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Energia a Mais

A Hiperactividade vista à lupa

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A Hiperactividade vista à lupa

22.Mai.12

Adquirir competências

 

 

para mim uma questão que se torna essencial na educação de qualquer criança

 

«o que falta às crianças de hoje?» muitos pais dirão «nada!» de um modo geral, as nossas crianças têm muito mais do que qualquer criança de gerações anteriores - mais acesso à educação, saúde, bens materiais, mais tempo para serem crianças. Digamos que teoricamente, as crianças nunca tiveram tanto como agora - nunca nenhuma outra geração proporcionou tanto, quis tanto oferecer um mundo sem preocupações, mimou tanto os seus filhos como os pais de agora!

Teoricamente...

 

Claro que temos aqui que colocar o outro prato da balança - e não falo sequer dos que por razões diversas (económicas, afectivas, sociais, ambientais, entre outros factores nunca chegam a ser crianças). O outro lado para os que conseguem ter uma vida «comum», tem, mesmo assim um outro peso. Nunca como agora se evidenciaram os problemas dos mais novos, nunca como nos nossos dias se relacionam esses problemas com atitudes mais permissivas (o dar tudo e pouco exigir) dos educadores actuais. E a verdade é que os pais cada vez sentem mais dificuldade em saber «como» educar. E sentem que estão a perder o controlo e que são muitas vezes dominados pelos «pequenos ditadores» em que deixam os filhos transformarem-se. E colocam as mãos na cabeça quando percebem que as atitudes dos mais novos extravasam a porta de casa, sobem de tom nas escolas, quebram regras socias e cívicas.

Cai-se então muito facilmente nos dois extremos - por um lado os que querem a todo o custo redimir essa inversão do comando e o fazem com recurso a uma autoridade baseada na imposição e no medo (não pelo respeito, antes pelo autoritarismo). Por outro lado os que consideram fundamental «desculpabilizar» atitudes menos corretas, quer através da anulação do seu papel de pai/educador, quer confundindo disciplina com alguma perturbação providencialmente adquirida...

 

Os meus valores foram alterados com a maternidade. Mais ainda se alteraram quando confrontada com uma criança que desafiava o meu conjunto de valores e punha em causa o que julgava ser a base da sua educação. E alteraram-se novamente até conseguir aceitar essa criança tal como ela é! Foi um percurso longo e penoso que obrigou a mudanças interiores e a uma aprendizagem constante. Aprendizagem que muitas vezes é autodidata e apenas orientada pelo recurso «erra, volta a tentar». Não critico quem compra resmas de livros, bem intencionados, com ditames de moda que se tornam obsoletos quando um autor ganha «terreno» a outro, até ali considerado o supra suma da sabedoria. Simplesmente acho que os pais seguem cada vez menos os instintos parentais e por isso se sentem tão inseguros. No entanto, considero fundamental que se reflicta sobre a tal questão «o que falta às crianças de hoje?».

Para os que se dedicam a este tema, o caminho parece ser o das competências. Mais do que apostar na instrução, devemos então apostar nos valores. E dar às crianças as ferramentas para edificarem o seu futuro. E isso trabalha-se, adquire-se.

Na minha modesta opinião acho que para além da nossa (pais) orientação, devemos então procurar programas adequados que tenham como princípios a formação cívica, promovam as competências e despertem as crianças para a proactividade. 

Desde que o Rafa me «obrigou» a procurar alternativas ao ensino «amorfo» que temos no nosso país, um ensino que priveligia os resultados quantitativos e não passa de um acumular de «notas» atribuídas e que muitas vezes nem correspondem ao real saber do aluno, teimei que nunca o pressionaria para esse tipo de avaliação mostrando-lhe a importância de procurar antes de mais, construir o seu futuro com base no empenho e no esforço. Mostrar-lhe que é competente e que pode criar um percurso que o motive e que o torne (o que todos queremos para os nossos filhos) FELIZ!

Os testes de perfil psicológico do Rafa sempre demonstraram uma forte «vocação» para as áreas das matemáticas, ciências, tecnologias, no entanto também mostram níveis muito baixos de relacionamento interpessoal, fracas competências sociais, baixa auto estima (algo que numa criança com PHDA não é de estranhar).

 

Tendo em conta tudo isto, decidi-me a inscrevê-lo num projeto que já tem raízes sólidas e que acredito trará maior confiança ao meu filho, explorando as tais «limitações» e que para um miúdo com uma perturbação neurocomportamental (tantas vezes penalizado por isso na escola) será de certeza uma ajuda preciosa.

 

Quem quiser conhecer aqui fica o link www.skillsgym.pt 

 

Ele iniciou no passado sábado e o meu trabalho de casa é assegurar que o mantenho motivado de sábado a sábado...Os progressos que me parecerem dignos de registo (ou o fracasso da aposta) virão a post neste blog!

 

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