Chamava-se Rafael
...tinha dez anos, andava no quinto ano
e para além de todas estas coincidências com o meu filhote, partilhava ainda a patologia - sofria também de PHDA....e dos «inevitáveis» problemas na escola....
que ninguém soube resolver, que ninguém conseguiu contornar!
Vítima de um sistema que teima em tratar todos por igual, vítima de uma sociedade cada vez mais sem valores a passar para as gerações mais jovens, Rafael fez a única coisa que para o seu espírito hipervigilante, hipersensível, lhe poderia dar Paz: matou-se!
Esta notícia chocou-me profundamente, como mãe de uma criança com PHDA revejo-me em cada história e sinto com angustia cada final infeliz...
Quantos mais miúdos acabarão por sucumbir à sua impulsividade, enredados nas teias de uma escola, tantas vezes autista aos verdadeiros problemas? o que vejo assusta-me e faz-me ficar apreensiva,
é preciso urgentemente mudar as estratégias de abordagem a estas crianças, mudar o papel da escola e do docente. Revolucionar o sistema para que não hajam borucracias ferrugentas que impeçam a mudança! Estreitar os laços familiares e reforçar o papel da família na escola! Saber quem são os agressores e quem são as vítimas...e perceber o que se pode fazer por uns e por outros!
Para que nenhum outro Rafael, ponha fim à Vida, antes mesmo de ela ter começado....