Os pais de crianças com PHDA sabem que os progressos devem sempre ser registados!
O Quico terminou o ano letivo passado, sem ter conseguido atingir os objetivos em algumas áreas de aprendizagem - nomeadamente a língua portuguesa, além de se notar ter dificuldades em acompanhar o ritmo dos colegas na sala de aula.
Após o diagnóstico de PHDA com predominância de déficit de atenção, o Quico iniciou um programa de ajustamento e tratamento que inclui medicação com meltefedinato (faz 10mg diários), apoio de ensino especial a língua portuguesa, apoio psicopedagógico e terá testes diferenciados nas avaliações curriculares. Os problemas comportamentais decorrentes desta perturbação estão a ser corrigidos com terapias comportamentais em casa e com seguimento na escola, sobretudo na forma como os «castigos» são aplicados, baseando-se agora muito mais a intervenção pelo reforço positivo.
Apesar do diagnóstico ter sido feito ainda no decorrer do ano anterior, só este ano letivo estas medidas foram postas em prática. O Quico iniciou a medicação em setembro e embora continue a ter os tais efeitos indesejáveis de que já aqui dei conta - perda de apetite, dores de barriga e dores de cabeça ao final do dia (muitas vezes estes efeitos são transitórios mas algumas crianças sentem-nos mais tempo e mais intensamente do que outras) notam-se melhorias substanciais em relação ao essencial - capacidade de atenção e concentração, comportamento mais ajustado e rendimento mais elevado na escola.
Agora os trabalhos escolares decorrem num bom ritmo, a sua capacidade de concentração aumentou e isso reflete-se nos resultados obtidos. Tanto que ainda não acabou o 1º período mas as diferenças são óbvias o que aumenta os elogios e por consequência a sua auto estima e a sua vontade em demonstrar que consegue - aliás posso registar com orgulho que o Quico sabe oficialmente «ler sozinho» algo com que nem sonhava há uns meses atrás!
Que outros pais não pensem no entanto que apenas o comprimidinho fez o «milagre»! nem por sombras - se não fosse o empenho nas atitudes que rodeiam todo o contexto em que a criança se desenvolve, o esforço por parte de quem lida com estes meninos(as) e o comprimido faria apenas parte da rotina mas não da mudança. Essa acontece cá em casa especialmente porque consigo também eu, dar mais de mim, estar mais disponível para o ajudar com os tpc, manter a calma quando a coisa de descontrola, dar-lhe no fundo, a estabilidade que necessita sem lhe cortar a liberdade e sem lhe negar a sua «diferença».
e nunca deixem de registar esses progressos dos vossos filhos com PHDA, sejam eles deste ou de outro tipo, às vezes até o progresso de terem conseguido sozinhos levar uma simples tarefa até ao fim - e quando digo «registar» digo demonstrar que esse feito foi atingido e por isso lhe devem dar valor - significa que muitos outros objetivos ao longo da vida podem ser conseguidos se não se desistir, se não se ignorar a PHDA!