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Energia a Mais

A Hiperactividade vista à lupa

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A Hiperactividade vista à lupa

24.Nov.11

as recusas

 

 

são sempre difíceis de aceitar

 

O Rafa anda numa de recusas. Recusa tomar a medicação, logo recusa ir à escola, recusa vestir-se, recusa qualquer ordem nossa. Recuso-me  a aceitar os jogos dele mas o desafio é tão grande que me deixa à beira da exaustão.

 

Na segunda feira recusou-se terminantemente a sair de casa e nada o demoveu - nem ameças, nem castigos, nem a minha arma secreta: uma espécie de psicologia invertida (embora tenha sido a que mais efeito teve, só se notou já mais tarde, pelo que o dia de escola ficou mesmo perdido). Como tinha encontro com a diretora de turma para a entrega do relatório médico, aproveitei para falar deste típico desafio de o fazer ir à escola. Tendo em conta os comentários dos professores sobre a avaliação do Rafa, a diretora concordou que ele tem carateristicas que obrigam a estratégias diferentes - a avaliação em termos de notas dos testes é bastante boa (o Rafa teve entre o elevado- e o Elevado) o que prova a sua inteligência, no entanto no comportamento vai desde «distraido», «perdido», «não faz algumas tarefas em sala de aula», «pouco trabalhador em casa» e ainda «agitado, perturbador da aula» - este caso referido pelos professores de EF que por norma são as últimas aulas do dia...e está tudo dito! certo? Conclusão da diretora - poderia ser um aluno de excelencia caso conseguisse ter método e organização no estudo (ora, o relatório médico também diz que a perturbação é crónica e que o vai acompanhar durante todo o percurso académico). Houve maior abertura, pareceu-me, pelo que acredito que possa haver maior empenho em seguir as dicas propostas pelo médico.

 

Entretanto, as recusas do Rafa, exercem pressão sobre o mais novo e por isso o Quico segue as pisadas do mano no que toca a birras e desvarios. Desde o início desta semana que as nossas manhãs são alucinantes e o avô tem sido um dos mais atingidos. Entre ter de arrastar o Quico para dentro da sala da pré a ter de o «largar» em pranto, ou mesmo correr atrás dele para o impedir de fugir pelo portão, o meu pai tem tido uma fantástica capacidade de «encaixe»!

 

se estas recusas fossem pontuais, diria que seria uma fase...mas estas recusas são constantes, umas vezes mais acentuadas do que outras mas sempre presentes! terei de voltar a passar por mais um diagnóstco daqui a um ou dois anos?! essa é pelo menos a opinião do médico

 

Há ainda a recusa dos dois em dormirem, cada um com as suas táticas, cada um com as sua diferentes necessidades para fintarem a insónia (o Quico é mais a dificuldade em adormecer - depois acaba por dormir seguido. O Rafa continua a acordar duas ou tres vezes por noite, sempre exigindo a minha presença para voltar a dormir, angustiado quando isso não acontece com rapidez)

 

acho que me vale (se posso assim dizer)

 

...a minha recusa em aceitar a derrota, mesmo que por vezes ela bata com força à nossa porta e nos deixe atordoados...