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Energia a Mais

A Hiperactividade vista à lupa

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A Hiperactividade vista à lupa

11.Jun.10

Caixa de Pandora

 

 

Segundo o que conheço deste mito, vindo do tempo dos Deuses abri-la significa

 

 

 

 

«...que uma acção pequena e bem intencionada, pode provocar uma avalanche de repercussões negativas»

 

 

Quase sem avisar, o Pai veio a casa para tratar de alguma papelada, pelo que chegou em dias úteis - terça de madrugada. De manhã os miúdos ficaram obviamente em delírio, dado que não tinham sido informados (por decisão nossa) para se tentar manter ao máximo a rotina deles.

O Rafa tem andado bastante instável, como já aqui dei conta - nem sempre toma a medicação e por isso mesmo, anda agitado e com pouca vontade de ir à escola. Já contei que apesar de ser época das fichas de avaliação (ou talvez por causa delas) o Rafa não está nada motivado, fazendo birra para tudo, queixando-se de dores de barriga, vómitos, diarreias e tudo o que pode causar desconforto e piedade....

Com muita insistência minha, consegui que fosse fazer as fichas de português e de matemática - na quarta tinha estudo do meio. Na terça, dia da ficha de matemática, acabou por implorar que o pai o fosse buscar na hora de almoço e fez gazeta da parte da tarde. Falamos com a professora e ela até achou que lhe faria bem, pois entende que o tempo que passa com o pai é sempre tão curto, que seria «pecado» não aproveitar.

Na quarta, a ficha de estudo do meio, matéria não tão do seu agrado, a fita para não ir foi imensa...o pior é que eu tinha marcado um compromisso logo pela manhã, aproveitando que o Pai ainda estava e o poderia levar à escola. Assim, a tarefa de o fazer sair de casa, coube ao Pai sozinho, coisa que eu compreendo bem o difícil que foi!

Muito choro, birra, ranho, vómitos, murros, pontapés, antes ainda de eu sair de casa, fizeram-me adivinhar uma manhã bem «suada» para o Pai...ele consegiu levar o Rafa por volta das 10h00, só que como os outros meninos já tinham iniciado a ficha e o Rafa não se sentia à vontade com a matéria, acabou por combinar com a Professora fazer o que falta na segunda feira....

 

De tarde fizemos uma saída pouco comum, levamos os miúdos às compras para remodelar o quarto deles e a sala. Claro que com muita aventura pelo meio, dado que tivemos mesmo de ir de carro (com os já mencionados problemas que isso nos traz). Os dois saltaram, penduraram-se e remexeram em todos os móveis expostos, gritaram, riram e choraram entre brigas, corridas e muita emoção....como é costume! Foram (fomos) por isso bem notados na loja por onde andamos e não, não se portaram nada bem, como é costume! Pais que não vivem isto, não podem sequer imaginar (ou melhor...podem apenas imaginar!)

Mas, enfim! eu dou-me por satisfeita quando no final da nossa passagem, não se registam baixas de grande monta...

Claro que deixamos muita gente escandalizada pelo caminho - temos pena!

 

Depois disto só queriamos descanso e poder conversar um 'cadito sem os habituais atropelos....Mas tivemos uma ideia que abriu a tal da Caixa de Pandora!

 

Com os dois filhotes bastante eléctricos e sendo a noite de quarta a última do pai antes de nova saída, quisemos tomar um cafezito em conjunto com os meus pais. Ora como o tempo não ajudava, esplanadas não eram opção, achamos que podia ser mais fácil entretêr os dois pestinhas no shopping, entre um gelado e um crepe, talvez nós tivessemos o tão almejado sossego...

 

Acção pequena e bem intencionada....

 

Rafa descontrolado e Quico super entusiasmado. O que despoletou uma crise das mais agudas dos últimos tempos, foi um insignificante pedido para lhe comprarmos um novo jogo...que teve da nossa parte um insignificante não...Já tinhamos comprado muita coisa, jogo incluído, não era nossa intenção fazer compras às 9h da noite - só queriamos sentar um pouco, tomar um café, eles podiam escolher gelado ou crepe simples não? Não...

 

Com o Pai muito menos habituado do que eu (e até do que os meus pais) a estas birras que se avolumam até à histeria total, o Rafa viu uma oportunidade de conseguir ainda mais atenção - e fez de tudo...bateu, empurrou, levou do pai, que teve troco, que iniciou a batalha do costume, tudo com assistência de vários mirones «escandalizados».

 

É triste ver o meu menino assim (ele é o meu menino!) O Pai tenta, eu sei que sim, no entanto falta-lhe alguma sensibilidade, algum tacto na forma de lidar com o Rafa nestas alturas...Gesticula muita, fala alto, tenta segurá-lo e grita com ele ao mesmo tempo que o quer desviar do centro das atenções alheias....sem resultados, a não ser a maior agitação do Rafa tentando opôr-se...

 

Com tudo isto acabamos por passar um mau bocado, não deixando eu de reparar na tristeza dos meus pais ao verem o neto assim, no olhar de «perdido» do Quico que não queria sair do colo do avô, dos receios do meu marido ao não conseguir acalmar o filho....e nos outros? sim, também reparei...

 

Claro que tudo tem um fim e estas crises violentas também passam. E quando passam o Rafa salta para outro assunto, para outro interesse tão rápido como iniciou o anterior! Temos realmente de ter muita «pedalada» para o acompanhar!

 

 

 

 

O Pai saiu na quinta feira, dia chuvoso que estragou os planos de distraír os miúdos com atracções várias nas barraquinhas tradicionais da «Cidade no Jardim» evento que inicia as festas da Cidade. Mesmo assim, deu para uns chutos na bola e um salto às rifas o que para o Rafa é sempre uma emoção!

 

Mehor fechar a caixa e deixar a calma possível regressar, até porque sexta é dia do passeio anual da escola e o Rafa, embora com milhentas «picuísses» por causa do pé ainda em convalescência, está entusiasmado!

 

 

 

 

 

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