especialmente por questões de comportamento. Mas também as notas refletem este momento conturbado. Pela primeira vez o Rafa trouxe um teste negativo - a uma das disciplinas a que nunca demonstrou dificuldades e de nota 5, matemática. Na verdade, este teste foi um desafio, não acatando a ordem da professora o Rafa insistiu em fazer os exercícios ao contrário do esperado, utilizando uma lógica só dele. A professora avisou que não queria aquela via para a resolução mas ele teimou e acabou por não dar ouvidos, chegando a dizer que fazia como queria...assim fez no teste o que deu mau resultado.

Embora não sendo novidade esta é uma situação preocupante, o que me leva a procurar ajudas. Quer com o neuropediatra, pois a medicação talvez necessite de um ajustamento, quer da parte do psicólogo, pois estará na hora de experimentar novas estratégias. Estamos a ponderar também uma intervenção da psicóloga da escola, algo que o Rafa tem dificuldade em aceitar.

 

Por outro lado temos a jornada do Quico. O meu menino mais novo está agora diagnosticado. Acentuadamente déficite de atenção, embora sem problemas «adicionais» que travem a sua aprendizagem. Ou seja, não tem problemas cognitivos mas não consegue atingir o nível esperado porque simplesmente não se concentra por períodos suficientes para conseguir executar as suas tarefas escolares.

O Quico tem sempre muita agitação mas dentro da sala de aula está muitas vezes «ausente». Perde-se no seu mundo e fica na lua até ser chamado à terra pela professora. Quando está com supervisão cerrada consegue fazer algum trabalho mas apenas por pouco tempo e com muita facilidade se distrai, pelo que pouco aproveita. Além disso parece ficar muito nervoso, pois começa a ganhar consciência de que não sabe o que lhe pergunta a professora. Embora não tenha a ansiedade extrema de que sofre o irmão, o que para mim já é motivo de menos angústia.

Agora vamos iniciar um plano por etapas, proposto pelo psicólogo que envolve trabalho em casa e na escola para que se reforce as suas capacidades e se consiga alcançar um maior nível de desenvolvimento.

 

Esta jornada está muito longe do fim, a ver vamos, um passo de cada vez, quanto mais teremos de percorrer!

 

 

 

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