Saltar para: Post [1], Comentários [2], Pesquisa e Arquivos [3]

Energia a Mais

A Hiperactividade vista à lupa

Energia a Mais

A Hiperactividade vista à lupa

15.Jan.15

Passar da teoria à prática

 

 

porque é que certos professores acham tão difícil concretizar em sala de aula, o que chamam de «estratégias diferenciadas» para alunos com caraterísticas especiais?

 

Ando nesta luta com as escolas há muito tempo para perceber que para muitos, as palavras saem fáceis da boca para fora, mas dificilmente são concretizadas!! Dizer que se utilizam «estratégias adaptadas» não é o mesmo que as utilizar de facto. Sempre que algum encarregado de educação questiona quais, como e de que modo os professores utilizam as tais «estratégias» para trabalhar com um aluno com caraterísticas específicas, é certo que vai receber um «relatório» vago, cheio de boas intenções mas que de real, nada tem! e vem-me à cabeça um certo dia, numa certa reunião, em que questionei frontalmente a então professora do meu mais novo sobre como lidava com ele, para atenuar os tais momentos em que a sua perturbação de hiperatividade, impedia o normal funcionamento da aula e ela só dizia «então, o que acha? uso estratégias diferenciadas» e perante a minha insistência para que me traduzisse as tais estratégias, a resposta já gritada foi «olhe mando-o para fora da sala»

 

Estratégias adequadas não podem ser teoria! devem ser experimentadas (até para verificar se realmente resultam) e devem ser fléxiveis para permitir um trabalho em conjunto quando o aluno tem mais do que um professor (não é por acaso que existem ainda mais problemas, logo a partir do primeiro ciclo)

Existem muitos estudos, muitas dicas, muitos cursos de formação que apontam estratégias eficazes. Os professores só precisam de as aplicar! não é pedir muito pois não?

 

No caso das que funcionam mesmo e das quais posso falar por experiência própria realço: lista de tarefas, relógio de tarefas, sentar o aluno ao lado de um colega mais atento, na fila da frente e longe da janela, utilizar uma parede em branco para colar um papel onde a única coisa que está anotada são as regras da sala - permitir que o aluno com PHDA se levante e as leia várias vezes durante a aula. Diariamente usar um mapa de rotinas, para que saiba o que vai acontecer ao longo do dia (o esquema é o mesmo usado nas salas teacch no trabalho com crianças autistas).

Utilizar o sistema de pontos para o incentivar a cumprir as tarefas. Permitir que se retire para um local mais sossegado e que faça uma tarefa alternativa, sempre que esteja a perder o foco da atenção, utilizar esquemas simples para que siga os passos de uma tarefa até ao fim. 

Nos testes usar uma capa aberta para separar o aluno e impedir que se distraia, separar bem as questões e dividir o tempo que tem para cada uma, se necessário ler o enunciado (individualmente) para ter a certeza que compreendeu o que lhe é pedido. 

Incentivar os trabalhos práticos, valorizar o que o aluno consegue terminar em sala de aula e não colocar o enfase nos TPC (um aluno com PHDA é sempre penalizado por raramente conseguir fazer os TPC quando na realidade, o esforço desse aluno é infinitamente maior do que o esforço dum aluno sem essa perturbação, neurologicamente explicado)

E existem mais, muitas mais, consoante o aluno, o ano em que se encontra, a disciplina ou disciplinas a que tem mais dificuldades, as tarefas que se pretendem trabalhar. Treinar comportamentos em sala de aula começa logo que o aluno inicia o seu percurso escolar - numa criança com PHDA essa necessidade mantém-se ao longo da sua vida académica.  

 

Motivar, adaptar e recompensar - assim se trabalha com um aluno com PHDA!

 

 

1 comentário

Comentar post