e ontem foi assim...
sem tempo para escrever, deixo hoje um resumo do dia de ontem. Como era de prever foi um dia complicado. Tal como aconteceu no ano anterior, o Rafa teve uma crise mesmo no momento exacto - antes do jantar e da tentativa de festejo do segundo aniversário do irmão Francisco.
Claro que eu já estava á espera que algo semelhante acontecesse! No entanto como ele estava mais ocupadp pelo campo de férias eu ainda tive uma esperança que as coisas corressem um pouco melhor. O dia começou com muito entusiasmo, pois para além do aniversário, o Rafa festejava com um espetáculo para os pais, o encerramento do campo de férias. Mas depressa o entusiamo passou a excitação nervosa que se transformou na inevitável ansiedade e depois em pura angústia. Aos vómitos o Rafael lembrou-se que poderia ser necessário trocar de roupa em frente aos colegas do campo (coisa impensável para quem há 2 meses não consegue vestir roupa interior). Com muita paciência lá consegui convencê-lo que eu falaria com a monitora antes da festa e ele levaria um calção que serviria para todo o espetáculo!
A angústia diluiu-se um pouco mas com o aproximar da hora (20:30H no local da festa) ele voltou ao histerismo. Com a agravante de ter ao mesmo tempo o jantar em que estariam os avós e a bisa para cantar os parabéns ao Francisco e dar umas prendinhas. Com toda a gente a pressionar (toma banho, tá na hora, vá lá olha o calção, deixa vestir Rafael, olha o mano, temos de fazer um brinde, anda para a mesa...) o Rafa foi entrando naquele tipo de registo típico dos hiperactivos - sem controlo. De repente começaram as agressões, o tentar destruir o bolo de aniversário, o não sentar á mesa, não se deixar vestir, gritar cada vez mais alto, empurrar o irmão para o lado, escapar do meu aperto, enfim, o normal quando não consegue ouvir ninguém e ninguém se ouve...de tanto barulho e confusão!
Já o avô tinha ficado tão nervoso que queria ir dar uma volta «para apanhar ar», a bisavó como sempre choramingava e o Francisco gritava a plenos pulmões no colo da avó, consegui finalmente apanha-lo na sala, fechei a porta e com a dose normal de bom senso (única coisa que resulta) abracei-o e deixei passar algum tempo só a escutar o seu choro...que aos poucos se tornou menos histérico até conseguir falar com ele. Acabamos por concordar que seria divertido ver a reacção do Francisco ás prendas, que ele podia acender as velas do bolo e montar as prendas do irmão. Que não havia problema em chegar 15 minutos depois da hora marcada para a festa do campo, pois todos se atrasam e nós até tinhamos uma boa desculpa! Embora tudo fosse feito um pouco a correr, o certo é que conseguimos festejar o aniversário, fomos a tempo do início da festa e acabamos por passar um bom bocado ao ver o Rafa exibir-se perante uma centena de pais orgulhosos.
Não fosse o descalabro final quando ele de novo completamente eufórico, espalhou o caos na exposição dos trabalhos por querer arrancar os dele, se engalfinhou com um colega de brincadeira, desatou aos palavrões pela rua e o barulho despropositado ao chegar a casa perto da meia noite, até poderia dizer que «não correu mal de todo!»