das reações explosivas
do Rafa
para quem acompanha (mesmo que não de forma assídua) este blog, este tema já não é propriamente novo. Já por cá falei algumas vezes de uma das facetas mais difíceis de gerir com o meu filho mais velho, desde que foi diagnosticado como tendo uma grave perturbação do comportamento, conhecida clinicamente como TOD (transtorno de oposição/desafio), uma das comorbilidades associadas ao seu tipo de PHDA.
Neste post faço um resumo de como lidar com este distúrbio e das dificuldades que enfrentam todos os educadores que são obrigados a testar estratégias para alcançar bons resultados com crianças desafiantes.
Claro que o mais complicado continua a ser a imprevisibilidade de reações explosivas que nem sempre são detetadas a olhos menos treinados ( mesmo para quem está habituado, por vezes surgem tão efervescentes e tão subitamente que nem nos apercebemos). No Rafa surgem como do nada, ou por motivos para nós tão subtis que nunca nos passaria pela cabeça, olhar para eles em pormenor.
Sempre foi assim, com o passar do tempo começaram a ser mais ou menos entendidas por nós adultos, como tal, começamos a ter meios de combater essa situação mais tranquilamente. No entanto, são sempre motivo de grande tensão, muita incerteza em relação ao desfecho e muito complexas para serem compreendidas pelo irmão mais novo...
Ultimamente e dado que estou «presa» sem férias num CEI, os meus pais são o pronto-socorro de plantão, com enorme desgaste para ambos e com cada vez mais pressão familiar. Reconheço que me sinto impotente pois fazer a minha casa funcionar sem eu estar presente fisicamente é, para os que ficam lá a comandar, uma autêntica batalha. E os meus pais, embora sejam os únicos (para além de mim própria) que conhecem intimamente todas as caraterísticas dos meus meninos e tiveram desde sempre grandes doses de informação e técnicas para lidarem com eles, estão exaustos, sobretudo pela necessidade física de uma grande preparação a par da elevada resistência psicológica!
Uma das últimas explosões do Rafa aconteceu por causa de uma...ventoinha! e acredito que os avós tenham vivido um turbilhão de emoções enquanto sentiam a fúria dele, preservando ao mesmo tempo a integridade física de cada um dos presentes, e em especial a integridade emocional que sobrevive depois de cada luta.
Sou portanto eternamente agradecida aos meus pais por tudo o que fazem e por tudo o que somam na já longa guerra da hiperatividade. Uma gratidão que um dia gostaria de homenagear de modo mais prático, através de ações concretas como dar-lhes oportunidade de verem nos netos adultos, pessoas felizes e equilibradas - porque graças a eles, a PHDA é tratada com o devido respeito.