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Energia a Mais

A Hiperactividade vista à lupa

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A Hiperactividade vista à lupa

27.Set.11

no seio da família

 

já se sabe que existem conflitos em todas as famílias...

 

seria estranho não existirem dado que uma família é constituída por membros com diferentes personalidades, marcada por contextos externos, influenciada por diferentes situações. No entanto o que faz funcionar uma família é sem dúvida a coesão - pode haver diversas opiniões, até modos de vida díspares mas cada família tem uma espécie de código de conduta que a mantem coesa. Esse código permite que se resolvam entre a família os diversos confiltos que surgem no dia a dia - quando esse código se rompe e deixa de haver coesão entre os seus membros, a família desmorona-se...

 

Existem muitos motivos para que neste blog se fale de família. Já mencionei que a estrutura de apoio familiar é muito importante para a estabilidade de qualquer criança e ainda mais importante no caso de crianças com disturbios comportamentais. Sem apoio da familia a criança sente-se muito mais perdida, muito mais desajustada. As próprias regras que pretendemos passar a estas crianças, não fazem muito sentido se não forem implementadas em casa, por toda a família. 

Claro que existem famílias hoje, bem diferentes das de antes. Muitas «famílias» são monoparentais e não existem até relações com outros membros, fora desse núcleo reduzido. Infelizmente...

Também já por aqui se falou do facto destas crianças terem um efeito provocador e desafiante para as famílias - umas aceitam esse desafio e mostram-se unidas na procura de estratégias conjuntas; outras (um número bem grande, na realidade) entram em rota de colisão e simplesmente desistem, acabando por se afastarem, rompendo laços e desmembrando a família - um numero alarmante de divórcios ocorre entre casais com filhos portadores de PHDA (mais 60% do que em outros casais)

Além da família mais próxima (pais e irmãos) estas crianças interferem na vida de outros membros como avós, tios e primos. Desde as situações mais vulgares do dia a dia, até situações pontuais como celebrações familiares (casamentos, festas de família) ou festas tradicionais (natal, páscoa), ter na família crianças portadoras de PHDA pode transformar as relações em momentos de alta tensão e sentimentos contraditórios.

 

Falo por experiência (minha e de casos que acompanho)...

Ninguém pode obrigar os outros a «aceitarem». Isso só pode vir de dentro - quando um ou mais membros da família não entende o porquê de certas atitudes e comportamentos, quer da criança, quer dos que a aceitam como ela é, não se resolve nada em mostrar rancor. Os que não entendem nunca entenderão, a situação só irá piorar e a convivência vai-se deteriorando. Uma coisa que sempre devemos impor a nós proprios (que temos um desgaste acrescido com a educação destas crianças) é saber escolher as batalhas - e fazer uma cruzada contra os familiares que estão em desacordo ou mostram não (querer) entender, é aumentar o desgaste não acrescentando nada de válido e positivo!

 

Por isso, aos membros da família que adotam uma postura, por vezes até ostensivamente contrária ao rumo que pretendemos dar à educação da nossa criança, temos um destes caminhos a apontar - ou aceitam não interferir seja qual for a situação, continuando no entanto a contactar com alguma regularidade (acredito que os que o façam com frequência não consigam ficar sem interferir) ou aceitamos nós que o esforço de estar juntos não compensa e mais vale cada qual seguir o seu lado...E, sinceramente, nem é uma questão de conversar, dar mais informação, mostrar «provas» médicas....Quem não quer entender não entende e pronto! Iremos andar sempre a explicar, quase a pedir desculpas pelo facto da criança ter um problema como PHDA que se denota em comportamentos considerados de má educação, pedindo desculpas por não conseguir-mos controlar a sua impulsividade e irrequietude?! 

 

Enfim...cabe a cada um decidir sobre a melhor maneira de orientar o seu relacionamento familiar - mas que não é fácil, isso garanto! e feita esta introdução, está aberto o caminho para opiniões sobre o que vou contar no próximo post, da visita dos meus sogros que acabou (mais uma vez) em confusão e embaraço...

 

Mas agora e já que o post fala do que de mais importante existe - a família - aqui vai o destaque merecido à nossa, iniciada faz hoje, dia 27 de setembro, uns belos 13 aninhos!!!! com altos e baixos é verdade, muitas vezes contornando obstáculos, mantendo no entanto o código intacto

 

 

 

tal como o nó que nos une!

 

 


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