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Energia a Mais

A Hiperactividade vista à lupa

Energia a Mais

A Hiperactividade vista à lupa

20.Jan.10

Lidar com

 

Uma criança desafiadora não é fácil....

 

Na terceira consulta que fizemos com o neuropediatra, o relatório clínico do Rafa traçava um diagnóstico de hiperactividade de tipo impulsivo em grau severo, inserido num comportamento disruptivo de oposição/desafio

A mim só me apetecia perguntar ao médico «tá a brincar, certo doutor?»


É comum que crianças com transtorno de hiperactividade e défice de atenção (THDA) apresentem também outros problemas. As patologias que surgem habitualmente associadas ao THDA são os comportamentos de desafio e oposição, ansiedade, transtornos de conduta, tiques e perturbações do humor. Assim, os comportamentos de oposição constituem a maior percentagem de casos.

O que é e como se manifesta
O transtorno de oposição e desafio (TOD) pode ser definido como um padrão persistente de comportamentos negativistas, hostis, desafiadores e desobedientes observados nas interacções sociais da criança com adultos e figuras de autoridade de uma forma geral, sejam pais, tios, avós ou professores. As crianças com TOD facilmente perdem a paciência, discutem com os adultos, desafiam e recusam obedecer a solicitações ou regras, incomodam deliberadamente os outros, não assumem os seus erros e estão quase sempre irritadas.
Devido aos sintomas mencionados, existe nestas crianças ou adolescentes um prejuízo significativo no funcionamento social e académico. Estão constantemente envolvidas em discussões e são muitas vezes rejeitadas pelos colegas de escola, o que lhes traz problemas ao nível da auto-estima.
Os sintomas iniciam-se antes dos oito anos de idade e esta perturbação apresenta-se, em número significativo de casos, como um precursor do transtorno de conduta, forma mais grave de perturbação disruptiva do comportamento.

A importância das regras
Russell Barkley, um dos mais conceituados especialistas na área da hiperactividade, considera que o comportamento de oposição se encontra associado ao transtorno de hiperactividade, sendo este o responsável pelas dificuldades da criança na regulação das emoções. Por outro lado, as famílias de hiperactivos parecem ter elas próprias dificuldade em gerir as emoções, pelo que não conseguem ensinar às crianças como fazê-lo adequadamente. Estas crianças precisam, então, de ser educadas com alguma firmeza, temperada de afecto.
Segundo Barkley, sempre que os pais queiram dar uma ordem devem posicionar-se perto da criança, com voz firme, sem deixarem de ser amorosos, usando o verbo na forma imperativa. De preferência há que olhar directamente nos olhos da criança e, se houver resistência, socorrerem-se de uma discreta pressão física (segurar-lhe no braço, por exemplo). Há que evitar retardar ou desistir de uma ordem quando esta já foi proferida.

Um aspecto de enorme importância prende-se com a consistência entre o casal, ou seja, o pai e a mãe devem esforçar-se por ter a mesma atitude, caso contrário essa desarmonia será facilmente detectada pela criança e até usada para manipular os progenitores. Face a este quadro, torna-se muitas vezes necessário um acompanhamento psicológico. O psicólogo pode ajudar a criança a lidar com a frustração e a encontrar canais mais saudáveis de escoamento dos sentimentos de hostilidade, ao mesmo tempo que se torna necessário ajudar os pais a lidar por essa difícil e desgastante tarefa.

O que os pais não devem fazer
O conhecimento de certas estratégias comportamentais pode ajudar muitos pais a corrigirem hábitos que, de uma maneira ou de outra, acabam por contribuir para o aumento da tensão familiar. Vamos referir alguns aspectos que devem ser evitados porque estimulam a desobediência.
• Dar ordens à distância - Falar de um quarto para o outro (onde está a criança) é algo completamente ineficaz pois ela irá manter-se desatenta e sem cumprir a ordem. As ordens têm de ser dadas presencialmente, assegurando-se que ela as compreendeu.
• Dar ordens vagas - Pedir à criança que se comporte "como um bom menino" não clarifica o que se espera e o que não se espera que ela faça. Há que ser o mais concreto possível!
• Dar ordens complexas - Havendo de antemão dificuldade em fixar na memória de curto prazo as actividades a fazer, solicitar a execução de várias tarefas só servirá para tornar a sua realização menos provável.
• Dar ordens com antecedência - Ordenar a uma criança com TOD que, quando acabar de brincar, tem de arrumar os brinquedos, só serve para interromper o prazer que ela está a ter, já que as ordens serão esquecidas.
• Dar ordens acompanhadas de muitas explicações - Muitos pais, de modo a evitar parecer autoritários, perdem-se em argumentações sobre as necessidades do cumprimento das ordens. Como a criança náo consegue estar atenta durante muito tempo, é bastante provável que no final da explanação do progenitor ela já não se lembre da maior parte do que foi dito.
• Dar ordens sob a forma de pergunta - Perguntar "podes ir agora fazer os trabalhos de casa ?" deixa um espaço livre para que a criança diga que não. As ordens devem ser claras e assertivas.
• Dar ordens em tom ameaçador - É frequente que, antevendo a batalha que vai ser travada após uma solicitação, os pais dêem a ordem já em tom de ameaça, como se a recusa já tivesse ocorrido. Assim, a criança vai tender a imitar o progenitor e a reagir no mesmo tom, uma vez que o clima de hostilidade já está instalado.

 

Tudo o que é transcrito acima coincide com o diagnóstico e todas as estratégias defendidas são realmente eficazes (nem sempre as consigo pôr em prática mas por norma e de modo preseverante, se o faço resulta em 99,9%) - um testemunho real do meu dia a dia!

Aconselho todos os pais com crianças assim diagnosticadas a usarem estas dicas, pois só assim conseguem manter um bom ambiente familiar!

 

 

 

 

19.Jan.10

Eles e o Haiti

 

 

conversa deles que «apanho» ontem à noite

 

Rafa: se não comeres tudo a mãe põe-te de castigo Quico! olha manda-te para um sítio muito mau...olha manda-te para o haiti!

 

Quico: pra onde mano, hummm?

 

Rafa: pró haiti! é muito mau lá, tá tudo destruido, coisas partidas...tudo estragado...

 

Quico: haaaa!!! é no nosso quato, mano? o taí é no nosso quato!!!

 

 são escalas diferentes, mas o Quico fez bem o paralelismo!

 

 

17.Jan.10

(INS) pirações

 

quem conhece este casa sabe que temos de ser um pouco «pirados» para aguentar a pedalada! a inspiração faz parte!

 

das noites em branco - pois que continuaram pelo fds! de sábado para domingo foi do pior mas apenas porque eu já não tenho pachorra para discutir com o Rafa...mesmo assim consegui que fosse ficando na cama dele...com visitas de hora a hora

 

das pirações 

 

pois que aproveitei que não me deixam ficar na cama por muito tempo e, inspirada pela Cilinha, visita deste blog e que faz uns mimos à mesa, decidi fazer mousse de chocolate para os miúdos, bolo de ananás caramelizado para os graúdos, uma bela paella para o almoço e francesinhas para o fim de tarde! foi um fartote!

 

O Quico apanhou-me as pinturas e embelezou-se por conta própria, lábios e bochechas com batom, belos olhos côr azul...eu achei que faltava o retoque final - pirei e pintei-lhe as unhas de vermelho (mas limpei antes do domingo ter terminado, lol!) Também o deixei andar de croc's, cachecol e chapeu de cowboy! ele anda ainda à procura do estilo que lhe fica melhor...

 

O Rafa teve momentos de completo desassossego...o que não é nada de novo, para descontraír, deixei que andasse pela casa de trotinete e joguei a bola (mas fiz balizas com almofadas e havia a regra de não chutar para cima). Ensaiamos vezes sem conta as novas dos D´zrt e passamos a andar pela casa com todas as luzes apagadas, usando apenas os óculos de visão nocturna!

 

Fizemos lutas de wrestlling e agora sou o Rey Misterio...e o Quico ajudou a arrumar os enfeites de natal na garagem, por isso agora diz que o pai natal está estacionado numa garagem com as renas até ao próximo natal...

 

votos de uma boa semana!

 

 

15.Jan.10

em branco

foi como passamos a noite anterior...

 

os miúdos alternaram mas eu tive de ficar em vigília completa!

 

Acontece que o Rafa começou por ter uma crise de choro, daquelas que surgem assim do nada e se prolongam sem controlo...as saudades do pai, a proximidade do aniversário, a primeira aula de karaté, enfim tudo que lhe vai despertando a ansiedade, resolveu manifestar-se desta forma! e logo quando já estavam os dois no quarto, pelo que o Quico acabou por se aperceber e ficou também muito agitado...

 

dei a mão ao Rafa, fui falando com ele e tentando acalmá-lo mas o Quico foi ficando muito sentido por a mãe estar ao lado do mano e acabou por também precisar de colo...Asim, lá me fui revesando entre os dois e até às duas ninguém pregou olho...

 

Entretanto estava eu já na minha cama e chega o Rafa, depois foi o dorme não dorme comigo...está ele convencido e resolve ir para a cama dele e acorda o Quico...e as horas foram passando e pelas cinco ainda eu andava a pé...

 

e foi assim até de manhâ...enfim, há noites destas de vez em quando (tirando as normais em que já não se dorme muito...)

 

Vamos para um fds cheio de perspectivas interessantes - chove imenso, não há terreno seco para se jogar à bola ou correr pela relva...Estamos na fase que antecede o aniversário do Rafa e por isso ele não fala de outra coisa....o Quico anda com uma neura que só visto e eu...bem, eu ando a ficar com um nervoso por causa de uma coisa que cá sei.....

 

Bom fim de semana para todos!

 

 

14.Jan.10

O tamanho importa

 

pronto, eu sei que ele ainda é pequenito,

 

não devia andar preocupado ainda...mas

 

a verdade é que o Quico, não só quer saber o seu tamanho, como anda cismado nas comparações...ele compara com o mano, com o papá e até com o vovô!!!

 

completamente obcecado com o tamanho do seu pé!!!

 

pois é ele sempre que lhe compro um calçado novo, pergunta «é gande mamã, já é gande? o número mamã?»

 

e depois farta-se de pedir ao mano para mostrar o pé dele e comparar...e diz sempre que vai ser maior do que o dos outros...e também anda a calçar todos os sapatos grandes que encontra ema casa

 

 

será que o meu menino já está por dentro da «lei das proporções?»

 

 

13.Jan.10

Entre Irmãos

 

existem muitas diferenças...

 

Tantas quantas a Vida nos pode dar!

 

Muitas vezes ao abordar a família de uma criança «diferente», fala-se nos pais que tiveram de aprender uma nova realidade, poucas vezes se fala dos irmãos...

 

Este livro é o testemunho dos irmãos de crianças ditas «diferentes», de como eles vivem essa diferença, de como encaram os irmãos, pais e a vida familiar.

É também um relato directo e não a visão dos técnicos, por isso mais simples, fiel e interessado

 

 

 

 

Aproveitem os dias chuvosos e deixem-se tocar por este livro com prefácio do Dr. Nuno Lobo Antunes

 

 

 

11.Jan.10

Insólitos

 deste fds...

 

 

alguns episódios caricatos, deste que foi um fds típico cá em casa, muito enérgico apesar do frio intenso que cubriu de neve as serras à nossa volta e fez os miúdos andarem lá fora com aquele ar dos putos nórdicos!

 

Imaginam o insólito que é chegarem a uma dependência da CGD e verem um mulher atarefada, de chave de fendas na mão, a tentar introduzir a dita na ranhura de uma das máquinas de actualizar cadernetas, enquanto dois miúdos em gritaria ensurdecedora se penduravam nos ferros das portas e faziam corridas até aos caixotes do lixo?

 

pois eu protagonizei a cena, ajudada pelos meus rapazes, claro...Vou eu ao multibanco no sábado e uso a caderneta da CGD o que provocou uma birra descomunal no Quico, por querer ser ele a meter o livrinho na caixa. Como eu não achei piada à coisa e fiz ouvidos de mercador, ele desata aos pontapés e palavrões, ao que eu respondi com uma palmada. O Quico anda dificílimo e eu antevendo uma daquelas situações e querendo controlar tudo, resolvo pegar-lhe. Ele aproveita para retirar o dinheiro que saiu e em rapidez absoluta enfia as notas na ranhura de uma máquina das que servem apenas para actualizar...

E pronto, a máquina puxa o dinheiro e não o liberta, eu tento com um cartão antigo e nada consigo, um prestável senhor que se encontrava também no multibanco, tenta ajudar, vai ao carro e traz-me uma chave de fendas. E cá está um momento insólito (não recuperei o dinheiro e vou ter de me dar ao trabalho de o explicar a algum funcionário do banco...vai ser lindo!)

 

E o que pensariam se me vissem circular sentada na cadeirinha-auto, no banco de trás do carro, enquanto o pestinha mais novo se escapulia para o banco da frente?

Tinha de ir levantar umas roupas à lavandaria do shopping e o meu pai disponibilizou-se para ir também, os miúdos fizeram-se convidados e portanto fomos todos. No carro apesar de nunca os conseguir sentar direito, andam instaladas as respectivas cadeiras atrás. Ora para tentar fazer sentar o Quico e depois de termos assistido às habituais brigas para colocarem Cd's, para ajustarem bancos, para se sentarem à frente, etc, decido ir também atrás e assim segurar o mais novo...só que ele fintou-me e acabei eu sentadinha na cadeira dele, enquanto ele mais desenvolto acaba por passar para a frente para ajudar o vovô a pôr as mudanças (com o carro em andamento). Por sorte não dura mais do que 5 minutos de carro...senão esta viagem iria figurar entre os insólitos da divisão de trânsito...

 

Outro caricato episódio tem a ver com alimentos proibidos...Vai o mais velho pegar num iogurte para comer e eu, dou um salto tremendo (parece um filme de acção) e consigo tirar-lho no momento exacto! Além do salto gritei «Nããããooo, tem betadine!», deixando os meus pais em estado de choque...

Pois o Rafa anda com a mania das experiências e tem feito várias para depois usar como objectos de estudo no videoscópio que lhe oferecemos no Natal. Ele faz as ditas experiências e vai acumulando os restos...Muitas vezes esquece-se completamente do que guardou (tipo no congelador deixou gormitis e experiências com líquidos estranhos) e desta vez tinha iogurte, ao qual havia juntado betadine, que queria guardar por um dia no frio para que as bactérias do iogurte não se estragassem (a sério, eu nem pergunto) mas colocou a tampa e só o facto de eu saber da experiência e reconhecer o iogurte que o deixei usar (um que tinha deixado passar o prazo de validade) impediu de ele meter uma colherada à boca!

Digam lá se não acham insólito?

 

De resto tudo normal, muita briga, muita confusão e muito tédio (em especial para o Rafa), pois passar os fds é cada vez mais uma prova de resistência (física e mental). Ainda os deixei ir à rua, o Rafa com uma bola e o Quico com o seu carro dos bombeiros, para desanuviarem, embora o frio tenha impedido grandes passeatas. Ainda tive no domingo pachorra para os famosos crepes de chocolate que o mais velho adoooora e uns joguinhos de cluedo, aproveitando os avós!

Descanso, só mesmo um pouco na noite de sexta, facto que agradeço aos meus pais terem levado o Quico para dormir em casa deles (ficou radiante mas fez a vida negra aos avós, deitando-se tardíssimo e levantando-se bem cedo)

E cá vamos entrar em mais uma semaninha, espero que bem proveitosa para todos!

 

 

 

 

08.Jan.10

Momento Zen

 

pelas dez da noite e depois de os ver saltar durante duas horas

 

pego nos dois e arranjo um lugar tranquilo na sala, junto às almofadas do chão e perto da lareira,

 

Eu - vamos ter um pouco de calma, agora sim? vamos acender este pauzinho aqui, vêm?

 

Rafa- é incenso, não é mãe?

 

Quico - (saltos e braços noar)  censo, censo, censo...

 

Eu - sim, mas não quero agora barulho, nem saltos, nem falar alto...a mãe acende com cuidado, tá?

 

Rafa - eu acendo, por favor mãe

 

Quico - por favorrrrrr, eu cendo....

 

Eu - não, eu acendo e voçês colocam o pauzinho no queimador (aponto) com jeitinho para não se apagar

 

Rafa - boa!

 

Eu - agora ponho uma música muito gira, têm de estar caladinhos, para ouvir bem! Vamos sentar de pernas à chinês e com as palmas das mãos assim, nos joelhos e viradas para cima...agora vamos respirar calmamente e até ao funfo do estomago...puxar o ar e depois deixar sair pela boca...assim

 

Rafa - fixe! é como no Reiki!

 

Quico - que dixeste mano? hummm?

 

Eu - agora ouçam o barulho do mar...a música é só com sons do mar, ouvem? estamos numa praia.....

 

Quico - boa! somos piratas!!!!

 

Rafa - isso, vamos buscar as espadas, bora Quico!

 

Quico - piratas, piratas e spadas! boa

 

 

Correm os dois, acendem as luzes, vão lutar para o quarto...

  Da próxima tenho de escolher melhor o cenário!  

 

 

 

 

07.Jan.10

Velhas «tretas» do novo ano

 

 

Continuo às voltas com questões antigas (ou que para mim já fazem parte do dia a dia) que transitaram para este Novo Ano...

 

  • ainda não acertamos totalmente com a medicação do Rafa - se lhe retiro a risperidona, o efeito dos psicoestimulantes não se nota tanto (pelo menos no que diz respeito à agressividade)
  • continuo a ter de acordar milhentas vezes por noite para que ele se aguente na sua cama e não se venha deitar na minha a toda a hora...
  • continuo a não o levar a vestir uma peça de roupa interior (prestes a fazer nove anos, torna-se cada vez mais notório para os outros...)
  • não consigo que aceite brincar com o mano mais novo, ou sequer que esteja com ele 5 minutos sem brigar por qualquer coisa
  • continuo a ter imensa dificuldade em deixar o Quico no infantário (hoje mesmo a birra foi de tal ordem que só por volta das 10h o consegui entregar à educadora! - uma HORA MAIS TARDE QUE O DESEJADO)
  • continuo a não conseguir dar-lhe uma refeição de jeito
  • estou definitivamente a ficar sem móveis (quero ir para a suécia - pelos vistos lá é moda KNUT - lol)

Ora então porque é que estou confiante em 2010? pois porque o ano ainda agora começou - estou com um novo ano inteirinho para resolver o que por aqui se passa certo?

 

 

06.Jan.10

Noite de R...

 

não de Reis

 

mas de Raiva....

 

alguém me ajude a entender o que se passa na cabeçinha de um menino de três anos e meio para ele agir assim

 

Logo de manhã e tal como no dia anterior foi um martírio arranjar o Quico para o infantário...na segunda feira ainda contei com o elemento surpresa (afinal foram muitos dias em casa e ele não estava a contar com o reinício da escola...) mas no dia a seguir ele já estava prevenido - que é como quem diz, determinado a não se deixar levar!

Sei que para muitas crianças este voltar à rotina pode não ser pacífico mas no caso do Quico é mesmo crónico - ele detesta o infantário, não quer ir e faz de tudo para se manter fora daquele sítio! só ainda não sei o porquê (mas se alguma coisa aprendi com a experiência do Rafa, é que se o comportamento se torna repetitivo e as demonstrações de desagrado tão veementes, tem de haver um motivo!)

 

Demorei 45 minutos para conseguir vestir o meu filhote entre muito põe camisola, arranca camisola, põe meia, tira meia, põe calça, tira calça - mais de 30 para o dominar o suficiente para sair de casa e mais de 20 no carro à porta da instituição...depois lá dentro tive de me socorrer de ajuda extra, pois nem eu nem o avô o conseguimos fazer entrar na salinha dele - foi agarrado quando se escapulia por uma educadora do ano passado que teve com ele uma luta de gladiadores até o conseguir levar novamente para dentro....

 

Fiquei de coração apertado ao ouvir os gritos e isso moeu-me o resto do dia...e quando pensava que o ia ver entrar alegre pela porta adentro no fim da jornada - eis que o meu pai entra com ele aos gritos e murros e esperneando que nem doido, querendo a todo o custo voltar a sair para a rua (pelos vistos apenas para contrariar - o meu pai queria trazê-lo para casa de carro e ele queria vir a pé...)

Depois foi a birra por causa do pc pois queria experimentar um novo cd com joguinhos didáticos que lhe ofereceram no natal mas as colunas (novas) não estavam bem ligadas e não funcionavam....

Depois foi no banho - a minha mãe prontificou-se a ajudar enquanto eu fazia o jantar e nem 5 minutos depois sai da casa de banho encharcada e avisando que o Quico estava a despejar a banheira (literalmente) provocando uma inundação....

Depois foi para sair da banheira (mais de trinta minutos já em água gélida) e seguiu-se uma bela birra por causa do jantar - que ele queria que fosse «nutella com tostinhas»

 

A fechar esta bela noite o Quico resolveu armar uma birra só porque sim! e depois de muito saltar, dar cambalhotas, espernear, gritar, eu - vencida pelo cansaço - pimba! dou-lhe uma bela palmada....entra então em histeria e com a sua arma preferida - as unhas (que nem estão grandes mas cortam como facas!) arranha-me a cara de tal forma que agora estou com um penso enorme, pois o sangue não parava de jorrar, dado que me fez um rasgão na pele (que se bem se lembram é sensível e tem andado a sofrer um tratamento a ver se atenua um problema dermatológico)

 

e não pensem que o outro Rei da casa deu tréguas - o Rafa também teve os seus habituais momentos com birras, brigas, palavrões e histerismo q.b.!

 

Ora com tamanho frenesim, quem se lembraria de festejar a noite dos três Reis Magos vindos do Oriente? bem, euzinha...mesmo com esta xinfrineira ainda tive o lembrete de colocar na mesa as coroas de Rei e contar a história (até porque nas escolas o dia não foi esquecido e o Rafa vai cantar na praça cá do sítio, um costume que envolve as crianças e que os adultos apreciam!) Além de ter optado pelo bolo-Rei de chocolate que fez as delícias dos miúdos e que eu recomendo a quem gosta pouco das frutas cristalizadas mas não dispensa o tradicional bolo da quadra!

Bom dia de Reis a todos!

 

 

 

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