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Energia a Mais

A Hiperactividade vista à lupa

Energia a Mais

A Hiperactividade vista à lupa

25.Fev.13

da PHDA

 

temos sempre muito que aprender, mesmo que já lidemos com ela há anos....

 

Ter dentro da mesma casa duas crianças com PHDA, obriga-nos a separar as águas, pois depressa aprendemos que o que resulta com uma, não resulta necessariamente com a outra. Também rapidamente nos vamos inteirando das características que diferem dentro da mesma patologia. Se é fácil conseguir lidar com diferenças dentro das semelhanças? não, realmente não é nada fácil...

 

 

Os meus filhos são (como todos os outros) bem diferentes um do outro. Cada um tem a sua personalidade e desde cedo ficou claro que as suas caraterísticas pessoais os tornam tão diferentes quanto o são o sol e a lua - ambos brilham, cada um à sua maneira. O Rafa foi diagnosticado com PHDA aos seis anos...idade em que realizamos o despiste do Quico e obtivemos um diagnóstico semelhante. E as semelhanças resumem-se ao nome da patologia porque afinal PHDA tem mais do que um significado.

 

Claro que para quem teve de aprender a lidar com um miúdo como o Rafa - cuja PHDA é do subtipo impulsivo em grau severo e cujas patologias associadas sempre tiveram grande predominância (desde o transtorno de oposição/desafio, do transtorno do sono, das fobias, irritabilidade, dos sinais do espectro do autismo) a percepção que temos ao lidar com outra criança como o Quico, é que não tem mesmo nada a ver...com o Rafa sempre tive tantas mas tantas dificuldades no trato em casa, que para mim o Quico me parece um «anjinho». Se com o mais velho tenho sempre de travar uma luta até para com as pequenas tarefas diárias, com o Quico nunca senti tantas dificuldades assim. O Rafa nunca parece entender o que faz de errado, o Quico sabe distinguir uma «maroteira». O Rafa parece ter um mundo onde esconde os sentimentos. O Quico adora expressar o que sente. Nunca consegui dar um beijo ao mais velho sem lutar contra a sua resistencia, o Quico adora beijar e receber beijinhos. O Rafa foge dos abraços e muito raramente se deixa tocar, o Quico embrulha-se no nosso pescoço e prende-nos nos seus abraços.

 

Mas as diferenças mais visíveis para as outras pessoas, são sobretudo as que se notam fora de casa. Na escola, o Rafa tem bons resultados escolares sem fazer grande esforço. A sua memoria visual e auditiva compensam largamente a sua pouca disposição para o estudo. Sem fazer TPC, sem saber datas dos testes, sem ter a noção da quantidade de matéria, o Rafa tem na capacidade lógica e rápida perceção, aliados para notas de quatros e cincos. Pese embora tenha algumas dificuldades no portugues devido à pouca capacidade de imaginar, desenvolver textos ou fazer redações, consegue mesmo assim chegar a bom porto. Não fossem os contantes recados devido ao seu comportamento «desadequado» como o falar demasido para os colegas, o levantar-se vezes demais, o responder de forma precipitada e por vezes demasiado impulsiva aos professores, desconfio que chegaria a ser apelidado de «excelente» aluno.

Já o Quico...o meu filhote mais novo tem outras dificuldades. É incapaz de se concentrar e nunca consegue terminar uma tarefa sozinho. Não está ao nivel da média dos meninos na leitura, na escrita ou na compreensão das tarefas escolares. Para o Quico, algo que o faça ter de sentar e ouvir ou fazer um trabalho é simplesmente penoso! Talvez por causa dessa disfunção ou déficite, estou eu agora a aprender com uma criança portadora de PHDA de subtipo predominantemente de déficite de atenção. Fazer os TPC com ele é uma aventura. Ora está pendurado na cadeira e faz um I, ora já não sabe que fez o I e lança uma letra E ou A ou outra qualquer que lhe venha à cabeça! Posso repetir uma dezena de vezes uma palavra que deve copiar que ao tentar fazê-la sem ajuda invariavelmente já não a sabe fazer...

Com o Quico o resultado é catastrófico. A professora também não parece muito interessada em alterar estratégias e por isso, embora esteja com apoio a língua portuguesa, o meu menino acaba por não conseguir acompanhar o ritmo de aprendizagem.

 

Como em qualquer patologia também com a PHDA temos fases distintas e por isso aprendi que temos de viver sem pressas e dar tempo ao tempo. De qualquer modo, como mãe esta é uma fase de reaprender vários dos conceitos  e de utilizar métodos antes não usados ou que foram usados com outro fim. 

Porque afinal os dois dependem deste apoio e quer um, quer outro sabem que estarei sempre por perto! nisso não existem diferenças!

 

18.Fev.13

ter um decorador de interiores

 

 

não é para qualquer um! claro que este decorador interno tem custos que vão bem alem do valor em dinheiro {#emotions_dlg.lol}

 

 

não estivesse eu já habituada a ter em casa uma grande flexibilidade, volta e meia teria um ataque cardíaco só de olhar tamanha desarrumação...por outro lado, ainda bem que tenho outras prioridades que não passam necessariamente por uma casa estilo «requinte»

Digamos que o meu conceito de decoração se foi adaptando - estilo despojado, prático e informal, são adjetivos que podem qualificar o meu lar! para ser sincera, temos uma decoração em permanente evolução - tudo muda a uma velocidade estonteante e nunca sei ao certo onde vão estar objetos ou mesmo mobiliário a cada dia...

 

O Quico tem uma maravilhosa noção estética! ao seu estilo, claro...não duvido que tenha boas intenções, nós por vezes é que não estamos preparados para tanta inspiração.

 

Ora é comum eu chegar a casa e ficar surpreendida com mudanças deste tipo:

 

paredes pintadas com grafismos variados e cores vibrantes....ultimamente inspiradas no alfabeto e na conjugação de números e letras....cadeiras alinhadas de um só lado, pequenos móveis de apoio que mudaram de sítio e cuja função é para mim desconhecida....fotos que vão parar a sítios bem alternativos e até cintos que são colocados onde antes estavam fotos...

 

Por causa dessa veia de decorador, o espaço do Quico é um dos locais da casa mais «estiloso». Neste fim de semana nem me dei ao trabalho de  voltar a reorganizar a «decoração». Apenas orientei a vocação do artista para o seu lado do quarto, pelo menos para que não entre em choque com o mano, bem tradicional e avesso a mudanças - é que fica difícil conciliar estilos assim....

 

 

parede decorada pelo Quico

 

 

 

17.Fev.13

do símbolo

 

 

desta canção todos os portuguses conhecem (ou deveriam conhecer) o significado mas é evidente que o símbolo ultrapassou fronteiras e leva o nome da revolução bem longe

 

 

não pude deixar de me arrepiar ao ouvi-la desde madrid, até porque a luta de quem está na rua não tem barreiras de língua

 

 

 

  

Zeca continua portanto bem vivo!

 

 

 

15.Fev.13

O Fotojornalista

 

 

que nem câmara tem porque teve de a vender...num portugal onde ser jovem, ter muito talento e vontade de trabalhar não é sinonimo de ter trabalho, de ter oportunidades

 

 

 

Foto de Daniel Rodrigues (foto D.R.)  

foto de Daniel Rodrigues premiada pelo WPP

 

 

continuamos a não ter a noção de que temos uma geração bem preparada e com conhecimentos mais do que suficientes para competir entre os melhores! 

 

 

...e é essa geração que o governo quer mandar para fora do país, para que enriqueçam os outros com as suas competências, em vez de trabalhar cá por um portugal melhor!?!

 

 

14.Fev.13

Temos namoro!!

 

 

 

este ano vamos ter um dia dos namorados, festejado nas escolas como dia dos afetos, muito mais «romântico» 

 

 

 imagem da net

 

 

 

o meu rapaz mais novo tem namorada - a dona do seu coração é conhecida de longa data {#emotions_dlg.happy}e parece-me a mim, muito determinada! foi ela aliás que terá começado o namoro, roubando um beijo ao Quico durante um dos seus castigos, no intervalo das aulas...(a mim já me conquistou o coração de sogra!)

 

Muito mais dado aos afetos do que o irmão, o Quico anda pelo «beicinho». Só não garante presentes no dia dos namorados, pois quer guardar as moedas para comprar um novo «skylander» {#emotions_dlg.lol}

 

 

De resto, será o único aqui por casa a festejar como deve ser, já que ao Rafa o cupido não tem maneira de acertar 

 

 

imagem da net

 

 

     e a mãe anda cada vez mais longe de celebrações a dois!

 

 

Um bom dia dos namorados e que o Amor seja um pretexto para deixar sair o melhor de cada um de vós!

 

 

 

 

 

 

10.Fev.13

Carnaval...só na mesa

 

 

Não temos uma grande tradição de festejos carnavalescos, confesso...

 

 

Cá por casa apreciamos a tradição de um bom cozido à portuguesa e de uns docinhos saborosos. Por isso fazemos do carnaval mais um festejo na mesa do que na rua...Também com a chuva e o frio que se fazem sentir, não apetece sair de casa.

 

 

 

 

 

 

 imagem da net

 

 

 

 

Festejem como quiserem e puderem que nós por cá faremos um  carnaval à nossa moda!








06.Fev.13

Da escola (a longa jornada)

 

 

que este ano não está a ser nada fácil...percurso acidentado dos meus rapazes e um coração de mãe sempre em alerta máximo

 

Desde o natal que o Rafa está a viver mais uma fase complicada. O meu menino mais velho tem tido estes ciclos assim - ora mais assertivo, mais colaborante e por isso dando a ideia de estar a fazer progressos, ora mais desafiador, mais instável e mostrando porque a PHDA é considerada uma perturbação crónica.

Durante esta fase mais difícil, todas as caraterísticas se acentuam e passamos a viver com um furacão dentro de portas. O seu modo torna-se (ainda) mais brusco, as suas maneiras mais impetuosas, tem mais dificuldade em cumprir ordens e em realizar tarefas de rotina. Sente-se mais frustrado e basta um «empurrão» para que se descontrole. Não é fácil manter o equilíbrio.

O dia do aniversário foi do pior de que tenho memória, ao ponto de tapar os ouvidos para não ouvir cantar «parabéns», boicotar o soprar das velas (foi o Quico que o fez e se encarregou de pedir os desejos da praxe), não aceitar os presentes que delicadamente os familiares quiserem oferecer, enfim, um dia que acabou com ele a descarregar a sua fúria (frustração) e comigo em lágrimas (cuidadosamente escondidas). Os fins de semana de pouco servem para atenuar esta tensão e cada dia de escola é uma tortura. Ao ponto de se ter começado novamente a recusar sair de casa, o que provoca discussões matinais intensas que desgastam qualquer um - houve mesmo um dia em que não o consegui fazer ir à escola.

Ressente-se em casa e obviamente na escola.Como tal, tem vindo a ser cada vez mais chamado à atenção, traz montes de recados na caderneta, especialmente por questões de comportamento. Mas também as notas refletem este momento conturbado. Pela primeira vez o Rafa trouxe um teste negativo - a uma das disciplinas a que nunca demonstrou dificuldades e de nota 5, matemática. Na verdade, este teste foi um desafio, não acatando a ordem da professora o Rafa insistiu em fazer os exercícios ao contrário do esperado, utilizando uma lógica só dele. A professora avisou que não queria aquela via para a resolução mas ele teimou e acabou por não dar ouvidos, chegando a dizer que fazia como queria...assim fez no teste o que deu mau resultado.

Embora não sendo novidade esta é uma situação preocupante, o que me leva a procurar ajudas. Quer com o neuropediatra, pois a medicação talvez necessite de um ajustamento, quer da parte do psicólogo, pois estará na hora de experimentar novas estratégias. Estamos a ponderar também uma intervenção da psicóloga da escola, algo que o Rafa tem dificuldade em aceitar.

 

Por outro lado temos a jornada do Quico. O meu menino mais novo está agora diagnosticado. Acentuadamente déficite de atenção, embora sem problemas «adicionais» que travem a sua aprendizagem. Ou seja, não tem problemas cognitivos mas não consegue atingir o nível esperado porque simplesmente não se concentra por períodos suficientes para conseguir executar as suas tarefas escolares.

O Quico tem sempre muita agitação mas dentro da sala de aula está muitas vezes «ausente». Perde-se no seu mundo e fica na lua até ser chamado à terra pela professora. Quando está com supervisão cerrada consegue fazer algum trabalho mas apenas por pouco tempo e com muita facilidade se distrai, pelo que pouco aproveita. Além disso parece ficar muito nervoso, pois começa a ganhar consciência de que não sabe o que lhe pergunta a professora. Embora não tenha a ansiedade extrema de que sofre o irmão, o que para mim já é motivo de menos angústia.

Agora vamos iniciar um plano por etapas, proposto pelo psicólogo que envolve trabalho em casa e na escola para que se reforce as suas capacidades e se consiga alcançar um maior nível de desenvolvimento.

 

Esta jornada está muito longe do fim, a ver vamos, um passo de cada vez, quanto mais teremos de percorrer!