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Energia a Mais

A Hiperactividade vista à lupa

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A Hiperactividade vista à lupa

05.Out.12

a República é Mulher

 

 

 

 

 

se dúvidas houvesse de que este seria um 5 de Outubro diferente do habitual, elas seriam desfeitas desde cedo

 

Não foi só e logo porque seria o último a ser comemorado num dia de feriado, nem apenas porque se trocou as voltas ao local onde se costumava celebrar, nem tão pouco porque neste ano nem o presidente quis abrir as portas de Belém...Sabiamos que este iria ser um dia da República diferente porque damos importância ao símbolo, sobretudo se alguém decide matá-lo

 

e porque falamos de símbolo, não se pode ignorar a triste ironia da bandeira ao contrário, ou os «incidentes» de percurso  destas comemorações sem pompa mas com muita circunstância - do discurso da alternativa, à patética saída dos representantes do governo pela porta lateral...

 

mas nada neste 5 de outubro representa melhor o símbolo do que as mulheres que fizeram despertar o país para o verdadeiro significado da república

 

 

A mulher que irrompeu pelo Pátio da Galé enquanto Cavaco Silva discursava na celebração do 5 de Outubro chama-se Luísa Trindade, tem 57 anos, e está «desesperada». Vive com 224 euros mensais e a ajuda do filho.
Ana Maria, cantora lírica, invadiu também o evento e cantou pacificamente enquanto Luísa enfrentava um grupo de seguranças.

 

Cavaco continuou a discursar, numa cena absurda em que muitos dos convidados viravam a cabeça para trás para ouvirem um «Ninguém me ouve, ninguém me acode porquê?» Um desespero que a fez invadir o local dos discursos

 «Não se envergonham de olhar para a minha miséria?» perguntava Luísa.

 

Já a cantora lírica Ana Maria, cantou com voz firme e serena o tema Firmeza, de Fernando Lopes Graça. Uma escolha plena de simbolismo.

«As pessoas estão a sofrer, eu sou uma delas. Eu ainda vou tendo emprego. Penso que era a altura de cantar o Firmeza», disse a cantora.

 

Aqui em casa falou-se do dia de hoje, do significado da comemoração, dos acontecimentos que fazem parte da vida de todos.  Eu acho que quando as pessoas perderem a vergonha de assumirem a sua pobreza, a revolta estala de vez!

 

Quando os miúdos, por entre a sua enérgica forma de verem os assuntos que passam na TV me perguntaram «quem é aquela mulher mamã?» não tive dúvidas em responder «aquela é a República!»

 

 

 

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