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Energia a Mais

A Hiperactividade vista à lupa

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A Hiperactividade vista à lupa

05.Abr.11

imaturidade

 

em várias ações do Rafa é algo a que já estou habituada...

 

desde cedo me apercebi que o meu filho mais velho, devido à PHDA tem uma imaturidade que se revela em muitas das suas atitudes, desde as mais simples às mais elaboradas. Com o nascimento do irmão mais novo, cada vez me apercebo mais dessa imaturidade, pois que com uma diferença de 6 anos, eu vejo no Quico um entendimento das coisas que o Rafa, continua a demonstrar não ter...

 

 

este fim de semana passado foi um «daqueles» fins de semana para esquecer. Apesar de no sábado não ter tido trabalho, acabei por descansar ainda menos, tantos foram os momentos de tensão e exaustão a que a conduta do meu filhote hiperativo me/nos levou!

 

Acresce dizer que esta dificuldade resulta de uma pausa na medicação que fizemos a conselho médico a fim de reavaliar a dose e fazer um ajuste, para que os efeitos da mesma se adequem ao esperado. Assim, retiramos o Risperdal à noite e passamos a fazer apenas o meltefedinato, numa dose de 20 mg diárias (que quase não se notam na alteração do comportamento). Claro que no imediato, as dificuldades em adormecer se acentuaram, ao mesmo tempo que se reduziu o efeito do estimulante. Resultado - ele ficou muito mais instável e irritavél. Muito conflituoso pois as caraterísticas do TOD agravaram-se.

 

No dia de sábado chamei-lhe várias vezes à atenção para a necessiadde de tirar um tempo para estudar para o teste do estudo do meio, matéria que não é das suas preferidas...o teste estava marcado para segunda feira e sabendo eu como o tempo «voa» disponibilizei-me para o orientar e lhe ditar um resumo da matéria, coisa que o faz memorizar com mais facilidade. As minhas tentativas foram sendo sucessivamente ignoradas, algumas com as explosões violentas do costume e que resultavam em choque e confronto. Não fui bem sucedida e nem os castigos - tirar o prémio da semana, tirar a psp, desligar a tv, tiveram resultados - os castigos foram rapidamente esquecidos o que me obrigou a mudar de castigo até conseguir impôr um que lhe fosse realmente penoso...

Não estava a ter qualquer efeito e passei à estratégia do incentivo - se ele estudasse 30 minutos com afinco, poderia escolher a refeição da noite (seria um prémio para quem não pode comer todos os dias o que lhe apetece...). Embora o conseguisse entusiasmar por um segundo, assim que tirou o estojo da mochila a sua atenção desviou-se e passou a «pedinchar» toda uma série de material «imprescindível» e sem o qual não conseguiria estudar - como lapis, novas borrachas, conjuntos de réguas, compassos, etc...e depois um caderno para o inglês que o fez lembrar-se de uma canção que a teacher tinha ensinado, que por sua vez o lembrou de como gostaria de ter o jogo para playstation «singstar» e por aí fora, sendo que o tempo útil se esgotou e em breve era hora de almoço.

 

Entretanto durante a tarde, estivemos embrenhados em mais umas quantas tentativas que acabavam em nada e embora tenha chegado a abrir o caderno com a revisão da matéria, não avançou daí. Esteve ainda algum tempo a olhar para as coisas mas sem se concentrar não teve qualquer proveito.

Depois de mais umas quantas «turras» comigo e com o mano, o resto do tempo foi para gastar alguma da energia, com chutos na bola e gritaria a plenos pulmões...

 

Mas o Domingo ainda foi pior - desta vez porque de tarde o Rafa era conviaddo de uma festa de aniversario do seu grande amigo e vizinho M. Este menino vive no memso prédio mas em entrada ao lado da nossa e é assim como o grande amigalhaço e único que o Rafa mantem desde que se conheceram na mesma escola há 3 anos. Como ele já é mais velho, agora frequenta outra escola mas os dois costumam encontrar-se quase todos os fds. Claro que para o Rafa a festa era super importante.

Eu concordei com o pai do M. que o Rafa poderia ir mas expliquei que estaria restrito no horário porque queria fazê-lo entender que ainda tinha de estudar para o teste e portanto não poderia ficar na festa até tarde. O Rafa não se mostrou desagradado com a ideia.

E embora a manhã de domingo não fosse agradavel devido às habituais birras e algazarra dos meus dois rapazes, eu não contava com mais uma prova da imaturidade do Rafa.

 

Tudo começou porque ele entretanto se lembrou de que tinhamos uma prenda para entregar ao M. Um jogo que o próprio Rafa escolhera e que era do agrado do amigo. Só que passou a ser também do agrado do Rafa...e muito do agrado. Tanto que ele queria a tudo custo, desembrulhar a prenda e ficar com ela. E ver toda a manhã um rapagão de 10 anos aos berros pela casa, furioso porque eu não o deixava ficar com a prenda do outro, foi uma cena que deveria ter filmado.

Eram birras tão infantis, tão a despropósito que não pareciam reais. Chegou ao ponto de eu ter de andar a correr atrás dele com medo que ele me danificasse alguma coisa na tentativa de descobrir onde estava a prenda guardada. E o que me passei quando ele foi à caixinha das poupanças (uma caixa onde colocamos algum dinheiro para os dois, para que saibam que devem ter um fundo de poupança e que não pode ser mexido sem a autorização dos pais) e quis arrancar de lá uns 20€ para poder ir comprar um jogo igual. E mesmo com ameaças e cortes radicais da minha parte, ele não acalmou. A estrategia do deixa correr foi a única que segui, pois não havia nada que o demovesse, pelo que o ignorar (possivel) da situação é sempre a única que resulta...

 

Andamos nisto até ele mudar o assunto do seu interesse. Por norma de modo brusco e sem nada que o faça prever, ele de repente desliga e investe em nova obsessão. Foi o que aconteceu mais tarde, por volta da hora do almoço.

 

Depois ainda tive os tais momentos críticos quando tem de se arranjar para sair de casa, entre ansiedade e histerismo, lá o fui levar a casa do amigo...

 

Sempre a pensar no teste ainda o tentei levar ao estudo mais tarde mas este foi decididamente um fds de total desconcentração. A noite começou muito mal, com os nervos em franja e com a hora de dormir a chegar muito depois do desejado. Já em lágrimas por volta da uma da manhã, lá me pedia para o ajudar na segunda antes da escola, coisa que obviamente não é possível, dado que arranjar os dois a tempo de os colocar a horas prontos para o avó levar e eu sair para o trabalho é algo que já obriga a um acordar cedo...quanto mais ter ainda de fazer estudo para testes....

 

Talvez até nem tenha uma nota muito má, ele por norma safa-se mas estando no quarto ano, esta imaturidade dele preocupa-me sobremaneira! Espero que com o ajustar da medicação, ele consiga estabelecer um ponto de equilibrio que lhe permita aproveitar as suas capacidades da melhor forma!

 

 

 

 

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