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Energia a Mais

A Hiperactividade vista à lupa

Energia a Mais

A Hiperactividade vista à lupa

02.Out.08

Escolher as batalhas

Lá fui eu de manhã, levar os miúdos á escola, com mais dificuldade do que o habitual porque para além da parafernália de objectos que levam todos os dias (mochilas, batas, lancheiras,etc) o Francisco resolve levar uma maleta enorme com truques de magia... consigo deixar o Rafa e lá vou eu preparada para a tal conversa com as educadoras da salinha do Quico.

Pois é parece que o pequenito tem génio! As duas educadoras concordam em que é uma criança muito, MUITO teimosa, pouco interessada em cumprir com os pedidos que lhe são feitos, gosta muito mais de trepar á estante dos livros e de atirar a fruta de plástico pelo ar. Também acham que o Francisco não bate nos outros meninos de forma «normal» - presumo que haja uma forma «normal» de bater nos outros!! E que tem uns belos pulmões...Por fim acham-no um bebé muito carente, dizem que tenta a todo o custo chamar a atenção delas e pede colo, beijinhos e cuidados extra! Bom, de tudo o que foi dito, o essencial que retirei é que elas consideram que dedico pouco tempo ao Francisco, pois estou muito absorvida pelo Rafa. Acham que o Francisco necessita de ter mão firme, para contrariar a sua tendência em ser do contra, antes que fique (!!) como o irmão e querem que eu entenda que ele deve dormir melhor á noite para vir mais calmo de manhã (coisa que também me daria muito jeito) Ou seja, tenho de começar outra batalha, pois pela conversa pareceu-me que continuam a achar que a hiperactividade pode ser evitada com mais disciplina. Claro que não posso afiançar que o Quico seja hiperactivo mas a verdade é que se fôr não há disciplina que lhe valha!

Já há algum tempo que resolvi escolher as minhas batalhas. nem sempre considero importante entrar em conflito por causa de certas situações. Por exemplo, ontem quando fui buscar o Rafa á escola, ele vinha completamente desvairado. Não me ouvia, não tinha cuidado a atravessar a rua e soltava gritos de parar o trânsito. Muitas pessoas paravam na rua e abanavam a cabeça ou tentavam intervir, ele passava como um furacão, meteu-se com uma mamã que empurrava um carrinho de bebé, tentando ser ele a levar o miúdo, enfim, vinha sem controlo porque como já referi, a medicação tem agora um efeito curto. Quando entrou numa lojinha para comprar um pacote de batata frita, foi como se estivesse a passar por ali o Katrina! A dona da loja, velha conhecida, não se importa pois sabe que acabamos por sair mais rápido se o deixar á vontade mas uma das compradoras agarrou o Rafa por um braço e tentou mantê-lo quieto dizendo que já era grande para se comportar daquela maneira e que era malcriado! Claro que levou um safanão (do Rafa) e teve de ouvir uns quantos gritos no máximo volume! Eu não interferi (o que provocou a maior indignação na dita senhora) porque simplesmente, estou farta de ter de explicar, pedir desculpa, explicar novamente...não, esta não é uma batalha que me interessa!

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