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Energia a Mais

A Hiperactividade vista à lupa

Energia a Mais

A Hiperactividade vista à lupa

27.Fev.08

Dicas para sobreviver a um filho (ou mais) hiperactivo

Aqui ficam algumas dicas para pais de crianças hiperactivas - não preciso de explicar porque é que precisam delas (das dicas) porque se tiver um filho assim, bem sabe do que falo!

 

1º Deixe de se culpar - pode dizer: «falar é fácil»; a culpa vem como acréscimo da visão distorcida da nossa sociedade. Para os outros (ditos normais), pode-se esperar uma educação racional - os pais mandam-os filhos obedecem; para nós, o simples acto de esperar ver uma ordem cumprida pode ser uma tortura. O sentimento de culpa deve ser banido, começe por repetir todas as manhãs - não sou culpado, o caldeirão genético não é da minha responsabilidade, eu só entreguei as sementinhas, o resto veio com a encomenda

 

2º Não espere que ele(s) mude(m) - a hiperactividade vai acompanhá-lo para sempre e a si também. Para quê alimentar falsas esperanças? Aceitar o facto vai fazer com que se fortaleça ao longo do tempo. Além disso pode ter ajudas (terapias, medicação, etc) mas voçê sabe que para o ajudar tem de o aceitar tal como é

 

3º Não dê ouvidos a quem nada percebe: há uma frase que já deve ter ouvido milhares de vezes «o meu também era assim mas eu consegui mudá-lo, voçê tem de ...» e logo vem um chorrilho de ideias sobre o que deve fazer, como deve agir e o que pode esperar que aconteça quando se decidir a disciplinar o seu filho. Essa frase mostra que quem fala consigo não percebe nada sobre hiperactividade. Nestes casos, conforme o seu estado de espírito, faça ourelhas moucas, mande a tal pessoa bugiar ou simplesmente ignore o comentário

 

4º Não entre em pânico quando vai a locais públicos - é em locais movimentados ou sítios mais selectos que os hiperactivos mais dão nas vistas, isto aconteçe não porque queiram chamar a atenção mas porque existem mais elementos de comparação para quem assiste. Não reaja como se fosse o fim do mundo, é muito melhor não se mostrar incomodada nem que o monstrinho se tenha pendurado no pescoço de um desconhecido ou subido para o balcão do café para chegar ao pote dos chupas porque não quis (não pode) esperar pela sua vez de ser atendido.

 

5º Tire tempo para si: o tempo tem de ser gerido como o seu bem mais precioso. Deixe a casa por arrumar, não passe aquelas toalhas a ferro, deixe o carro transformado em depósito ambulante mas tire tempo para si. Longe da tensão, os problemas ganham outra dimensão e a noção da força interior é reforçada. Vá passear, leia, veja T.V ou o que lhe dê na real gana. Arranje-se e sinta-se no topo do mundo - nem que seja por apenas uma hora por dia, ela tem de ser só sua - a sua sanidade mental agradeçe

 

Em breve vou acrescentar algumas estratégias para sobreviver ao terramoto de gerir uma casa de hiperactivos 

15.Fev.08

Geração Ritalina (ou porque é que a Hiperactividade não existe)

A Geração Ritalina é constituída por indivíduos de ambos os sexos, com idade actual entre os 7 e os 14 anos.

A principal característica desta geração é andarem sempre ligados à corrente, pelo que podemos vê-los em constante movimento, saltando, trepando móveis, derrubando obst à culos (inclui pessoas), etc. Muitos deles também parecem estar sempre «ausentes», não escutando as ordens que lhes são dadas, não atentando em pormenores importantes, ou mesmo ignorando por completo o mundo à sua volta.

Os pais (e principalmente as mães) destes seres também apresentam características físicas que os distingue, nomeadamente, olheiras profundas, cabelos desalinhados, unhas roídas ou «descascadas» e uma irritabilidade constante. Parecem também conseguir a habilidade de «corarem» com muita facilidade, especialmente em público .

Quando nasce alguém desta geração, é fácil identificá-la  : são os que choram mais alto (e com som mais estridente) ainda na maternidade; não respeitam os horários das mamadas e provocam um aumento do normal cansaço entre o pessoal técnico e auxiliar do hospital.

Ao chegarem a casa, absorvem por completo os recursos disponíveis, manipulando desde logo todos os esforços, obrigando a turnos suplementares de familiares e mesmo vizinhos prestàveis, para a execução das tarefas básicas -  trocar fraldas, dar banhos, alimentar e pôr a dormir.  

Á medida que vão crescendo, outras características sobressaem: nunca estão cansados, pois vêm dotados de um sistema biológico de recarga energética; emitem sons cada vez mais agudos e á s vezes desarticulados (os chamados berros) com que conseguem captar as atenções de todos (conhecidos ou não). Não compreendem o sentido da palavra «espera» e para eles não existem noções espaciais e temporais, excepto o «aqui» e «agora».

Quando chegam á idade escolar já estão bem preparados para integrarem a Geração Ritalina .

Tal como os pais, os professores destes espécimes dão sinais de cansaço por proximidade e emitem alertas que vão parar aos ouvidos de especialistas, cuja função é proteger a sociedade e catalogar os novos seres. Para isso foi encontrada uma solução que passa pela toma de uma substância chamada Ritalina .

Assim a Geração Ritalina passa a estar sob controle e é também por isso que a Hiperactiviade não existe.

13.Fev.08

No início foi assim

Este é um blog para quem tem energia para dar e vender, para quem está sempre ligado, para quem vive a mil. Os outros não vão conseguir acompanhar...desistam, isto não é para todos!

Vamos falar de hiperactividade, sim daquelas criançinhas (e não só) que são o terror  lá do prédio, aquelas que destroem a sala de aulas (desculpe, stôr...) as que não temem nada nem ninguém.

Falar de hiperactividade não é fácil, para já porque não é consensual, nem entre os pais, nem entre os «especialistas» tais como familiares distantes, professores cansados/desmotivados, vizinhos armados em vigilantes das boas maneiras. Nem entre aqueles que deviam perceber daquilo que fazem como psicólogos, médicos com especialidades raras, técnicos sociais com boas intenções.

Por isso, força, lançem as vossas farpas, começemos pelo início - A Hiperactividade existe?