conversas improváveis
o Quico
«mãe, as pessoas quando ficam muito velhinhas, assim como a nossa velhinha, morrem?»
eu (pensa Teresa, vê lá o que dizes para não o traumatizar)
«humm, sim...acabam por morrer Quico»
ele
«mas eu não quero morrer mamã...»
eu (ai, tadinho, já a pensar nestas coisas)
«sabes, não precisas de pensar nisso agora, ainda falta muuuuuito tempo para seres velhinho»
ele
«mas onde ficam depois as pessoas mamã? vão para o céu?»
eu (pronto é agora, tem cuidado Teresa, pensa bem...)
«sim, algumas vão para o céu...»
ele
«porque vão para o céu mamã?»
eu (não dês explicações longas, olha o trauma...)
«porque é um bom sítio para se ficar depois de morrer...»
ele
«e onde comem? nos restaurantes?»
eu (caramba...como foi ele pensar nisto?)
«bem, sim, nos restaurantes do céu...»
ele
«mas os restaurantes são pesados mamã e as nuvens são frágeis...»
eu (ui...frágeis? o rapaz tem conceitos avançados, pensa no que vais dizer...)
«bem, depois de morrer tudo fica muito leve...mesmo as pessoas e os restaurantes...»
ele
«bem....espero que a lasanha não voe mamã!»
opá! a cabeça deles é mesmo «descomplicada»! porque é que temos de complicar ao longo dos anos?