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Energia a Mais

A Hiperactividade vista à lupa

Energia a Mais

A Hiperactividade vista à lupa

27.Fev.10

OFF

foi como fiquei nestes últimos dias, sem comunicações

 

e pukê?

 

não, não foi o temporal que por aí anda (embora por cá se tenham registado estragos, infelizmente) mas os meus dois terramotos permanentes, como quem diz os meus enérgicos rapazinhos!

 

 

Ora como dias destes são mesmo raros, o dia normal mete muita barafunda e alguns acidentes...por isso e para não me habituarem mal, os dois resolveram fazer, no dia seguinte uma chegada da escola, digamos, infernal!

 

O Quico estava com a telha (na escola voltou a fazer um xixi, portanto vinha pouco satisfeito) e não parou de fazer disparates - desde meter todos os objectos que encontrou à sua frente, ao chão, até passar por cima dos que podia partir, bater com todas as portas, virar a água do jarro, molhar-se propositadamente na torneira, virar o balde do lixo e umas quantas que não registei na memória...pois que quando o enfiei na banheira a ver se o acalmo, viro de costa e qual enguia, ele salta de lá e corre para o meu quarto gritando que vai buscar um brinquedo  - e o que é que ele agarra para meter com ele na banheira? ora nem mais - o meu telemovel!

 

Estava eu a digerir o resultado e do outro lado (Rafa) ouço os habituais sinais de que a coisa estava a «pegar fogo» - vozes cada vez mais alto, palavrões cada vez mais impronunciaveis e muito arrastar de cadeiras, murros na parede e computador pelo ar! ora lá se vai o adaptador pela janela, ora o teclado meio  desfeito e eu a pensar «agora sim estou em isolamento completo»...

 

Pois que o querido magalhães estava em estado de recobro, pois que telemoveis suplentes já não havia, pois que muita volta ao miolo não deu em nada que não fosse ter de me conformar....

 

Depois de um dia inteiro sem grandes alegrias com o veredicto dos técnicos a confirmar - morte total do telelé e operação demorada do equipamento informático, lá tive de me resignar pois que o fim de mês é mais propício a novos investimentos...

 

Entretanto e como não há mal que sempre dure lá pude levantar o magalhães, pelo que voltei a estar ligada ao mundo (pelo menos durante o tempo em que o Rafa não quer explorar os novos programas que vieram instalados)


E pronto, foi o prenúncio de um fds, este com muito vento, muita chuva, muita irritação,  com algumas centelhas de inspiração e com esperança de ver daqueles momentos divertidos que por vezes nos transportam para longe dos problemas

 

 

24.Fev.10

questão de sexos

 

no infantário do Quico os meninos estão este ano, a fazer a descoberta do corpo humano...

ora faz parte do programa (e da curiosidade de qualquer criança) perceber as diferenças entre os sexos.

 

O Quico começa então:

«mamã tu és uma menina!» e eu encorajadora «muito bem! e tu?» e ele orgulhoso diz «sou um menino» eu continuo a converseta «e o papá?», ele não hesita «o papá é um menino», «então e o mano?», ele na boa «o mano também é um menino» - «e a vovó?» «é uma menina», «e a velhinha?»

 

ele hesita   coça o nariz «...é uma velhota?»

 

meu rico menino, de facto isto das diferenças entre os sexos está cada vez mais difícil de perceber!

 

 

 

 

23.Fev.10

pequenos nada

 

que fazem uma grande diferença

 

O Rafa tomou ontem (coisa que não acontecia quase há um mês) a medicação que o torna mais estável (concerta e risperidona), o que fez uma grande diferença

 

O Quico não se «molhou» na escola e ficou contente

 

Como de manhã o pai teve de se ir embora, os meninos tinham ficado muito tristinhos e para poder dar uns miminhos fiz um bolo e fui buscar o pequenino mais cedo

 

O mais velho foi foi ao treino no final das actividades extra mas como o tempo estava péssimo, vieram mais cedo embora

 

O jantar passou sem muita confusão e conseguimos deitar um pouco mais cedo que o habitual, contando histórias sobre trovões e dragões que cospem fogo no céu e são bonzinhos para os meninos

 

Pequenos nadas que nos podem alterar a vida, nem que seja por uns momentos!

 

 

 

22.Fev.10

arriscamos

 

este fds, arriscamos fazer uma escapadela a 4....

 

 

não fomos longe...na verdade nem chegamos a sair daqui...estacionamos no campo de treinos do clube da terra e de lá só saímos com um dos miúdos histérico e a treinar o vocabulário calão, o outro a pedir pão com nutella e muita vontade de os esganarmos aos dois

 

O pai vinha determinado a usar isto

 

http://www.smartbox.com/pt/?menu=box&id=741

 

mas ir até braga revelou-se muito complicado pois o Rafa quis mostrar as habilidades futebolísticas ao pai e de lá não quis sair....

 

Ora o que podia ser um belo fds de aventura controlada, transformou-se num grande dor de cabeça para nós e muito descontrole para eles! fica a intenção tá papá? e não desistas tão facilmente...

 

O domingo foi entre boa comida - obrigada paizinho pelo bacalhau com alheiras, grelos e broa no forno que estava uma delícia! embora o almoço como sempre tenha sido «ginasticado», com o senta/levanta do costume e os miúdos correndo o tempo todo, lá conseguimos disfrutar da companhia uns dos outros!

 

Depois muito brinca «à luta», muito salto ninja, muita bola e muita água no banho! quase nos passava ao lado a tragédia na madeira!

 

O pai já partiu, hoje hà momentos de consolação para os mais pequenos, com direito a miminhos extra para compensar as lágrimas desta manhã!

 

 

 

 

 

19.Fev.10

afinal também tivemos

 

 

momentos dignos de registo

 

 

 

 

 

um vampiro pouco amistoso lol!

 

 

um polícia com escolta!

 

 

Quando já voavam serpentinas

 

adenda: o pai vai chegar para passar o fim de semana! os miúdos estão na mais pura das excitações, claro! pela manhã houve direito a «fitas» das que já nada têm que ver com o Carnaval...

 

 

beijocas e bom fim de semana para voçês!

 

 

18.Fev.10

trocado por miúdos...

 

... pegando na «deixa» do post anterior e dado que foram eles os protagonistas destes dias, tentarei dar conta do que por cá se passou

 

Quando há dois anos atrás, iniciei este blog, tive uma ideia clara do que gostaria que ele fosse - um blog de mãe, como muitos outros de boas intenções, onde o relato de uma vida tocada pelo transtorno de hiperactividade que afecta o filho mais velho, se misturasse com os episódios mais «vulgares» da família.

Mostrar como é viver 24horas/dia com uma criança hiperactiva, implica revelar certas situações mais íntimas, familiares, nem sempre muito positivas ou com final fácil!

Desde que o Rafa nasceu, habituei-me a ouvir certos comentários, ter de «engolir» certas atitudes e muitas vezes, a ter de deixar passar alguns atropelos. Mas nunca baixei os braços, nunca me imaginei a consentir ser pisada, ou ver pisar o meu filho! Se nem sempre explico, se nem sempre «dou troco» ou entro em confronto quando ouço algumas barbaridades, faço-o apenas porque aprendi ao longo destes nove anos a escolher as minhas batalhas! e algumas não merecem de todo ser travadas - são apenas desperdício de energia!

 

 

Isto para dizer que pesei o que vou relatar, pensei no modo como o faria, para que não me julguem ou interpretem erradamente - aviso, não sou eu a vítima, tão pouco espero algum tipo de ajuda (felizmente não estou só) e apenas pretendo que continuem a acompanhar o dia a dia desta família, já que o partilho sem segundas intenções!

 

O Rafa fez nove anos a 25 de Janeiro! está no corpo um homenzinho(acho mesmo que muuuuito homenzinho!) Quase da minha altura e com ar de quem entrou na adolescência (não acho que exista a pré...os miúdos de 12 anos agora são adolescentes!)

No entanto, a sua maturidade continua a não acompanhar a idade biológica (na avaliação psicológica de final do ano passado, andaria pelos 5!) Comporta-se portanto como uma criança grande - e muito agitada e impulsiva e muito instável e muito agressiva e muito ciumenta! 

Tudo nele é em excesso - a agitação motora,  a impulsividade, os transtornos/contrariedades, as alegrias, os ciúmes... 

Sem medicação é incontrolável a nível de comportamento, da organização do seu dia a dia, do controlo dos impulsos....E há três semanas que se recusa a fazer a medicação.

Em casa é um autêntico furacão, na escola baixou bastante o seu rendimento. Como o obrigar a tomar de novo as substâncias que o estabilizam? Ainda não tenho resposta mas já tentei vários métodos...no entanto acho que ele também está a chegar a um ponto de viragem, penso que se eu continuar a minha persistência dará frutos!

 

Neste cenário, chega-se a sexta feira dia 12 - último dia de escola para a entrada nas ditas «férias de carnaval». Época que para o Rafa sempre foi complicada - a sua fobia à maior parte dos tecidos fazia com que rejeitasse sempre vestir qualquer fatiota, o horror das multidões e de se descontrolar nos desfiles não o deixavam participar. No entanto, depois de diagnosticado e medicado, embora com alguma relutância e certas «atenuantes» (como a escolha da roupa ser feita por ele e usar calça de fato de treino, mesmo com fato de Hulk) lá se juntou nos últimos dois anos aos colegas de escola (apenas na escola e saídas esporádicas à rua - nada de passeatas!)

Este ano não foi excepção, escolheu à última hora ir de Vampiro mas como anda muito mais descontrolado, foi uma «fita» vesti-lo e levá-lo à escola! Dentro do que era esperado, correu bem até vir para casa....

A luta começou por uma coisa tão fútil como ter partido um dos dentes da praxe. Embora lhe tenha dito que lhe comprava outro conjunto para ele poder levar no dia seguinte a uma festa organizada pelo 4º ano da sua escola, foi como o mundo desabasse e o reino dos vampiros fosse banido para sempre!

Desatou a berrar, espernear e pontapear tudo o que lhe aparecia pela frente, com a agravante de estarmos dentro do carro...

Já com o irmão metido ao «barulho» o Rafa cada vez se descontrolou mais ao ponto de querer abrir o vidro e jogar o irmão borda fora! tudo acompanhado com o mais irritante e feioso «chorrilho» de calão nortenho, impossível de reproduzir aqui!

Parei o carro e o festival continuou com todos os transeuntes e alguns vizinhos a meterem o bedelho o que agravou a atitude histérica do Rafa. Para o conseguir «meter» dentro prédio tive de o agarrar pelos cabelos e por um braço, levando claro a que o seu estado se tornasse indomável!

Quando cheguei ao meu piso, os vizinhos do lado fizeram questão de sair para o átrio para assistir a tudo (ela com ar de beata e ele com um enfadonho ar de «superioridade» que revela um carácter bem mais baixo!) sempre com um sorrisinho irónico na face e com comentários da mais profunda ignorância!

Ora eu própria já não estava em mim! Lá dentro a luta continuou - ele a bater-me desalmadamente, uma questão de minutos e a minha perna parecia ter sido atropelada por um camião! nem o meu pai o conseguia parar e acabou também por entrar na luta!

Depois de muito bater, muito soco, muito pontapé e muito palavrão - eu tentando não ripostar exactamente na mesma moeda mas tendo obviamente de me defender, ao mesmo tempo mantendo o controlo, o Quico estava em desespero e eu mais aflita com ele do que comigo ou mesmo com o Rafa!

A única forma de parar aquilo (mais de 2 horas depois!) foi com a minha família (pais, avó e o meu Quico) noutra divisão da casa, fechados, eu e o Rafa no meu quarto (que ficou literalmente destruído) e aos poucos firmemente, agarrando-lhe o braço para o obrigar a olhar-me nos olhos, deixei que o choro chegasse para depois começar a ouvir-me!

Foram momentos torturantes, desgastantes e absolutamente arrepiantes! senti-me impotente e até humilhada na minha condição de mãe!

Será que um dia mais tarde e com uma vida repleta de dúvidas próprias do crescimento, o Rafa, sem medicação, vai conseguir controlar aquela impulsividade/agressividade? E eu, serei capaz de continuar a ter forças para o dominar?

 

Bem, para concluir a cena deste dia, os meus pais agastados com tudo o que se passou, levaram o Quico com eles para passar a noite. Eu e o Rafa tivemos nova luta mais psicológica, para fazê-lo entender o que tinha feito! Coisa que durou aí uns 5 minutos! depois era como se nada de grave tivesse acontecido, ele a pedir cereais e a querer dormir comigo!

Essa foi das tais noites em que não dormi de todo!

 

 

Sábado - festa organizada pelos 4ºs anos da escola, com direito a desfile de todos os miúdos, trajados a rigor - o Rafa foi e levamos o Quico mas o único que gostou foi mesmo o mais novo! adorou exibir o seu fato de polícia!

Por andarem muito nervosos os dois estiveram acordados até às duas da manhã e levantaram-se às seis e meia! e eu, mal dormi...

 

Domingo - luta entre os dois em cada segundo, uma tarde carregada de tensão, o Rafa sempre contrariando a nossa decisão (qualquer que ela fosse!) Acabamos por tentar dar uma caminhada mas acabou por ser uma corrida, comigo a tentar não os perder de vista mas preocupada com os meus pais que nos tentavam acompanhar...sempre a apanhar sustos de morte pois o Quico não tem qualquer noção do perigo  e insiste em correr estrada fora, ziguezagueando por entre os carros!

 

Segunda - birras descomunais por tudo e por nada, birras comigo e com o avô, com o mano e com a avó! o final do dia foi desgastante e tive mesmo de «mandar» os meus pais para casa mais cedo do que o habitual pois às vezes ter muita assistência complica!

Jogaram esparguete pelo chão mas foram obrigados a limpar tudo (embora o Rafa tivesse de ser lembrado a cada 5 minutos, acabou a sua parte!) e fizeram da sala um campo de tiro ao alvo...

Dormimos aos «solavancos» entrecortados de duas em duas horas (ora por um, ora por outro!)

 

Terça - foram os únicos que fizeram a festa aqui na zona - da janela jogaram serpentinas e andaram no parque a espalhar papelinhos e fitinhas enquanto corriam um atrás do outro!

Ainda os levei ao shopping, onde os avós ficaram com o mais pequeno a passear e eu me meti no cinema com o Rafa!

 

Graças aos deuses e ao calendário escolar, terei mais tempo a partir de agora e por isso tentarei colocar uma fotos e contar as partes mais giras do nosso alucinante período de Carnaval!

 

 

 

17.Fev.10

do nosso Carnaval

 

tenho a dizer em resumo (amanhã farei um post de jeito)

 

que foi desgastante e enervante

 

O Rafa que não é fã da época decidiu demonstrar claramente como anda contrariado

 

O Quico, variou entre o agitado e o delirantemente agitado....

 

e eu alternei noites mal dormidas com noites em que não dormi de todo!

 

Senti como nunca a falta do meu homem cá em casa e vivi episódios nestes dias que dificilmente não deixarão marcas, quer na ordem das coisas, quer no modo como as vivemos...estou a digerir as coisas, até para as poder aqui contar de forma clara...

 

que venham outros carnavais!

 

 

14.Fev.10

Será que a Farmácia tem?

 

já que as Farmácias Portuguesas têm de tudo para todo o tipo de pessoas,

 

 

será que lá encontro

 

  • tempo extra, para mães a precisarem de cuidar delas próprias
  • botões off, para crianças sempre ligadas à corrente
  • reguladores de vizinhança, para os cuscos da porta ao lado

 

dava jeito que vendessem em doses XXL e sem prescrição médica

 

 

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